23 de abril de 2012

GLS TEEN - CAP. 139



No capítulo anterior...
- Gilberto pede que Romero desça do carro para que eles possam conversar
- Gilberto começa a desmascarar Romero e revelar suas mentiras
- Romero tenta negar, mas por diversas vezes entra em contradição
- Sem saída, Romero resolve ir embora. Gilberto se sente aliviado
- Lorraine propõe a Bebel que ela fique morando em Brasília por um tempo

CAP. 139

BEBEL: Morar aqui em Brasília?
LORRAINE: É isso mesmo gata.
BEBEL: Não sei... Na verdade isso nunca me passou pela cabeça... Nem conheço essa cidade direito...
LORRAINE: E São Paulo, você conhecia quando foi pra lá a primeira vez? Conhece direito hoje?
BEBEL: Pra falar a verdade não...
LORRAINE: Então... Cidade grande a gente nunca conhece tudo... É assim com todo mundo. Eu tenho amigos nascidos no Rio de Janeiro que nunca subiram no Cristo Redentor, nem no bondinho do Pão de Açúcar... Olha, Brasília é uma cidade grande, desenvolvida, onde rola muita grana. Você pode se dar muito bem aqui... Talvez até melhor que em São Paulo, onde essa vida de profissional do sexo está muito defasada, todo mundo só pensa em ir pra lá... A concorrência é muito grande, entende?
BEBEL: É. Olhando por esse lado você pode ter razão... Problema é que eu não conheço nada aqui em Brasília, não tenho nem lugar de ficar. E por enquanto estou com uma merreca de dinheiro que vai acabar em alguns dias.
LORRAINE: Você pode ficar na minha casa, gata. Eu moro num apartamento razoavelmente grande e que está praticamente vazio... Não teria problema nenhum em te acomodar lá por algum tempo...
BEBEL: Puxa! Você é uma pessoa muito boa. (pensativa) Mas me diga uma coisa: você nem me conhece direito, porque tá fazendo todas essas coisas por mim?
LORRAINE: Eu sou uma pessoa vivida. Já vi e vivi muita coisa. Eu sei as dificuldades que as travestis passam. Além do mais, faço parte de uma ONG, então faz parte do meu trabalho ajudar. Mas que fique claro: vou te dar uma força por algum tempo, até você se entrosar na cidade. Depois quero que crie asas, encontre o seu espaço, o seu trabalho e siga sua vida, ok?
BEBEL: Tudo bem. Eu entendi direitinho. Nossa! Se você puder me dar essa força, eu agradeço muito.
LORRAINE: Não me agradeça. Lembre-que amanhã você terá a obrigação de fazer a mesma coisa por outra pessoa, om?
BEBEL: Mesmo assim, muito obrigado.

Nisso o proprietário se aproxima da mesa, acompanhando do atendente que havia maltratado Bebel.

PROPRIETÁRIO: Com licença senhoras, o Maicon quer falar uma coisa com as moças.
MAICON (irônico): Moças é?
PROPRIETÁRIO: Maicon, nós já conversamos. Eu já dei a chance que você precisava. Agora, ou você pede desculpa pra moça, ou então eu vou ser obrigado a te mandar pra rua. Agora é com você. Pode escolher.

Maicon hesita, reluta, mas acaba cedendo.

MAICON: A Senhorita me desculpe. Eu não agi correto, me desculpe.
PROPRIETÁRIO: Posso ter certeza que isso não vai se repetir mais aqui no meu estabelecimento?
MAICON: Sim senhor.
PROPRIETÁRIO (para Bebel): E a moça, está satisfeita com o pedido de desculpa?
BEBEL: Sim senhor, eu tô.
LORRAINE (emendando): Desde que isso não volte a repetir, nós voltaremos ao estabelecimento e até indicaremos para outras amigas.
PROPRIETÁRIO: Pode ficar certa: não vai se repetir. E se acontecer de novo, o Maicon já sabe o que vai acontecer com ele, não sabe rapaz?
MAICON: Sim senhor.
PROPRIETÁRIO: Então, se já tá tudo resolvido, eu vou cuidar dos outros clientes e as moças podem continuar a vontade. (para o funcionário) Vamos Maicon!

Depois que os dois se retiram...

LORRAINE: Tá vendo como é? Se a gente não reagir, ficar calada, eles limpam os pés em nós como se fôssemos tapetes. É preciso rodar a baiana sempre, exigir respeito e os nossos direitos.
BEBEL: Puxa! Você é porreta mesmo!
LORRAINE: Bom, agora que tá tudo resolvido, vamos lá no posto buscar as suas coisas? Meu carro tá num estacionamento aqui perto.
BEBEL: Vamos sim. E mais uma vez, obrigado por tudo. Não sei o que teria acontecido comigo se não fosse você.

Elas se levantam da mesa e saem, sob alguns olhares admirados de alguns fregueses da lanchonete.

Joana caminha na área externa do prédio quando um carro para do seu lado, despertando a sua atenção.

CÉLIA: Oi Joana! Será que a gente pode dar uma volta e conversar um pouco?

Continua amanhã...


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Você sabia?

“Embora tenha havido reclamações por grupos políticos conservadores nos Estados Unidos que esta maior prevalência de problemas de saúde mental entre LGBT é a confirmação de que a homossexualidade é um transtorno mental em si, não há qualquer evidência para fundamentar tal afirmação.", garante o Royal College of Psychiatrists, da Inglaterra.

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