12 de abril de 2012

GLS TEEN - CAP. 130



No capítulo anterior...
- Joana se irrita com a presença de Lorraine, que pouco a pouco conquista sua confiança
- Lorraine insinua que Joana está apaixonada por outra garota
- Joana reluta em aceitar, mas acaba se abrindo e dando a entender que Lorraine tem razão
- Simone e Airton fofocam sobre Bernardo quando são surpreendidos pelo próprio

CAP. 130

SIMONE (sem graça): Oi Bê! Não sabia que você tava aí...
BERNARDO: Vocês querem mesmo saber o que pegou lá no quartel?
AIRTON: Não... Bobagem, a gente só tava conversando aqui...
BERNARDO: Eu conto. Sem problemas. Eu armei um barraco lá e falei que não queria servir de jeito nenhum. Falei que eu era gay e não daria certo ficar aprisionado no meio de um tanto de homens daquele.
SIMONE: Jura? Você teve coragem?
BERNARDO: Na verdade eu fiz muito pior. Mas não vem ao caso entrar em detalhes agora...
AIRTON: Então é por isso que o pai tá boladão com você...
BERNARDO: Boladão ele ficaria é se eu tivesse entrado lá... Meu pai precisa entender que é que nós não somos os soldadinhos do quartel que ele manda e eles são obrigados a obedecer. Nós temos vontades próprias e essas vontades precisam ser respeitadas... Eu quero fazer a minha faculdade, me formar... Não poderia perder anos da minha vida dentro daquele quartel apenas para satisfazer as vontades dele...
SIMONE: É, não posso deixar de reconhecer que você foi corajoso, enfrentando o papai desse jeito... Acho que eu não teria essa coragem...
AIRTON: Nem eu...
BERNARDO: Também não pensava que tivesse, mas dizem que é a necessidade que faz o sapo pular... Quando me vi obrigado a entrar naquele quartel, tirei coragem nem sei de onde pra desafiar o velho e fazer valer a minha vontade. E digo mais a vocês: se precisasse eu faria tudo de novo. Sou muito grato a tudo que os nossos pais fizeram por mim, mas também quero ter o direito de escrever a minha própria história...

Airton e Simone se olham admirados com a segurança de Bernardo.

DIAS DEPOIS...

Gilberto toma um demorado banho, se perfuma, sempre conferindo a hora no relógio. Está ansioso pela chegada de Romero.

GILBERTO: Puxa! Tá demorando... Mania que esse cara tem de atrasar...

Os minutos vão se passando e nada. Logo passa uma hora e nem sinal de Romero. Impaciente, Gilberto liga para Joel.

JOEL (deitado na sua cama): Eu já não te falei bichinha que esse Romero só tá te fazendo de trouxa? Aposto que encontrou algum programa mais interessante e te botou pra escanteio...
GILBERTO: Como assim? A gente tava de boa, saímos várias vezes nos últimos dias e ele sempre me pareceu muito interessado...
JOEL: Interessado porque não tinha aparecido nada melhor, Gilbertina! Se liga mona! Entenda uma coisa: ele tá seguro de que te tem na mão, então, quando não aparece nada melhor ou diferente, ele fica com você. Quando aparece outra novidade, ele dá no pé e te deixa chupando o dedo... Sabe que quando voltar, você engole qualquer desculpa e fica por isso. Romero é uma bicha rodada e tá careca de saber que você tá apaixonada por ele. Sabe que você tá comendo na mão dele feito um passarinho...
GILBERTO: Mas então, o que eu devo fazer?
JOEL: Dispensa esse cara! Dá um chute no traseiro dele. Iguais a esse Romero tem dezenas aí na praça...
GILBERTO: Mas eu gosto tanto dele...
JOEL: No começo você vai sofrer um pouco, mas depois supera.
GILBERTO: Ah... Não sei! Prefiro esperar mais um pouco. Acho melhor não tomar nenhuma atitude precipitada. E se ele tiver algum motivo sério pra se atrasar? Vou ser injusto com ele  e isso não é legal...

Depois que desligam os telefones...

JOEL (para si mesmo): Coitada da Gilbertina! O pior cego é aquele que não quer ver!

Já é noite quando o caminhoneiro se aproxima de um trevo que dá acesso à Brasília. Bebel cochila no banco do carona.

Alguns quilômetros adiante o motorista deixa a rodovia e adentra o estacionamento de um posto de gasolina. Com a manobra, Bebel acorda.

CAMINHONEIRO: Aí moça, chegamos ao destino.
BEBEL: Aqui é Brasília?
CAMINHONEIRO: Estamos num trevo que dá acesso à cidade. É o fim da linha pra você. Eu vou pernoitar aqui, pra amanhã bem cedo pegar minha carga e rumar de volta pra Belém.
BEBEL: Será que aqui nesse posto consigo alguma carona pra São Paulo?
CAMINHONEIRO: Eu não posso te garantir nada. Mas não custa tentar, não é mesmo?
BEBEL: Verdade. Melhor eu pegar minhas trouxas e me mandar. Eu lhe agradeço muito por essa carona. Me ajudou bastante.
CAMINHONEIRO: Não foi nada. Foi até bom que você me fez companhia. É bom viajar conversando com alguém. Pelo menos a gente não corre o risco de dormir na estrada. Ainda mais numa viagem longa como essa.
BEBEL (pegando suas coisas): Mais uma vez, muito obrigado. Nem sei como lhe agradecer.
CAMINHONEIRO: Boa sorte! Você vai precisar.

Bebel desce, olhando para um lado e para outro, observando o movimento. Ela se dirige ao banheiro para tomar um banho e relaxar das longas horas de viagem.  Em seguida segue para o restaurante, onde os caminhoneiros se reúnem para conversar antes de pegar a estrada.

BEBEL (para si mesma): Tomara que tenha a mesma sorte e consiga uma carona rápida pra São Paulo! Ainda tem chão pra burro!

Continua amanhã...


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Você sabia?

Como não havia nenhum respaldo científico que provasse ser a homossexualidade uma doença ou um distúrbio mental, os profissionais em medicina, saúde mental e em ciências comportamentais e sociais chegaram à conclusão de que era incorreto classificar a homossexualidade como uma desordem mental e que a classificação como Distúrbio Mental refletia pressupostos baseados em normas e conceitos sociais (preconceito), não tendo, portanto, valor científico.

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