No capítulo anterior...
- Gilberto se assusta com o novo colega de
trabalho, pois ele é bem afetado e atirado
- Mas eles trabalham bem, cumprem a tarefa e
são elogiados pela patroa
- Sérgio e Joana chegam da escola. O pai
espera no portão para falar com Sérgio
CAP. 27
JOANA: Que
é, pai? Já vai começar com a marcação cerrada? O que foi dessa vez?
TATÃO: Já
disse: a minha conversa não é com você, é com ele. Pode entrar e esperar lá
dentro, se quiser.
JOANA: Tá
bom, pai. Mas vê se pega leve. (beija Sérgio e entra)
TATÃO: Meu
rapaz, eu não ando gostando nada desse namorico de vocês. Desde que começaram com
essa brincadeira, a Joana tem chegado tarde em casa quase todos os dias e sabe
Deus por onde vocês têm andado. Esse negócio não tá certo.
SÉRGIO: Seu
Sebastião, eu entendo a sua preocupação. Meus pais se preocupam comigo da mesma
forma. Mas posso lhe garantir que não temos feito nada de errado.
TATÃO: Não
mesmo? Até beber a Joana tá aprendendo depois que começou a sair com você. Dia
desses eu fui no quarto de madrugada e ela tava com bafo de bebida. Isso não é
errado?
SÉRGIO: A
Joana aprendeu a beber não foi comigo, seu Sebastião. Ela já gostava de beber
antes de me conhecer...
TATÃO: Disso
eu não sabia... Pensava que era você que tinha ensinado.
SÉRGIO: Não
senhor. Eu não vou negar, a gente já bebeu uns golinhos de cerveja algumas
vezes, mas não foi por insistência minha. Foi por desejo dela. O senhor conhece
a Joana melhor do que eu e deve saber o quanto ela é geniosa. Ela quando quer
uma coisa, quer e pronto, não adianta falar nada.
TATÃO: É
nisso, você tem razão. Ela é muito cabeça dura.
SÉRGIO: Às
vezes sou eu que falo pra não fazer as coisas, aí ela briga, dizendo que pra
regular já basta o senhor e a dona Vanilda...
TATÃO: Bom,
estamos conversados então. Se continuar desse jeito, chegando tarde em casa,
levando minha filha para o mau caminho, eu vou ser o primeiro a acabar com esse
namorico logo, logo. Você está avisado.
SÉRGIO: Sim,
senhor. Vamos tomar mais cuidado com os horários, pode ficar tranquilo.
Sérgio vai embora. Tatão entra.
Joaquim falta à aula e vai ao
encontro de Xantara. Eles estão no quarto da travesti se maquiando, se preparando
para mais uma noite de “trabalho”.
XANTARA: Bicha,
hoje vamos fazer um roteiro diferente. Vou te levar num lugar babado!
JOAQUIM: Jura?
É bom mesmo, porque já ando cansada dos brucutus daquele posto.
XANTARA: Querida,
bofe uó tem em todos os lugares, a gente é que tem que colocar eles nos seus
devidos lugares, não viu aquele que queria fazer a senhora cheirar pó? Fui lá e
dei o desá nele na hora!
JOAQUIM: Me
diga, bunita, aonde vamos?
XANTARA: Vamos
dar um close lá no centro histórico. Mas é só um close mesmo bicha, só mostrar
o carão e a produção. Depois a gente vai pro posto, que é lá que rola o aqué,
querida. É lá que a gente ganha din-din.
As duas saem passeando de carro
pela cidade. Xantara vê um bar cheio de homens bebendo na calçada e resolve
parar para se insinuar. A reação é imediata quando descem do carro: muitos
assovios, piadinhas, etc.
XANTARA: Tá
vendo como somos gostosas? Estamos arrasando querida!
JOAQUIM: Ai,
bicha, eu tô com vergonha. É a primeira vez que saio montada assim, em público,
no meio desse tanto de bofe.
XANTARA: Vai
dizer que a senhora não tá gostando de ser o centro das atenções... Viado é
igual purpurina: nasceu para brilhar, querida.
JOAQUIM: Eu
gosto de ser olhada, desejada, mas preciso me acostumar com a ideia. Até outro
dia eu era uma menina de família... Não tava acostumada com essa vida de
estrela... (risos)
XANTARA: Bobagem,
queridinha, a senhora acostuma logo. Pode crer.
Elas sentam numa mesa para
tomar um açaí e são observadas pelos homens das mesas próximas. Nisso um
grupinho de três rapazes se aproxima. São colegas de classe de Joaquim.
RAPAZ 1: Vejam
só essa fruta, rapazes! Não é o “Quinzete Boiolete”?!
Joaquim fica em pânico.
Continua amanhã...
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Você sabia?
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