No capítulo anterior...
- O time de Bernardo vence, mas a torcida adversária
contesta sua presença no time
- Depois de um bate-boca as diretoras são
chamadas para resolver o impasse
- O time de Bernardo é desclassificado e alguns
colegas o culpam pela derrota
- Gilberto é mandado cumprir uma tarefa no
ginásio e o homossexual Adriano o assedia
CAP. 26
GILBERTO: Nossa,
é assim? Bem que as outras serventes tinham me falado que você é bem
alegrinho... Até a dona Selma me falou...
ADRIANO: Querido,
você não viu nada! Adelaide Catarina não brinca em serviço! Eu passo o rodo geral...
Em todos os sentidos que você puder imaginar (risos debochados)
GILBERTO: É,
mas por enquanto acho melhor a gente trabalhar direito. Eu entrei no serviço
agora e não tô afim de perder o meu emprego não. Eu preciso muito desse
trabalho.
ADRIANO: Quem
disse que a gente não vai trabalhar direito, bofe? Adelaide Catarina é quase
uma escrava Isaura nesse colégio. Faço meu serviço muito melhor do que aquele
bando de amapoas. Mas é claro que, se sobrar um tempinho eu me divirto, afinal
de contas eu não tô morta, não sou obrigada...
GILBERTO: Melhor
assim. Então vamos logo lavar o ginásio, porque a dona Selma falou que depois
vem aqui fiscalizar o serviço.
Gilberto liga a mangueira e
começa a molhar a quadra. Sem querer ele acaba jogando água em Adriano, que
reclama de imediato.
ADRIANO: Ai,
bofe! Você me molhou toda! (e toma a mangueira de Gilberto) Já vi que você não
entende nada de mangueira. (risos irônicos) Deixa eu jogar essa água e você
esfrega, porque que mangueira eu entendo muito melhor que você.
Entre uma gracinha e outra,
eles cumprem a tarefa com agilidade. Em pouco tempo o ginásio está lavado. E
Selma chega para fiscalizar.
SELMA: Trabalharam
bem, rapazes. Ficou limpinho, do jeito que eu gosto. Que bom que vocês se
entenderam. (para Gilberto) Adriano é muito caprichoso, mas tem um gênio... O
outro rapaz que trabalhava aqui, antes de você, preferia lavar o ginásio
sozinho a ter que trabalhar junto com ele.
ADRIANO: Porque
aquele songa-monga queria fazer tudo mal feito pra acabar rápido. E como eu não
aceitava, ele ficava criando caso comigo...
SELMA: Foi
por isso que dispensei os serviços dele: andava fazendo muito corpo mole. Que
bom que vocês se entenderam. É um problema a menos pra mim. E agora podem ir
almoçar que as serventes já devem ter servido o almoço.
Joaquim está em seu quarto,
lendo uma revista de moda, quando seu pai entra.
RONALDO
(irônico): Ora, ora, finalmente encontro o senhor em casa...
JOAQUIM: Que
foi, pai, algum problema?
RONALDO: Problema
é que você não anda parando em casa mais, só chega em casa às tantas todos os
dias, não dá satisfação de nada... Por onde você tem andado, moleque?
JOAQUIM: Em
lugar nenhum, pai. Eu tô sempre por aqui. O senhor é que vive no bar bebendo
com os seus amigos e não me vê aqui em casa...
RONALDO: Não
tenta inverter as coisas não, ô moleque. Pensa que eu tô dormindo mas não vejo
você chegando em casa altas horas todos os dias? Eu vou te falar uma coisa: eu
continuo de olho em você. Se tiver mijando fora do penico eu vou descobrir e
você vai se ver comigo...
JOAQUIM: Eu
sempre aviso pra minha mãe quando eu saio. É só perguntar que ela sabe onde eu
fui.
RONALDO: Você
engana a sua mãe, que é uma tonta. Sua mãe é uma mosca morta, você e seus
irmãos fazem dela gato e sapato. A mim você não engana, rapaz...
JOAQUIM: O
senhor tem mania de achar que a gente tá sempre fazendo alguma coisa errada.
Isso já virou perseguição...
RONALDO: Seu
pai é rodado, moleque. Quando você tá indo plantar a macaxeira, eu já tô comendo
a farinha faz tempo...
Em Blumenau, Sérgio e Joana
chegam da escola. Seu pai os aguarda no portão.
TATÃO: Pode
entrar, Joana, que a minha conversa hoje é com esse rapazinho aí.
Sérgio fica apreensivo.
Continua amanhã...
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Você sabia?
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