No capítulo anterior...
- Lorraine intervém, mas ainda assim o
atendente continua discriminando Bebel
- Percebendo a confusão, o proprietário da
lanchonete interfere e pede desculpas
- Lorraine exige que o atendente peça
desculpas a Bebel e o proprietário oferece um lanche
- Bebel conta a Lorraine seus planos de
seguir para São Paulo. Lorraine a desaconselha
- Romero chega à porta do condomínio e
convida Gilberto para entrar no carro
CAP. 138
GILBERTO: Desce
aí, vamos conversar um pouco. Depois a gente vai.
Romero desce do carro.
ROMERO: Você
tá diferente... Ah... É a sua mão... O que houve?
GILBERTO: Caí
um tombo e cortei a mão.
ROMERO: Mas
já tá tudo bem né?
GILBERTO: Agora
sim, tudo sob controle.
ROMERO: E
aí, onde você quer passear hoje?
GILBERTO: Eu
não quero passear em lugar nenhum.
ROMERO: Como
assim? Não tô te entendendo...
GILBERTO: Eu
não vou passear com você nem hoje e nem nunca mais. Tô cansado das suas
histórias, das suas mentiras.
ROMERO: Mentiras?
Do que mesmo você tá falando?
GILBERTO: Não
perca seu tempo tentando se fazer de ingênuo. Sua máscara caiu. A mim você não
engana mais...
ROMERO: Gilberto,
acho que você tá confundindo as coisas... Você tá me acusando de verdadeiros
absurdos...
GILBERTO: Não.
Eu não tô confundindo nada. Sei exatamente do que eu tô falando. Você é que te
tá tentando dar o golpe do Joãozinho sem braço, mas fique tenha certeza que
comigo não vai colar mais.
ROMERO: Cara,
que viagem! Você tá forçando uma barra que não existiu...
GILBERTO: Olha,
quando a gente se conheceu, eu tava te levando à sério, confiando em você,
pensando que você era um cara sério, responsável, mas depois que comecei a
descobrir as mentiras, sinceramente o meu castelinho desmoronou.
ROMERO: Mas
eu nunca te prometi nada, nunca assumimos nenhum compromisso sério...
GILBERTO: Mas
mesmo entre amigos, é preciso ter um mínimo de sinceridade.
ROMERO: Eu
não sei do que você tá me acusando... Se pelo menos você pudesse me dizer...
GILBERTO: Eu
te digo. Lembra um dia que você prometeu me levar no aniversário de um amigo
seu e combinou de passar aqui em casa às nove?
ROMERO: Lembro.
GILBERTO: Então...
Eu fiquei te esperando aqui até as onze da noite e você nem deu sinal de vida.
ROMERO: Mas
eu te expliquei que eu não vi porque o meu tio sofreu um acidente de carro e eu
tive que levar o coroa no hospital, não expliquei?
GILBERTO: Seu
tio?
ROMERO: É,
o tio Venceslau. Eu te expliquei isso...
GILBERTO: Tá
vendo como você tá mentindo? Você tinha falado que era uma tia, uma mulher,
agora vem com essa história de Venceslau... Nem mentir você sabe direito... Você
deve contar tantas mentiras pra tantas pessoas que depois nem sabe o que falou
pra quem...
ROMERO: Ah!
Pera aí Gilberto! Você tá tentando me confundir...
GILBERTO: Ah,
agora sou eu? E essa não foi a única vez... Teve outras... Lembra que no final
de semana você me chamou pra ir lá pra casa do seu amigo na Asa Sul?
ROMERO: Eu
te chamei? Eu não... Eu falei que talvez, se o meu amigo viajasse...
GILBERTO: Romero,
eu não sou doido e nem surdo, eu escuto muito bem. Você me convidou pra passar
o final de semana lá casa daquele seu amigo que a gente foi uma vez.
ROMERO: Poxa!
Você tá misturando tudo! Se você quer saber, meu amigo nem viajou!
GILBERTO: Tá
vendo? Tá mentindo de novo! Se o seu amigo viajou ou não, eu não sei. Mas que
rolou uma festinha lá, isso eu posso garantir que rolou, porque eu vi com os
meus próprios olhos. Você estava lá na piscina aos beijos com um carinha lá. E nem
tente dizer que era mentira porque eu vi!
ROMERO: Eu
não acredito! Você andou me seguindo, me investigando?
GILBERTO: Andei!
Andei sim. Eu quando cismo com uma coisa, meu amigo, enquanto eu não descubro
eu não sossego! Ainda mais quando tô sendo passado pra trás, feito de otário.
Aquele dia você me ficou de me pegar aqui e nem deu as caras. Depois você foi
pra boate e de lá foi pra casa do seu amigo curtir a noitada lá com a galera...
ROMERO: Puxa!
Você é maluco cara!
GILBERTO: Maluco
é você que vive mentindo, achando que faz os outros de besta! Não seria mais
fácil você falar a verdade, parar de iludir as pessoas?
ROMERO: Cara,
eu não vou ficar aqui discutindo isso com você não. Pra me dar sermão eu tenho
o meu pai e a minha mãe. Aliás, nem eles fazem mais isso.
GILBERTO: Por
mim você pode fazer o que quiser, desde que não me faça de otário mais. Aliás,
se quer um conselho, pare de fazer os outros de besta, senão uma hora o idiota
pode ser você.
ROMERO: Quer
saber? Fui!
GILBERTO: Vai,
vai mesmo! De gente igual a você eu só quero uma coisa: distância!
Romero se retira irritado. Arranca
com o carro cantando pneus.
Lorraine e Bebel continuam
sentadas na mesa da lanchonete conversando.
LORRAINE: Eu
quero te fazer uma proposta. O que você acha de passar uma temporada aqui em
Brasília?
Continua segunda-feira...
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Você sabia?
As
experiências de discriminação na sociedade e uma possível rejeição por amigos,
familiares e outros, tais como empregadores, indicam que algumas pessoas LGBT
têm uma experiência maior que a esperada na prevalência de problemas de saúde
mental e de uso indevido de substâncias. Mas isso se justifica pelo estresse a
que são submetidas, e não pela sua orientação sexual em si.
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Um comentário:
Nossa Marcos, que drama bacana entre o Gil e Romero.
Quero ver o que o palhaço irá fazer a partir de agora.
Trama ótima que criou com esses dois hein? Parabéns meu colega!
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