No capítulo anterior...
- Sérgio confirma com Joana se ela está
segura de que realmente quer ir a um motel
- Bernardo percebe que Ramon está com
problemas e se oferece para ajudá-lo
- Joana relata a Sérgio a frustação com suas
primeiras relações sexuais.
CAP. 38
Sérgio se esforça para não
decepcionar Joana. Faz tudo como manda o figurino. É gentil, cavalheiro,
capricha nas preliminares e também explora seu instinto de macho na hora
demonstrar uma pegada mais forte.
A transa corre bem, pelo menos
aparentemente. Mas, na manhã seguinte...
RENATA: Chegou
cedo ontem, Joana... Por onde você andou?
BEATRIZ: Fugiu
da escola na hora do recreio, você não viu?
JOANA (deitada):
Que é, deram pra me vigiar agora, já não basta o seu Tatão?
BEATRIZ: É
que eu vi quando você e o Serginho saíram de carro do estacionamento... Aonde
vocês foram?
JOANA: Hum,
boca aberta, advinha...
BEATRIZ: Sei
lá... Não tenho bola de cristal.
JOANA: A
gente foi num motel, rezar.
RENATA: Rezar?
JOANA: Claro
que não, sua tonta! O que as pessoas fazem num motel?
BEATRIZ: Mas
e aí, conta, foi bom?
JOANA: Foi
a mesma “sem graceza” de sempre...
RENATA: Você
não gostou? Por que, ele não foi legal com você?
JOANA: Foi,
foi muito legal. Mas não sei o que é, eu não consegui sentir nada... As meninas
lá do colégio falam que vão à loucura quando saem com seus namorados e eu não
sinto nada... Parece que é tudo tão rápido, tão mecânico, tão sem emoção,
entende?
BEATRIZ: Foi
melhor ou pior que com os outros?
JOANA: É
tudo a mesma coisa... (instantes) Será que homem é tudo assim? Será que são
todos iguais? Eu queria mais. Queria me excitar, sentir prazer, queria passar a
noite toda lá, sabe? Mas na verdade eu não via a hora que ele acabasse logo pra
eu vir embora...
Renata e Beatriz se olham sem
compreender a insatisfação da irmã.
Em Ipatinga, Gilberto vai até o
escritório da patroa para receber seu primeiro vale. Ele pega as notas, assina
o recibo e sai. Caminha até o vestiário e resolve contar o dinheiro. Fica em
dúvida e volta até o escritório.
GILBERTO: Dona
Selma, eu estava recontando o meu dinheiro e percebi que a senhora cometeu um
engano.
SELMA
(desconfiada): Está faltando dinheiro? Mas você deveria ter recontado aqui, na
minha presença, na hora que te entreguei...
GILBERTO: Não,
não... A senhora me deu uma nota de vinte reais a mais do que deveria. E eu vim
aqui devolver.
SELMA: Sério?
Eu te dei a mais? Vamos recontar então...
Eles recontam o dinheiro três
vezes e comprovam que Gilberto está certo. Ele devolve a nota e Selma fica
admirada.
SELMA: Você
foi muito honesto me devolvendo esse dinheiro, rapaz. Nesse país nosso
pouquíssimas pessoas teriam tal atitude...
GILBERTO: Meus
pais me ensinaram assim: o que é da gente é da gente. Se não é, a gente não põe
a mão. E agora, se a senhora me der licença, vou voltar pro meu trabalho. (e
sai)
SELMA
(para a secretária): Estou admirada com a honestidade desse rapaz. Eu pensava
que não se faziam pessoas como essas nos dias de hoje...
A noite cai. Joaquim falta à
aula e segue com Xantara para mais uma noite de “trabalho” no posto de
gasolina.
Os dois caminham por entre os
caminhões quando um caminhoneiro faz gesto para Joaquim. É um homem dos seus
quase 60 anos, aparência rude, meio gordo, barbudo. Um tipo bem estranho e
desleixado.
Joaquim titubeia.
JOAQUIM (para
Xantara): E agora, bee, o que eu faço?
Continua amanhã...
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Você sabia?
Muitas
figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano,
tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. Uma linha
comum de argumento é que ninguém na antiguidade ou na Idade Média experimentou
a homossexualidade como um modo de sexualidade exclusivo ou permanente. Ela sempre
estava associada a fases da vida dessas pessoas.
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