3 de dezembro de 2011

GLS TEEN - CAP. 18



No capítulo anterior...
- Catarina reprova a atitude do marido, de expulsar Gilberto pela segunda vez
- Vanilda se diz feliz por Joana ter arrumado um namorado, Já o pai se preocupa
- Bernardo vai a um jogo de futsal. A galera faz insinuações e Ramon ameaça agredi-lo

CAP. 18

RAMON: Vamos, seu Bernardo! Estou esperando a sua explicação.
BERNARDO (amedrontado): Eu não sei de nada. Não sei por que eles estão falando essas coisas...
RAMON: Duvido! Aposto que você andou dando com a língua nos dentes e falando alguma besteira...

A galera começa a gritar: Beija! Beija! Beija!

Bernardo o encara no fundo dos olhos. Rola um clima. Por instantes parece que tudo para. Ramon volta a si e também fica meio constrangido.

RAMON: Se você fosse homem de verdade, eu ia te dar umas boas porradas. Mas... Pensando bem, quer saber de uma coisa? Deixa pra lá! (e solta o colarinho de Bernardo, colocando-o novamente no chão)

Bernardo respira aliviado.

RAMON (apontando-lhe o dedo): Fique ligado! Se ficar falando besteira envolvendo o meu nome, vai ter de se ver comigo. (e sai)

BERNARDO: Nossa! O que será que deu nele? Eu não fiz nada...
FÁBIO (ao lado): Você não sabe?
BERNARDO: Claro que não. Não sei o que motivou essa violência toda. Eu tava quietinho aqui no meu canto, não tenho culpa da zoação desse pessoal. Eles zoam com todo mundo mesmo...
FÁBIO: As meninas contaram pro Ramon que você é apaixonado por ele...
BERNARDO (incrédulo): Eu? Apaixonado por ele? Quem falou isso?
FÁBIO: A Laila e a Morgana...
BERNARDO: Ahhh! Só poderia ser aquelas futriqueiras! Elas me pagam!

Gilberto chega a Ipatinga, cidade com mais de 200 mil habitantes, há pouco mais de 200 km de Belo Horizonte. Assim que desce do ônibus, se sente totalmente perdido. Inicialmente se assusta com o tamanho da cidade, infinitamente maior que a pequena Joanésia. Fica andando nas ruas, nas imediações da rodoviária, até que vê a placa identificando uma pensão. Ele vai até lá.

GILBERTO: Moço, pode me arranjar um quartinho? Quero uma coisa bem simples, bem em conta, que é pra passar pouco tempo.
RECEPCIONISTA: O moço é novo na cidade?
GILBERTO: Sou. Tô chegando agora, mas ainda não sei se é pra ficar... Será que é fácil encontrar trabalho por aqui?
RECEPCIONISTA: Depende do que você sabe fazer. Você trabalha com quê?
GILBERTO: Trabalhava na lavoura de café, lá em Joanésia, o senhor conhece?
RECEPCIONISTA: Sim, conheço muito. Tenho até uns parentes lá. Essa vida de lavoura é muito sofrida. Não quer tentar uma coisa mais fácil, pra trabalhar limpinho, na cidade mesmo?
GILBERTO: Uai, se aparecer... A gente tenta né?
RECEPCIONISTA: É que eu sei de uma vaga. Se te interessar... É na escola que a minha mulher trabalha. A dona precisa de um rapagão, assim feito você. É pra varrer os pátios da escola, jogar o lixo fora, ajudar a mulherada na limpeza... Paga salário, assina carteira e tudo.
GILBERTO: Nossa, seria muito bom. É tudo que eu preciso. E como eu faço para falar com essa mulher?
RECEPCIONISTA: Eu vou te explicar. Não fica muito longe daqui não...
GILBERTO: Agradecido.

Em Belém, Helena lava a louça do jantar, o marido assiste ao futebol na TV. Embora esteja entretido, ele nota a ausência do filho.

RONALDO: Mulher, por onde anda o Joaquim? Tá todo mundo lá dentro, menos ele.
HELENA: Saiu, foi na casa de um colega fazer trabalho de escola.
RONALDO: Você não acha que esse moleque tá fazendo trabalho de escola demais não?
HELENA: Não sei, não tenho notado...
RONALDO: Acho bom ficar de olho. Esse moleque dá nó até em goteira... Já é quase onze da noite e nem sinal dele...

Enquanto isso...

Joaquim está montado, transformado em Bebel. Está na boleia de uma carreta atendendo um cliente.

CAMINHONEIRO (espalhando um pó branco sobre o painel do veículo): A boneca quer cheirar uma branquinha comigo?
JOAQUIM (assustado): Não! Não, de jeito nenhum! Eu não curto essas paradas não, gato, meu negócio é só sexo mesmo.

O Caminhoneiro segura Joaquim pelo pescoço e força para que ele cheire a droga.

CAMINHONEIRO (incisivo): Experimenta, boneca! Tenho certeza que você vai gostar!

Continua segunda-feira...


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Você sabia?

Apesar de ser considerada uma violação aos direitos humanos, a discriminação aos homossexuais é praticada em vários países do mundo, com amparo das próprias leis. Isso ainda ocorre principalmente na África e no Oriente Médio, onde a homossexualidade é punida com penas severas como a morte por apedrejamento, dentre outras.

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