No capítulo anterior...
- Catarina reprova a atitude do marido, de
expulsar Gilberto pela segunda vez
- Vanilda se diz feliz por Joana ter arrumado
um namorado, Já o pai se preocupa
- Bernardo vai a um jogo de futsal. A galera
faz insinuações e Ramon ameaça agredi-lo
CAP. 18
RAMON: Vamos,
seu Bernardo! Estou esperando a sua explicação.
BERNARDO
(amedrontado): Eu não sei de nada. Não sei por que eles estão falando essas
coisas...
RAMON: Duvido!
Aposto que você andou dando com a língua nos dentes e falando alguma
besteira...
A galera começa a gritar:
Beija! Beija! Beija!
Bernardo o encara no fundo dos
olhos. Rola um clima. Por instantes parece que tudo para. Ramon volta a si e
também fica meio constrangido.
RAMON: Se
você fosse homem de verdade, eu ia te dar umas boas porradas. Mas... Pensando
bem, quer saber de uma coisa? Deixa pra lá! (e solta o colarinho de Bernardo,
colocando-o novamente no chão)
Bernardo respira aliviado.
RAMON (apontando-lhe
o dedo): Fique ligado! Se ficar falando besteira envolvendo o meu nome, vai ter
de se ver comigo. (e sai)
BERNARDO: Nossa!
O que será que deu nele? Eu não fiz nada...
FÁBIO
(ao lado): Você não sabe?
BERNARDO: Claro
que não. Não sei o que motivou essa violência toda. Eu tava quietinho aqui no
meu canto, não tenho culpa da zoação desse pessoal. Eles zoam com todo mundo
mesmo...
FÁBIO: As
meninas contaram pro Ramon que você é apaixonado por ele...
BERNARDO (incrédulo): Eu? Apaixonado por ele? Quem falou isso?
FÁBIO: A
Laila e a Morgana...
BERNARDO: Ahhh!
Só poderia ser aquelas futriqueiras! Elas me pagam!
Gilberto chega a Ipatinga,
cidade com mais de 200 mil habitantes, há pouco mais de 200 km de Belo Horizonte.
Assim que desce do ônibus, se sente totalmente perdido. Inicialmente se assusta
com o tamanho da cidade, infinitamente maior que a pequena Joanésia. Fica
andando nas ruas, nas imediações da rodoviária, até que vê a placa
identificando uma pensão. Ele vai até lá.
GILBERTO: Moço,
pode me arranjar um quartinho? Quero uma coisa bem simples, bem em conta, que é
pra passar pouco tempo.
RECEPCIONISTA: O moço é novo na cidade?
GILBERTO: Sou.
Tô chegando agora, mas ainda não sei se é pra ficar... Será que é fácil
encontrar trabalho por aqui?
RECEPCIONISTA: Depende do que você sabe fazer. Você trabalha
com quê?
GILBERTO: Trabalhava
na lavoura de café, lá em Joanésia, o senhor conhece?
RECEPCIONISTA: Sim, conheço muito. Tenho até uns parentes
lá. Essa vida de lavoura é muito sofrida. Não quer tentar uma coisa mais fácil,
pra trabalhar limpinho, na cidade mesmo?
GILBERTO: Uai,
se aparecer... A gente tenta né?
RECEPCIONISTA: É que eu sei de uma vaga. Se te interessar...
É na escola que a minha mulher trabalha. A dona precisa de um rapagão, assim
feito você. É pra varrer os pátios da escola, jogar o lixo fora, ajudar a
mulherada na limpeza... Paga salário, assina carteira e tudo.
GILBERTO: Nossa,
seria muito bom. É tudo que eu preciso. E como eu faço para falar com essa
mulher?
RECEPCIONISTA: Eu vou te explicar. Não fica muito longe
daqui não...
GILBERTO: Agradecido.
Em Belém, Helena lava a louça
do jantar, o marido assiste ao futebol na TV. Embora esteja entretido, ele nota
a ausência do filho.
RONALDO: Mulher,
por onde anda o Joaquim? Tá todo mundo lá dentro, menos ele.
HELENA: Saiu,
foi na casa de um colega fazer trabalho de escola.
RONALDO: Você
não acha que esse moleque tá fazendo trabalho de escola demais não?
HELENA: Não
sei, não tenho notado...
RONALDO: Acho
bom ficar de olho. Esse moleque dá nó até em goteira... Já é quase onze da
noite e nem sinal dele...
Enquanto isso...
Joaquim está montado, transformado
em Bebel. Está na boleia de uma carreta atendendo um cliente.
CAMINHONEIRO (espalhando um pó branco sobre o painel do veículo): A
boneca quer cheirar uma branquinha comigo?
JOAQUIM
(assustado): Não! Não, de jeito nenhum! Eu não curto essas paradas não, gato,
meu negócio é só sexo mesmo.
O Caminhoneiro segura Joaquim
pelo pescoço e força para que ele cheire a droga.
CAMINHONEIRO (incisivo): Experimenta, boneca! Tenho certeza que você
vai gostar!
Continua segunda-feira...
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Você sabia?
Apesar
de ser considerada uma violação aos direitos humanos, a discriminação aos
homossexuais é praticada em vários países do mundo, com amparo das próprias
leis. Isso ainda ocorre principalmente na África e no Oriente Médio, onde a
homossexualidade é punida com penas severas como a morte por apedrejamento,
dentre outras.
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