24 de abril de 2012

GLS TEEN - CAP. 140



No capítulo anterior...
- Lorraine insiste com Bebel para passar uma temporada em Brasília
- Bebel hesita, mas acaba aceitando o convite para morar na casa de Lorraine
- O proprietário da lanchonete obriga o funcionário a pedir desculpas a Bebel
- Lorraine agradece ao homem e orienta Bebel a sempre exigir respeito
- Célia aborda Joana em frente ao condomínio e a convida para sair e conversar

CAP. 140

JOANA: Estranho... Você por aqui?
CÉLIA: Eu não moro tão longe daqui. Esqueceu?
JOANA: Não, claro que não... Mas é que você sempre aparece no colégio...
CÉLIA: Mas o assunto que quero conversar hoje só diz respeito a nós duas e não poderia ser tratado na frente do colégio, principalmente com a possibilidade da minha filha aparecer por lá.
JOANA: Nossa! Que coisa séria é essa? Fiquei curiosa agora.
CÉLIA: Você saberá na hora certa. Mas, e aí? Vamos?
JOANA: Vamos nessa (e entra no carro)

Joel aparece na porta do condomínio para saber notícias de Gilberto.

JOEL: Saí pra dar uma volta no Parque agora e resolvi passar aqui pra saber como você tá.
GILBERTO: Tudo tranquilo e você?
JOEL: E a mão, como tá?
GILBERTO: Cicatrizando. Quase não dói mais. Semana que vem vou lá tirar os pontos.
JOEL: E o safado do Romero, veio aqui pra te enrolar mais uma vez?
GILBERTO: Veio...
JOEL: Aposto que contou uma historinha da carochinha e você, todo lerdinho, caiu feito um patinho... Aposto que foi isso, não foi?
GILBERTO: Dessa vez você errou feio...
JOEL: Mesmo? O que foi dessa vez, ele contou uma verdade?
GILBERTO: Não. Continuou contando mentiras e mais mentiras.
JOEL: Isso eu já sabia. Mas e você, como reagiu?
GILBERTO: Eu despejei o balaio de mentiras todo na cara dele e desmontei as historinhas dele, uma por uma.
JOEL (incrédulo) Mentira! Não acredito que você fez isso...
GILBERTO: Fiz. Fui encurralando o safado de uma tal maneira que ele foi ficando sem graça, sem graça até que não resistiu e apelou.
JOEL: Apelou como assim? Tentou te bater?
GILBERTO: Não. Falou que não ira ficar aqui ouvindo as minhas acusações absurdas e se mandou.
JOEL: Eu não acredito. Você teve mesmo coragem de botar o safado pra correr?
GILBERTO: Tive. Tô te falando... De bobo eu só tenho a cara e o andado. Peão pode até me fazer de besta, mas depois que eu descobrir, é uma vez só.
JOEL: Nem tanto, Gilbertina... Nem tanto... O caro fez gato e sapato de você. A Gildete estava toda melosinha, apaixonada, e a biba deitando e rolando...
GILBERTO: Pois é, mas é porque eu não tinha certeza e não queria ser injusto com ele. Mas a partir do momento que tive certeza das cachorradas que ele andava aprontando, não pensei duas vezes em soltar a peia dele.
JOEL: Agora você me dá razão? Agora você acredita nas coisas que eu te falei?
GILBERTO: Sim, eu sou obrigado a reconhecer que você tá coberto de razão.
JOEL: Então, de agora em diante, abre o teu olho. Nesse meio nosso tem muita gente que só quer usar o seu corpinho, só quer tirar proveito. Aprenda essa lição: as pessoas são capazes de tudo, de qualquer coisa, por sexo, dinheiro e poder.
GILBERTO: É, infelizmente acabei descobrindo da pior maneira possível... Tá aqui a minha mão que não me deixa mentir...
JOEL: Pois é... quando a Juju falar alguma coisa, ao invés de dizer que eu sou venenosa, maldosa, confia na Juju, porque o que você tem de idade, eu tenho de carreira no meio dessa bicharada...
GILBERTO: Carreira? Como assim?
JOEL: Modo de dizer. É que o pessoal diz que bicha não vive, faz carreira. Então, quando você nasceu eu já tinha estreado na carreira de biba...
GILBERTO: Ai, como você é bobo...

Célia leva Joana a um restaurante discreto e pacato, onde podem conversar isoladas sem se preocuparem.

CÉLIA: Joana, você deve ter percebido que eu sempre tive um carinho muito grande por você.
JOANA: Sim, disso eu tenho certeza.
CÉLIA: Também sempre fiz muito gosto da sua amizade com a minha filha Jussara.
JOANA: Sim, você me disse isso várias vezes.
CÉLIA: Então, é uma pena que aquela cabecinha de vento não tenha dado valor a isso e tenha se deixado levar pelas opiniões infantis das amigas dela. Eu realmente fazia muito gosto nessa amizade...
JOANA: Eu não tô entendendo... Todas essas coisas que você tá dizendo eu já sei, aliás, tô careca de saber... Você tá querendo me dizer alguma outra coisa que eu não tô captando?
CÉLIA: Então, é complicado pra mim te dizer isso... Eu não sei com você vai receber... Mas eu fazia muito gosto na sua amizade com a Jussara porque era uma maneira da gente conversar mais, se conhecer melhor... Pena que a coisa não saiu como eu esperava...
JOANA: Eu continuo não entendendo nada... Dá pra você ser mais direta?
CÉLIA: Não sei, você é uma menina nova. Mas ao mesmo tempo me passa uma certa segurança, uma confiança. Por outro lado, posso esta dando um tiro no pé...
JOANA: Eu não aguento mais esse joguinho de palavras. Dá pra você dizer de uma vez por todas o que quer dizer? Seja lá o que for, não deve ser tão absurdo assim que eu não possa compreender...
CÉLIA (sem cerimônia): Eu sempre fui apaixonada por você, desde o primeiro instante em que te vi.

Joana fica pasma.

Continua amanhã...


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Você sabia?

No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade.

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