No capítulo anterior...
- Joaquim questiona a agressividade do pai.
Ele diz que foi criado assim e assim criará seus filhos
- Joaquim conta a Xantara sobre a surra e ela
o aconselha a aprender a se defender
- Os irmãos questionam a sexualidade de
Bernardo e são surpreendidos por ele
CAP. 36
BERNARDO: Quem
vai ter de enxergar o quê?
SIMONE
(apurada): Ah... Os óculos, a gente tá falando dos óculos da vovó. Mesmo com
aquele para-brisa de avião parece que ela não tá enxergando direito...
BERNARDO: Ah
sim... Tá precisando trocar mesmo... Outro dia fui lá e ela me chamou de
Airton...
AIRTON: E
a mim ela chamou de Bernardo... E olha que a gente não se parece quase em
nada...
SIMONE: Então,
vamos dar um toque no papai pra tomar uma providência. Agora vou ali arrumar
meu quarto. Beijos, manos. (e sai)
Airton e Gerson se entreolham
aliviados por Simone ter conseguido contornar a situação.
Joana e Sérgio se falam pelo
telefone. Ela na sala de sua casa e ele na oficina de motos na qual trabalha.
JOANA: E
aí, gato, ainda tá com raiva de mim?
SÉRGIO: Raiva
não é a palavra certa. Digamos que fiquei chateado com o que você fez. Lembra
que bateu o portão na minha cara e me mandou embora?
JOANA: Ah,
me desculpe, sou meio impulsiva mesmo de vez em quando. E aquele dia tinha
tomado umas cervejas a mais.
SÉRGIO: É,
você anda bebendo demais para uma garota da sua idade...
JOANA: Mas,
você aceita o meu pedido de desculpas? Estou disposta a lhe recompensar por
isso...
SÉRGIO: Recompensar,
é? Como assim?
JOANA: Vai
de carro pro colégio hoje que eu te explico...
SÉRGIO: Vou
tentar conseguir o carro emprestado aqui. Por quê? Você quer ir a algum lugar?
JOANA: É
uma ideia que tive aqui... Mas só rola se você carro, ok? Beijos (e desliga)
Sérgio fica imaginando o que
ela pode estar tramando, mas fica animado.
Em Ipatinga, Gilberto vai à
nova escola. É seu primeiro dia de aula. A professora o apresenta.
PROFESSORA: Pessoal, hoje temos colega novo na classe, é
o Gilberto, que está vindo de Joanésia para concluir o ano aqui.
Gilberto fica de pé para que os
amigos o vejam. Senta-se e a aula continua normalmente.
Na hora do recreio um colega o
aborda e puxa papo. É Marinho, um homossexual assumido. Assim que ele se
retira, dois alunos se aproximam de Gilberto.
ALUNO 1: Cuidado
com esse aí (e mostra Marinho)
GILBERTO: Por
quê? Ele me pareceu um cara tão legal...
ALUNO 1: Ele
é fruta, boiola, saca? Se ficar dando moral pra ele, vai queimar o seu filme...
GILBERTO: Ah
sim... Mas ele me pareceu gente fina.
ALUNO 1: Mas
é assim mesmo: ele chega com esse jeitinho de quem não quer nada, com essa
conversa mole e depois vai te intimar pro esquema, saca?
GILBERTO: Entendi.
Vou tomar cuidado.
ALUNO 1: Eu
não curto essa raça. Boiola comigo é na porrada.
ALUNO 2: Que
nada, pra mim quanto mais boiola, melhor... Quanto mais viado no mundo, mais
mulher sobra pra eu pegar... (risos)
GILBERTO (sem
graça): Pois é, né, toda moeda tem dois lados...
ALUNO 1: Problema
é que eles vem sempre pra cima da gente. E pra cima de mim, se vier eu desço o
braço. Quero graça com essa raça não.
Gilberto fica constrangido com
os comentários preconceituosos do rapaz, mas tenta fingir naturalidade.
Em Blumenau, na sala de aula...
SÉRGIO
(cochichando): Aonde a gente vai depois da aula? Estou curioso...
JOANA: Surpresa...
Na hora certa você vai saber...
Sérgio passa o horário todo intrigado,
mas Joana não dá pistas.
Chegada a hora do recreio, os dois
entram no carro e Sérgio é só ansiedade. Ele liga o motor e fica olhando para
Joana, esperando que lhe diga que rumo tomar.
JOANA: Sabe
a BR-470, na saída da cidade tem um certo Chalé/
SÉRGIO
(interrompendo): Chalé Oásis? O motel?
JOANA: Isso
mesmo, ou você não quer?
Continua segunda-feira...
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Você sabia?
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