No capítulo anterior...
- Assustado com o corte na mão, Gilberto liga
para Joel, que o leva até um hospital
- Bebel procura a transportadora, mas não há
nenhuma carga para São Paulo
- Gilberto inventa para Lorraine que sofreu
um acidente de moto
- Bernardo pede a Lorraine que marque um
horário com a psicóloga da ONG
- Um caminhoneiro convida Bebel para conhecer
o centro político de Brasília
CAP. 134
Bebel pensa por alguns
instantes.
BEBEL: Bora
lá! Eu sempre tive curiosidade de conhecer aqueles prédios que a gente sempre vê
na televisão. Depois você me traz de volta?
CAMINHONEIRO: Trago sim. Vou só entregar uma encomenda, dar
um passei lá e volto.
Os dois entram no pequeno
caminhão baú e seguem para o centro da cidade.
Bebel se deslumbra com o
monumento a JK, se impressiona com a altura da torre de TV e avista a Esplanada
dos Ministérios.
BEBEL: Aquele
lugar ali eu já vi muito! Nossa! Tudo aqui é longe, grande... Parece que
queriam fazer uma cidade grande da noite pro dia...
CAMINHONEIRO: É incrível imaginar como essa cidade nasceu
na cabeça do JK e foi ganhando forma... Acho que nem ele imaginava que isso
fosse ficar bonito desse jeito... O cara era muito doido pra tirar a capital do
Rio de Janeiro, aquela cidade bonita daquele jeito e construir aqui, nesse fim
de mundo... Ainda bem que deu certo né? Já pensou se tivesse dado errado?
BEBEL: Ele
nunca mais tinha ganhado nenhuma eleição... (risos)
CAMINHONEIRO: Seguinte, agora nós vamos sair desse avenidão
porque eu tenho de entregar a minha carga. Pelo que me explicaram, fica ali
(mostra) do lado daquele banco. Depois a gente volta e vai até o palácio do
governo.
BEBEL: Beleza.
Tô gostando muito do passeio. Pena que não tenho uma máquina fotográfica aqui
pra tirar umas fotos. Minha mãe ia adorar se eu mandasse umas pra ela...
O caminhoneiro deixa o Eixão,
vira à direita e se dirige ao Setor Bancário Sul, onde deverá fazer sua
entrega. Bebel continua encantada com as características da cidade, tão
diferentes da sua.
Na hora do recreio, Jussara se
dirige à cantina para comprar lanche. Joana está na fila, já próxima de ser
atendida.
JOANA: Quer
entrar no meu lugar pra comprar o seu lanche?
JUSSARA
(indiferente): Não obrigada. Prefiro pegar a fila no final mesmo.
JOANA: Poxa,
só estou querendo ser gentil.
JUSSARA: Eu
dispenso a sua gentileza. Obrigada.
Joana fica inconformada. Nisso
a atendente chama a sua atenção informando que é a sua vez de pedir. Joana
ainda mantém os olhos sobre Jussara, mas ela se esquiva para não ser vista.
Mais tarde, na saída da escola,
Célia aborda Joana.
CÉLIA: Oi
menina! Você anda tão sumida! Não quer falar comigo mais, não quer minha
carona... O que houve?
JOANA: A
Jussara não te falou nada?
CÉLIA: Na
verdade falou, mas acho tão infantil da parte dela... Vocês eram tão amigas... Eu
fazia tanto gosto nessa amizade... Não entendo o que se passa na cabeça da
minha filha.
JOANA: Nem
eu...
CÉLIA: É
uma bobagem isso que as amiguinhas dela andaram falando... A gente não pode
julgar as pessoas assim, por essas bobagens.
JOANA: Ela
te falou que as amigas dela acham que eu sou lésbica?
CÉLIA: E
se for? E daí? Isso não muda nada. Você é uma menina educada, bacana. Minhas
impressões sempre foram as melhores sobre você.
JOANA: Quer
dizer que você não me reprova por isso? Nem tem preconceito por causa disso que
disseram?
CÉLIA: Claro
que não. Vida sexual da pessoa só interessa a ela mesma. Isso não diz respeito
à coletividade. Por isso acho o comportamento da Jussara muito infantil. Já
tentei falar com ela, mas nessa idade, vocês jovens são muito influenciados
pelos coleguinhas, pela turma... Infelizmente.
JOANA: Isso
é uma intriga que fizeram contra mim, talvez por despeito de ver que eu e a
Jussara éramos muito amigas. Na verdade nunca tive contato com outra mulher,
isso foi uma acusação absurda que inventaram.
CÉLIA: Eu
sei, minha querida, por isso nunca levei isso à sério.
Nisso Jussara se aproxima do
carro e não esconde o incômodo com a presença de Joana.
JUSSARA
(entrando no carro): Vamos mamãe? Tenho muito que estudar hoje.
CÉLIA: Até
mais, Joana. Bom falar com você. Dia desse a gente combina um almoço juntas,
ok?
JUSSARA: Como
é que é mãe?
Continua amanhã...
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Você sabia?
A
pesquisa e a literatura clínica demonstram que atração sexual e romântica pelo
mesmo sexo, são sentimentos e comportamentos normais e variações positivas da
sexualidade humana. O consenso de longa data das ciências comportamentais e
sociais e dos profissionais de saúde e saúde mental é que a homossexualidade,
por si só, é uma variação normal e positiva da orientação sexual humana.
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