No capítulo anterior...
Tatão dá uma bronca em Joana e cobra mais
responsabilidade e obediência da filha
Joaquim é discriminado por colegas de classe,
mas a professora intervém a seu favor
Boneca vai à casa dos pais de Gilberto.
Catarina fica intrigada
CAP. 24
BONECA: Oi,
dona Catarina. Desculpe, eu sei que não sou bem vindo mas sua casa, mas eu
precisava vir aqui.
CATARINA: Se
você sabe, então por que veio?
BONECA: Vim
lhe trazer notícias do seu filho Gilberto. Ele me telefonou ontem à noite.
CATARINA: Ah
sim... Bom, se o motivo é esse, então vamos entrar.
BONECA: Não,
prefiro ficar aqui mesmo. A conversa vai ser rápida.
Odília, Cristina e Celina,
irmãs de Gilberto, se escondem atrás de uma cortina para ouvir a conversa.
CATARINA: Mas,
me diga, por onde anda meu filho?
BONECA: O
Gilberto tá em Ipatinga. Ele tá morando numa pensão, no centro da cidade mesmo
e até já conseguiu um emprego.
CATARINA: Na
lavoura mesmo?
BONECA: Não,
ele tá trabalhando numa escola. Ele varre o chão, joga lixo fora, lava os
pátios, essas coisas. Disse que arrumou uma patroa muito boa e que a mulher tá
gostando muito do serviço dele.
CATARINA: Que
bom saber disso. Depois de tudo que aconteceu, é um alívio ter uma notícia boa
dessas.
BONECA: Ele
vai até terminar o ano de estudo lá. A patroa vai ajudar a conseguir uma vaga
pra ele, mas em outra escola, porque onde ele trabalha é escola particular.
Hoje mesmo vou lá na escola pegar a documentação e mandar pra ele.
CATARINA: Fico
muito agradecida, de você ter vindo aqui me trazer notícias e de estar ajudando
o meu filho.
BONECA: Que
nada, isso é o mínimo que a gente pode fazer. Eu fico pensando na minha mãe. Se
fosse ela, estaria louca pra saber notícias minhas...
CATARINA: Eu
achei um absurdo o que Avenor fez, mas aquele homem é a ignorância em pessoa.
Onde já se viu fazer uma coisa dessas com o próprio filho?
BONECA: Eu
entendo... Aliás, por falar em seu Avenor, melhor eu ir embora, porque que se
ele me pega aqui, só Deus sabe o que pode acontecer. Assim que tiver mais
notícias, eu volto aqui pra falar pra senhora. Até mais ver, dona Catarina.
CATARINA: Obrigado,
meu filho. Obrigado por trazer alívio ao coração dessa mãe preocupada.
No dia seguinte, o time de
handebol entra em quadra para disputar a final da competição. A turma está
animada na arquibancada.
ALUNO 1: É
hoje! Vamos ser campeões! Dá-lhe Bernadete!
ALUNO 2: Com
essa jogadora, que tem um quê a mais, nosso time não perde uma! (muitos risos
da galera)
RAMON: Pô,
galera! Vocês não deixam passar uma, hien?
ALUNO 1: Que
é, Ramon? Deu pra defender o Bernadete agora? Outro dia não era você que tava
querendo enfiar porrada nele?
ALUNO 2: Sei
não, mas acho que ele tava querendo enfiar era outra coisa (risos maliciosos)
RAMON: Me
respeita, rapaz! Agora mesmo eu vou enfiar é a mão no seu escutador de novela.
ALUNO 2: Tá
bom, Ramonzinho, mas não precisa apelar. Pode torcer pelo Bernadete, sem
grilos, que nós vamos torcer também.
O jogo começa. A galera vibra.
Bernardo corresponde à expectativa: joga bem, marca, dá passes e ainda faz dois
gols.
O time vence, mas na hora de
receber as medalhas, a torcida adversária começa a gritar em coro:
TORCIDA: É
marmelada! É marmelada! É marmelada!
Bernardo fica tenso.
Continua segunda-feira...
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Você sabia?
Há acadêmicos que, adotando a proposta de Jurandir Freire Costa, evitam
os termos "homossexualidade" ou "homossexualismo" e
preferem usar "homoafetividade" em virtude de um caráter
"pejorativo" em que as outras duas palavras seriam utilizadas. O
termo “homoafetividade” foi criado originariamente pelo psicanalista alemão
Ferenczi, em 1911, com o assentimento de Freud.
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