22 de dezembro de 2011

GLS TEEN - CAP. 34



No capítulo anterior...
- Joaquim é brutalmente agredido por colegas, que só param com a interferência da diretora
- Gilberto se mostra arrependido de ter transado com Adriano e diz que não fará novamente
- Bernardo capricha na produção e vira atração na festa de Halloween
- Juarez mostra a foto de Bernardo em destaque no jornal e pede explicações

CAP. 34

JUAREZ: Vamos, Bernardo, estou esperando a sua explicação. Você saiu de casa na surdina, dizendo que ia dormir na casa de um amigo pra fazer um trabalho de escola e agora me aparece aqui, na primeira página do jornal, e ainda mais, com uma fantasia intitulada “Rainha das Trevas”. É o que tá escrito aqui...
BERNARDO: Pai, eu tava com vontade de ir à festa, só isso.
JUAREZ: E essa roupa, essa fantasia feminina, de onde você tirou isso?
BERNARDO: Foi alugada. Paguei com a minha mesada.
JUAREZ: E precisava ser uma fantasia feminina, filho? Não tinha uma masculina lá não?
BERNARDO: Ah... As masculinas eram tão sem graça... Gostei mais dessa...
LOURDES: Filho, o pior de tudo não é você ter ido à festa e nem a fantasia que usou ou deixou de usar. O problema é que você mentiu para os seus pais, mentiu para os seus irmãos, isso não se faz.
JUAREZ: Desde quando nós lhe ensinamos a mentir pra conseguir as coisas?
BERNARDO: Pai, se eu dissesse que iria à festa, o senhor teria mandado meus irmãos juntos. Aqui em casa a gente só anda em comboio, igual ao senhor faz com suas viaturas lá no quartel.
JUAREZ: E qual o problema? O que você queria fazer de tão importante que seus irmãos e sua irmã não poderiam estar juntos?
GERSON: Vestir essa roupa de mulher, oras.
LOURDES: Fica quieto, Gerson, a conversa aqui é com o Bernardo.
BERNARDO: Nada. Mas eu só queria ter o gostinho de sair sozinho, de experimentar a liberdade, só isso...
JUAREZ: E a liberdade que você queria era essa: de ir parar na primeira página do jornal vestido de mulher? Isso eu e sua mãe não íamos aprovar mesmo. E sabe por quê? Porque nós queremos o seu bem, filho. Queremos o melhor pra você. Não queremos que vire chacota na boca dos outros...
LOURDES: Nunca mais faça isso, filho, mentira não ajuda em nada.
JUAREZ: Nós sempre confiamos em vocês, porque sempre ensinamos a falar a verdade. Agora, da próxima vez que você disser que vai dormir na casa de alguém, a gente vai ficar se perguntando: será que vai dormir mesmo, ou será que está mentindo?
BERNARDO: A verdade, sempre a verdade? Então tá... (e vai saindo da sala)
LOURDES: Não vai almoçar, filho?
BERNARDO: Não, perdi a fome. Mais tarde eu faço um lanchinho.

O almoço termina num clima tenso.

Final da tarde, Ronaldo chega do trabalho e se depara com Joaquim sentado no portão da rua, com a cara toda inchada e alguns hematomas pelo corpo.

RONALDO: Que foi isso, Joaquim? Foi atropelado por um caminhão?
JOAQUIM: Tentativa de assalto, pai. Me cercaram ontem na volta da escola.
RONALDO: Tentativa de assalto, pra roubar o quê? Aluno é mais quebrado que arroz de terceira...
JOAQUIM: Pivete, pai. Era uns quatro ou cinco. Aí eu não quis entregar a carteira e eles vieram me tomar à força.
RONALDO: Que pivete, Joaquim? A escola fica logo ali, aqui todo mundo conhece todo mundo. Quem eram esses pivetes?
JOAQUIM: Não sei, eles não eram daqui, gente desconhecida, de fora...
RONALDO: Pivete assaltando aqui, no Guamá, um bairro de pobre, de periferia? Sei não... Essa história tá muito mal contada...
JOAQUIM: Tá não, pai, foi isso mesmo que aconteceu...
RONALDO: Sei não... Tô achando que você andou brigando foi por outro motivo e só inventou essa história de assalto pra me levar na conversa... Olha aqui rapaz: seja lá qual for o motivo, eu vou descobrir. E se você tiver mentindo, eu amacio o seu coro de novo... Vai ser uma surra lá e outra cá.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Embora gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres homossexuais e bissexuais, tal uso tem sido por vezes contestado em razão do desejo de individuação de outros grupos de variação sexual, que reivindicam identidade autônoma, independente, própria. Especialistas têm escrito que isto é característico, não apenas de grupos de sexualidade, mas de qualquer outro grupo humano.

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