17 de abril de 2012

GLS TEEN - CAP. 134



No capítulo anterior...
- Assustado com o corte na mão, Gilberto liga para Joel, que o leva até um hospital
- Bebel procura a transportadora, mas não há nenhuma carga para São Paulo
- Gilberto inventa para Lorraine que sofreu um acidente de moto
- Bernardo pede a Lorraine que marque um horário com a psicóloga da ONG
- Um caminhoneiro convida Bebel para conhecer o centro político de Brasília

CAP. 134

Bebel pensa por alguns instantes.

BEBEL: Bora lá! Eu sempre tive curiosidade de conhecer aqueles prédios que a gente sempre vê na televisão. Depois você me traz de volta?
CAMINHONEIRO: Trago sim. Vou só entregar uma encomenda, dar um passei lá e volto.

Os dois entram no pequeno caminhão baú e seguem para o centro da cidade.

Bebel se deslumbra com o monumento a JK, se impressiona com a altura da torre de TV e avista a Esplanada dos Ministérios.

BEBEL: Aquele lugar ali eu já vi muito! Nossa! Tudo aqui é longe, grande... Parece que queriam fazer uma cidade grande da noite pro dia...
CAMINHONEIRO: É incrível imaginar como essa cidade nasceu na cabeça do JK e foi ganhando forma... Acho que nem ele imaginava que isso fosse ficar bonito desse jeito... O cara era muito doido pra tirar a capital do Rio de Janeiro, aquela cidade bonita daquele jeito e construir aqui, nesse fim de mundo... Ainda bem que deu certo né? Já pensou se tivesse dado errado?
BEBEL: Ele nunca mais tinha ganhado nenhuma eleição... (risos)
CAMINHONEIRO: Seguinte, agora nós vamos sair desse avenidão porque eu tenho de entregar a minha carga. Pelo que me explicaram, fica ali (mostra) do lado daquele banco. Depois a gente volta e vai até o palácio do governo.
BEBEL: Beleza. Tô gostando muito do passeio. Pena que não tenho uma máquina fotográfica aqui pra tirar umas fotos. Minha mãe ia adorar se eu mandasse umas pra ela...

O caminhoneiro deixa o Eixão, vira à direita e se dirige ao Setor Bancário Sul, onde deverá fazer sua entrega. Bebel continua encantada com as características da cidade, tão diferentes da sua.

Na hora do recreio, Jussara se dirige à cantina para comprar lanche. Joana está na fila, já próxima de ser atendida.

JOANA: Quer entrar no meu lugar pra comprar o seu lanche?
JUSSARA (indiferente): Não obrigada. Prefiro pegar a fila no final mesmo.
JOANA: Poxa, só estou querendo ser gentil.
JUSSARA: Eu dispenso a sua gentileza. Obrigada.

Joana fica inconformada. Nisso a atendente chama a sua atenção informando que é a sua vez de pedir. Joana ainda mantém os olhos sobre Jussara, mas ela se esquiva para não ser vista.

Mais tarde, na saída da escola, Célia aborda Joana.

CÉLIA: Oi menina! Você anda tão sumida! Não quer falar comigo mais, não quer minha carona... O que houve?
JOANA: A Jussara não te falou nada?
CÉLIA: Na verdade falou, mas acho tão infantil da parte dela... Vocês eram tão amigas... Eu fazia tanto gosto nessa amizade... Não entendo o que se passa na cabeça da minha filha.
JOANA: Nem eu...
CÉLIA: É uma bobagem isso que as amiguinhas dela andaram falando... A gente não pode julgar as pessoas assim, por essas bobagens.
JOANA: Ela te falou que as amigas dela acham que eu sou lésbica?
CÉLIA: E se for? E daí? Isso não muda nada. Você é uma menina educada, bacana. Minhas impressões sempre foram as melhores sobre você.
JOANA: Quer dizer que você não me reprova por isso? Nem tem preconceito por causa disso que disseram?
CÉLIA: Claro que não. Vida sexual da pessoa só interessa a ela mesma. Isso não diz respeito à coletividade. Por isso acho o comportamento da Jussara muito infantil. Já tentei falar com ela, mas nessa idade, vocês jovens são muito influenciados pelos coleguinhas, pela turma... Infelizmente.
JOANA: Isso é uma intriga que fizeram contra mim, talvez por despeito de ver que eu e a Jussara éramos muito amigas. Na verdade nunca tive contato com outra mulher, isso foi uma acusação absurda que inventaram.
CÉLIA: Eu sei, minha querida, por isso nunca levei isso à sério.

Nisso Jussara se aproxima do carro e não esconde o incômodo com a presença de Joana.

JUSSARA (entrando no carro): Vamos mamãe? Tenho muito que estudar hoje.
CÉLIA: Até mais, Joana. Bom falar com você. Dia desse a gente combina um almoço juntas, ok?
JUSSARA: Como é que é mãe?

Continua amanhã...


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Você sabia?

A pesquisa e a literatura clínica demonstram que atração sexual e romântica pelo mesmo sexo, são sentimentos e comportamentos normais e variações positivas da sexualidade humana. O consenso de longa data das ciências comportamentais e sociais e dos profissionais de saúde e saúde mental é que a homossexualidade, por si só, é uma variação normal e positiva da orientação sexual humana.

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