4 de abril de 2012

GLS TEEN - CAP. 123



No capítulo anterior...
- Joel orienta Gilberto a se fazer de difícil e não facilitar as coisas para Romero
- Romero insiste na mentira da tida doente e convida Gilberto para ir à sua casa. Ele fica radiante.
- O tenente orienta os rapazes para tirarem a roupa. Bernardo hesita, atraindo a atenção de todos
- Pressionado pelo tenente, Bernardo tira a calça. Ao invés de cueca, ele usa uma calcinha rosa, chocando a todos

CAP. 123

O tenente joga o gorro no chão e sapateia em cima, inconformado.

TENENTE: Eu não acredito! Meus olhos estão me traindo! O cidadão vem fazer exame no Exército usando uma calcinha rosa de rendinha? Não, não, não! Isso não é possível!

Sério e irritado, o tenente atravessa a sala e para bem de frente a Bernardo, encarando-o nos olhos.

TENENTE: Ô cidadão, você pode me explicar que palhaçada é essa? Tu tá de deboche? Alguém aqui tem cara de palhaço?
BERNARDO: Não senhor.
TENENTE: Você botou isso aí só pra dar o seu showzinho aqui no meio da galera ou você usa isso aí no seu dia a dia?
BERNARDO: Uso sim senhor!
TENENTE: Ai meu Deus! O mundo tá perdido mesmo!

O capitão médico faz um sinal para o Tenente, para que ele pare.

TENENTE: Eu ainda acho que o senhor tá de sacanagem com a gente aqui. Mas em todo caso, vamos lá. Tem gosto pra tudo né?
CAPITÃO: Vamos, meu rapaz, acabe de tirar a roupa. Eu preciso começar o exame.

Apesar do clima tenso, os risos são inevitáveis.

Em outro ponto da cidade, Joana conversa com a mãe enquanto ela prepara um café.

VANILDA: Minha filha, você não acha que sua amizade com essa colega da escola tá indo rápido demais não? De vez em quando essa mulher te leva pra almoçar, te leva pra passear, pra estudar na casa dela... Tô achando isso meio estranho...
JOANA: Estranho nada, dona Vanilda. A Jussara e eu nos tornamos grandes amigas, temos afinidades, só isso. E a mãe dela gosta muito de mim. Que mal há nisso?
VANILDA: Não sei, mas pelo visto essa mulher é bem de situação e gente rica não costuma ser tão afeiçoada assim a qualquer um...
JOANA: Bobagem. Quando a senhora conhecer a Célia, vai ver que é uma pessoa muito legal.
VANILDA: Assim espero...

Na estrada, rumo a Belo Horizonte, o caminhoneiro conversa com Bebel.

CAMINHONEIRO: Desculpa eu te perguntar, mas eu tenho umas curiosidades a respeito dessa vida que você leva.
BEBEL: Pode perguntar. Eu não me importo.
CAMINHONEIRO: Você é assim desde pequeno? Nunca teve vontade de pegar mulher?
BEBEL: Eu não! Eu não tô louca! Mulher pra mim, só pra lavar roupa e limpar a casa. Aliás, nem pra isso eu não preciso, que eu mesma faço...
CAMINHONEIRO: Nossa, mas mulher é bom demais. É a melhor coisa que existe no mundo...
BEBEL: É, tem gosto pra tudo... Eu sempre gostei de homem. Desde pequeno eu adorava brincar com os meninos, só pra ficar me agarrando com eles...
CAMINHONEIRO: E como foi a sua primeira vez? Como você perdeu a virgindade?
BEBEL: Eu era pequeno, tinha uns dez anos de idade. Foi com um tio meu, coroa, irmão do meu pai. Ele era safado, sacava que eu gostava da coisa... Aí um dia, ele me levou pra casa dele, deu um jeito da gente ficar sozinho e inventou que ia tomar banho, ficou pelado na minha frente e aí rolou...
CAMINHONEIRO: Então você era safadinho desde pequeno?
BEBEL: Ah... Eu já aprontava desde cedo. Atendi todos os coleguinhas da rua...
CAMINHONEIRO: E quando você começou a se vestir de mulher assim?
BEBEL: Isso tem pouco tempo. Eu morria de medo do meu pai, então tinha de disfarçar de todo jeito. Depois eu comecei a fazer programa na rua, aí uns colegas da escola me viram de mulher e contaram pra ele. O brucutu me deu a maior surra... Aí saí de casa, fui pra São Paulo, voltei pra Belém e agora tô indo de novo...
CAMINHONEIRO: Nossa, então sua vida é bem movimentada...

Nisso o caminhoneiro entra num posto para fazer uma parada. A conversa é interrompida.

De volta ao quartel, após o tumultuado exame médico, os rapazes estão no galpão, aguardando a entrevista. Ao fundo do recinto há algumas mesas com cadeiras, onde se sentam entrevistadores e entrevistados. Os demais rapazes aguardam sentados no chão, enquanto são observados por alguns cabos e sargentos.

Bernardo é chamado para a entrevista.

TENENTE: Seu Bernardo, apesar do incidente lá no exame médico, todo o processo de avaliação indica que o senhor será incorporado ao Exército. Além do mais, há uma observação aqui na sua ficha. Isso significa que temos uma ordem superior para incorporá-lo. A pergunta é a seguinte: o senhor tem mesmo certeza de que quer servir ao Exército?

Bernardo fica pensativo.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa realizada para as eleições presidenciais de 2008, 4% do eleitorado se auto-identificava como gay, lésbica ou bissexual, a mesma percentagem de 2004.

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