21 de dezembro de 2011

GLS TEEN - CAP. 33



No capítulo anterior...
- Depois da transa com Adriano, Gilberto avalia a “loucura” que acabara de fazer
- Bernardo vai a uma loja de fantasias e sonha, mesmo sem ter certeza se irá ao Halloween
- Joaquim chega ao colégio e todos já sabem que ele foi visto travestido de mulher
- Joaquim tenta se justificar, mas é provocado e agredido por alguns colegas

CAP. 33

Antes que Joaquim responda qualquer coisa, os três colegas partem pra cima dele e começam a espancá-lo com socos e chutes.

ALUNA 1: Gente, pare com isso! Vocês estão loucos?
AGRESSOR 1: Vamo dar umas porradas nesse baitola que é pra ele aprender a não se meter com a gente.
AGRESSOR 2: Vamo mostrar pra ele quem é macho aqui!
AGRESSOR 3: Lá na praça ele ficou tirando onda com a gente. Quero ver se ele honra o negócio roxo que ele tem no meio das pernas. Boiola do caralho!

E continua a sessão de socos. Joaquim cai no chão e é chutado impiedosamente.

ALUNA 1 (desesperada): Para com isso, gente! Isso aqui é uma escola, não é um ringue de luta! Parem com isso! (e para outra amiga) Corre lá, Cristina, chama a dona Sebastiana, corre!

Uma turma se junta, mas ninguém intervém na confusão, a não ser algumas alunas que pedem, em coro, aos colegas para que parem. No geral, os outros rapazes gostam da confusão e se divertem. Uns gritam, outros aplaudem, outros incentivam.

Nisso a diretora chega correndo para colocar ordem no tumulto.

SEBASTIANA: Parem! Parem com isso imediatamente! Todos pra a diretoria! Vamos! Todos pra diretoria, eu já disse!

A presença da diretora os intimida e só assim tem fim a sessão de agressão. Sebastiana conduz os três espancadores para a diretoria, enquanto uma professora leva Joaquim até a secretaria para fazer um curativo. Ele tem um sangramento na boca.

PROFESSORA: Meu Deus! Que selvageria é essa? Nem parece que estamos numa escola!...
JOAQUIM: Se não fosse a dona Sebastiana eles tinham me matado.
PROFESSORA: Calma, vou limpar o ferimento, pra desinfetar. Vai ficar tudo bem.

Joaquim grita de dor quando a professora passa o pano embebido em álcool.

Na manhã seguinte, Bernardo chega para o trabalho. Assim que tem uma folguinha nas atividades, Adriano o procura.

ADRIANO: Chegou bem em casa ontem?
GILBERTO: Cheguei, porque?
ADRIANO: Parece que você tava meio tenso. Mesmo depois daquela sessão de relaxamento que eu te proporcionei...
GILBERTO: Ê, para com isso, cara... O que aconteceu ontem foi um vacilo da minha parte. Mas não vai acontecer de novo.
ADRIANO: Porque não? Na hora parecia que você tinha gostado muito...
GILBERTO: É, gostei, mas essa não é minha praia não, saca? Meu negócio é mulher. Só topei fazer aquilo pra dar uma aliviada. Sabe como é, sou novo aqui na cidade, não conheço ninguém, então tava na maior seca... Mas minha praia é outra.
ADRIANO: Sei... Adelaide Catarina conhece muito bem essa história... Mas, de qualquer forma, quando você tiver precisando dar uma aliviada, é só me avisar.
GILBERTO: Beleza. Mas isso não vai acontecer não. Pode ficar tranquilo. (e continua varrendo, sem dar muita atenção ao colega, que se retira)

Bernardo consegue driblar a família e vai ao Halloween com o amigo da escola. A festa acontece no Clube Líbano, no bairro da Brasília Teimosa. Ele capricha na produção.

Mesmo contra a sua vontade, acaba atraindo a atenção de muitos fotógrafos, impressionados com a beleza de sua fantasia. Ele se deleita na festa: dança, se diverte e se empolga com a ideia de ser o centro das atenções, afinal, esta é uma das poucas vezes em que sai sozinho, sem a companhia dos irmãos.

No dia seguinte, a família está toda na mesa almoçando quando Bernardo entra na sala, ainda meio sonolento, cansado da noite anterior.

Seu pai pega o caderno cultural do Diário de Pernambuco e pergunta:

JUAREZ: Seu Bernardo, o senhor pode me explicar o que é isso? (e mostra uma foto sua, de meia página, com a seguinte legenda:) Rainha das trevas reina do Halloween do Recife.

Bernardo fica pasmo.

Continua amanhã...


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Você sabia?

A palavra gay é originalmente abraçada por homens e mulheres homossexuais como uma expressão positiva, afirmativa (como na liberação gay e nos direitos gay). É utilizada no movimento e também na imprensa e em documentos e estudos acadêmicos. Mas, algumas vezes também é utilizada de forma pejorativa por pessoas preconceituosas.

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