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Reunião do clima termina com atraso e acordo em Durban
Com promessa de recursos de países ricos, pacto renova Protocolo de Kyoto até 2017
Na mais longa reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas até hoje, representantes de 194 países concordaram, por volta das 5h - 1h no horário de Brasília - deste domingo (11) , em renovar o Protocolo de Kyoto pelo menos até 2017 e iniciar um processo com força legal, cujo resultado será um novo pacto global sobre o clima, a entrar em vigor a partir de 2020.
No fim do encontro, cerca de 36 horas depois do previsto, ficou estabelecida também a estrutura do Fundo Verde do Clima (criado para financiar ações de combate às mudanças do clima), que ganhou promessas de fundos de países europeus como Alemanha, Dinamarca e Grã-Bretanha.
O novo Protocolo de Kyoto terá a participação de menos países, com a saída de Rússia, Japão e Canadá, e começará a vigorar no início de 2013.
Foi aprovada também a estrutura que possibilitará projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação, o chamado REDD.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi um desfecho "histórico" para o encontro, mas ambientalistas consideraram o progresso modesto, lembrando que as decisões da reunião COP-17 não afastam o planeta da perigosa rota que, segundo cientistas, levará o planeta a um aquecimento entre 3,5ºC e 5ºC acima dos níveis pré-industriais, ou seja, bem acima dos 2ºC recomendados pela ciência.
Já outros disseram considerar o resultado muito pior que o esperado e apontaram o dedo na direção dos Estados Unidos.
Sarah-Jayne Clifton, da organização Amigos da Terra internacional, afirmou que, "conduzidos pelos EUA, os países desenvolvidos renegaram as suas promessas, enfraqueceram as regras sobre ações climáticas e fortaleceram aqueles que permitem às suas corporações lucrarem com a crise do clima".
O Greenpeace também acusou os americanos de terem enfraquecido o resultado do encontro africano.
Beira do colapso
Para os negociadores, entretanto, a COP-17 foi um sucesso, já que na madrugada de domingo beirou o colapso, depois de um desentendimento entre o negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e um dos principais articuladores da União Europeia, o ministro britânico para Energia e Clima, Chris Huhne.
A temperatura subiu porque europeus e brasileiros não conseguiam se entender sobre o uso da expressão "resultado legal" no texto final do instrumento que servirá de base para a criação de um novo protocolo para redução de gases a partir de 2020.
Depois de muita negociação, todos concordaram com o meio termo "resultado com valor legal" para definir o texto.
O documento aprovado neste domingo prevê o início das negociações já no ano que vem, para que esteja concluído em 2015 e entre em vigor em 2020.
Dessa forma, no futuro o novo pacto climático deverá atrelar todos os países a metas de redução obrigatórias, entre eles os Estados Unidos, que nunca ratificaram Kyoto, e grandes emissores em desenvolvimento como China, Índia e Brasil.
Escaldados pela experiência de Copenhague, em 2009, na COP-17 os chineses não ousaram se opor ao acordo com metas obrigatórias, embora o representante chinês Xie Zhenhua tenha feito um discurso emocionado, dizendo que os países em desenvolvimento fazem mais do que os países desenvolvidos para combater as mudanças do clima.
Índia
Por sua vez a ministra da Índia, Jayanthi Natarajan, diante da plenária lotada, pediu a palavra e também foi contundente contra a versão do "resultado legal", afirmando que não aceitaria que seu país fosse feito "bode expiatório" por um então possível fracasso.
A partir daí, a ministra do Exterior sul-africana, Maite Nkoana-Mashabane, que presidia a COP-17, redobrou os esforços de negociação e, ao voltar à plenária, disse ter conseguido um acordo.
Diante do enorme atraso nos procedimentos, alguns países, como o Japão, chegaram a tirar os ministros de campo, após orientarem os negociadores-chefes de suas delegações para continuar as discussões.
Ainda que um dia e meio depois do previsto, e apesar dos altos e baixos, o resultado confirmou o otimismo de representantes do Brasil e da União Europeia.
Fundo Verde pode sair do papel
nas últimas horas da COP-17
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Daqui a pouco teremos notícias dos esportes. Até galera!
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