No capítulo anterior...
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Gilberto passa a monitorar Reynaldo e descobre mais indícios de traição
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Joselito alerta o pai que sua mãe pode estar lhe traindo
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Diógenes contrata um detetive para seguir Célia
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Juarez sai do hospital e Lourdes entra em depressão
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Gilberto termina tudo com Reynaldo e resolve voltar à Brasília
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Célia faz as malas e sai de casa. Diógenes chega e encontra os armários todos
vazios
CAP. 191
Diógenes chama as empregadas,
mas nenhuma delas presenciou a fuga de Célia. Ele se desespera.
DIÓGENES: Não
é possível! O que deu na cabeça dessa mulher? Onde essa maluca se meteu?
Ele liga para vários parentes,
mas ninguém tem notícias de Célia.
Na manhã seguinte, Reynaldo
leva Gilberto ao aeroporto. Eles se despedem emocionados. Apesar das
circunstâncias, não há ressentimentos entre eles.
No salão de beleza, Bebel
conversa com uma amiga.
TRAVESTI: E
aí amiga, já sabe quando sai o resultado do seu exame?
BEBEL: Ainda
não. A amapoa me deu um papel e falou que era pra eu ligar quinze dias depois.
Ainda falta um tempinho. Nossa! Eu tô com o coração na mão! E o medo de ter a
maldita? A gente ouve falar coisas horríveis sobre essa doença...
TRAVESTI: E
o pior é que nem sabendo de todas essas coisas as pessoas não se previnem... O
que as meninas mais comentam é que os caras casados não gostam de usar camisinha.
Elas dizem que se não insistir, se não ficar de cima, eles não querem usar
camisinha de jeito nenhum... Eu tenho pena é das amapoas deles... Sabia que
muitas mulheres são contaminadas pelos maridos e só vão descobrir a safadeza
quando ficam doentes?
BEBEL: É
verdade isso aí que tu tá dizendo. Já ouvi contar muitas histórias... Amiga,
vou te dizer uma coisa: se eu já era prevenida, agora vou ficar muito mais...
Nunca mais eu quero passar essa agonia que tô passando agora... Quem nunca
passou é que não sabe o medo que é...
TRAVESTI: É
isso aí, mona. Todo cuidado é pouco!
ALGUNS DIAS DEPOIS...
Gilberto vai ao condomínio na
esperança de conseguir um emprego.
SÍNDICO: Você
deu sorte, Gilberto. O rapaz que entrou no seu lugar não deu certo. Ele só vai
trabalhar até esse final de semana. O emprego é seu.
Nisso, Hoffmann (homem de 55
anos, grisalho, alto, forte), novo morador do condomínio, entra no recinto.
HOFFMANN: Me
desculpe seu Lalo, mas eu tô precisando de uma pessoa pra me ajudar com a
mudança. O senhor não sabe me indicar alguém?
SÍNDICO: O
homem é esse aqui ó (e aponta Gilberto). Só depende dele querer... (risos)
HOFFMANN: Prazer
meu rapaz (se cumprimentam). Você topa me dar essa força aí?
GILBERTO: Como
eu não vou fazer nada até o final de semana, eu topo sim.
Joana chega ao apartamento e
Célia a recebe radiante.
CÉLIA: Veja
como tá ficando nosso cantinho (e mostra). Você gosta?
JOANA: Nossa!
Tá ficando lindo! Você tem muito bom gosto. Pensava que você era uma perua
fútil, mas eu tava enganada. Você é uma mulher e tanto. A minha mulher... (se
beijam)
CÉLIA: Credo!
Que dizer que você me achava perua?
JOANA: Num
primeiro momento sim. Mas depois fui vendo que você era mulher encantadora.
CÉLIA: Mas
você se interessou por mim desde o primeiro momento?
JOANA: Na
verdade não. Se eu te contar um segredo você não vai ficar brava comigo, nem
vai meter grilos nessa sua cabecinha linda?
CÉLIA: Não,
pode contar. Prometo me comportar.
JOANA: Na
verdade a primeira mulher por quem eu realmente me apaixonei foi a Jussara. Por
isso eu ia tanto na sua casa...
CÉLIA: Não
acredito! Sério?
JOANA: Sério.
Mas foi uma coisa muito infantil e nunca foi correspondida, tanto que ela tomou
ódio da minha cara. Melhor pra gente, né?
CÉLIA: Melhor
pra gente. Mas me diga: já que você gostou tanto desse apartamento, o que você
acha de vir morar aqui comigo?
JOANA: Ainda
pergunta? Não precisa chamar duas vezes... (se beijam)
Célia a leva para ver todos os
detalhes do apartamento.
Bebel chega radiante à avenida.
TRAVESTI: Que
cara de felicidade é essa amiga? Parece que viu passarinho verde...
BEBEL: Muito
melhor que isso mona! Muito melhor! Eu peguei meu exame de HIV hoje à tarde. Eu
tô limpa! Limpíssima, como sempre estive! Não foi dessa vez que a maldita me
pegou!
As duas se abraçam e comemoram.
Na casa de Juarez, seus filhos
estão preocupadíssimos. Lourdes saiu de casa logo após o almoço e ainda não
retornou.
AIRTON: Ela
não disse pra onde ia? Não ligou, não avisou, nada?
EMPREGADA: Nada!
Ela disse que ia ali e até agora... Dona Lourdes tá muito estranha... Fica o
dia inteiro chorando, não quer falar com ninguém... Acho que vocês precisam
levar ela num médico.
GERSON: Vamos
procurar! Vamos dar uma olhada, procurar nos vizinhos, perguntar se alguém
viu... Bernardo, vai lá na portaria, pergunta pro porteiro!
SIMONE: Eu
vou também! Vamos procurar na rua, na vizinhança! O que a gente não pode é
ficar aqui parado! Vamos!
Todos saem apressados, cada um
por um lado. Depois de longa procura, Gerson encontra a mãe sentada num
canteiro da praça, escondida no meio da folhagem, chorando.
GERSON: Mãe!
A senhora tá bem? Vamos embora pra casa, mãe! Tá todo mundo louco de
preocupação com a senhora... Vem (e a ampara). Vamos voltar pra casa.
Lourdes não esboça reação,
apenas chora. Gerson liga para os irmãos e avisa que encontrou a mãe.
Atendendo ao chamado do
detetive, Diógenes vai ao seu escritório.
DETETIVE: Seu
Diógenes, eu vou ser direto. Eu tenho duas notícias pro senhor: uma ruim e uma
péssima. Qual que o senhor quer ouvir primeiro?
DIÓGENES: Pode
começar pela ruim. Eu tô preparado pro que der e vier.
DETETIVE: A
notícia ruim é que o senhor estava certo: a sua mulher tá tendo um caso com
outra pessoa.
DIÓGENES: E
a péssima, qual é?
DIÓGENES: A
péssima é que essa pessoa não é um homem, é uma mulher.
DIÓGENES
(chocado): O quê?
Continua amanhã...
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Você sabia?
Outras
religiões, particularmente orientais, não discutem a sexualidade em geral, e
isso inclui a homossexualidade; focam-se em outros assuntos que lhe são mais
importantes e sagrados, como o budismo (que possui uma grande comunidade gay) e
o Confucionismo, embora isso dependa das tradições de cada uma e o Budismo em
particular ensine a não viver nenhum tipo de prática mundana. Religiões antigas
como o Hinduísmo tem várias tradições que se posicionam de diversas formas
sobre a homossexualidade; de forma geral os hindus consideram-na uma das
diversas formas do amor, embora o Código de Manu contenha em certas passagens
afirmações de que é um crime punível.
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