9 de junho de 2012

GLS TEEN - CAP. 180



No capítulo anterior...
- Reynaldo diz a Gilberto para relaxar, pois estão em meio a quase três milhões de LGBT e simpatizantes
- Eles chegam em frente ao Masp e Reynaldo diz que um dia levará Gilberto para conhecer o museu
- A marcha se inicia e Gilberto se deslumbra com as fantasias, os saradões, os cartazes de protesto e a festa como um todo
- Depois de mais de oito horas na festa, Gilberto se sente cansado e eles resolvem voltar pra casa
- Bebel faz ponto na avenida quando um homem parte pra cima dela armado com uma chave de rodas

CAP. 180

CLIENTE: Volta aqui sua vadia! Quero te quebrar na porrada! Vagabunda!

Bebel continua sua corrida e se esconde num prédio comercial.

Percebendo o tumulto, duas travestis cercam o homem e o detém.

TRAVESTI 1: Quê que tá pegando gato?
TRAVESTI 2: Porque que você tá grilado assim com a nossa amiga? O que foi que ela te fez?
CLIENTE: Aquela vagabunda me passou doença. Eu sou casado e o bicho tá pegando na minha casa. Quero ensinar aquela ordinária!
TRAVESTI 1: Como assim, gato? Como você pode ter certeza disso?
CLIENTE: Eu fui ao médico e ele falou que esse negócio que eu peguei só pode ter sido através de sexo...
TRAVESTI 2: Amigo, quem sai na chuva é pra se molhar. Se você largou a sua mulher em casa pra pegar gente na rua, você devia saber muito bem o risco que tava correndo.
TRAVESTI 1: E a Bebel foi a única pessoa com quem você saiu?
CLIENTE: Foi. Quer dizer... Teve uma outra mulher, mas a mulher eu tenho certeza que tava limpa. Se tinha alguém suja nessa história só pode ser essa vadia!
TRAVESTI 2: Gato, isso aí que você tá falando não tem a menor lógica. Tanto pode ser a bebel como pode ser essa outra amapoa.

Percebendo que o homem está dominado pelas amigas, Bebel se aproxima.

BEBEL: O que houve? Porque esse maluco tá querendo me atacar?
TRAVESTI 1: Ele disse que pegou doença sexualmente transmissível de você...
CLIENTE: Foi você mesmo sua vadia, que me passou essa porcaria.
BEBEL: Colega, eu acho que você tá enganado...
TRAVESTI 2: Ele disse pra gente que saiu com uma amapoa também...
BEBEL: Eu posso provar que não foi de mim que você pegou nada! Semana passada eu fiz exames. Inclusive tô com eles todos aqui na bolsa. Posso até mostrar.
CLIENTE: Mostra então! Mostra que eu quero ver!

Bebel tira os papéis da bolsa, entrega pra amiga, que mostra ao cliente. Ele olha tudo atentamente e acaba ficando sem graça.

CLIENTE: É, olhando por esses papéis aqui parece que você tá limpa.
BEBEL: É claro que eu tô limpa, querido. Eu me cuido. Sempre uso preservativo e faço exames regularmente. Não sou relaxada desse tipo aí que você tá pensando não. Eu cuido da minha saúde. E te digo mais: se tu pegou alguma coisa, foi dessa amapoa aí que você saiu... De mim é que não foi.
TRAVESTI 1: Bom, gato, já que tá tudo esclarecido, melhor você ir embora.
TRAVESTI 2: Seguinte gato: tem de usar camisinha em todas as transas. De onde você tirou essa ideia que mulher não transmite doença? Qualquer pessoa pode transmitir doença. Mulher é mais arriscado ainda porque elas não se cuidam. Nós somos profissionais, a gente se cuida. Fica ligado, gato!

Elas soltam o homem e ele se retira.

TRAVESTI 1: Puxa Bebel! Essa foi por pouco...
BEBEL: Bendita hora que esses exames ficaram aqui na minha bolsa. E olha que eles só ficaram aqui porque eu esqueci de tirar pra guardar...

Na noite seguinte, Bernardo chega à escola para assistir aula.

Minutos depois, professora começa a fazer a chamada. Quando chega no nome de Bernardo, ele a interrompe.

BERNARDO: Professora, posso interromper um instante?
PROFESSORA: Pode, já interrompeu mesmo...
BERNARDO: Seguinte: a partir de hoje eu não quero mais ser chamado de Bernardo.

Os alunos se entreolham admirados.

ALUNOS (zoando): Hum... Vai assumir Bernadete?

BERNARDO (continuando): Bernadete é invenção da cabeça de vocês. E se querem saber, eu detesto esse nome. A partir de hoje meu nome é Betina.

Os alunos começam a zoar.

ALUNOS: Ui, ui, ui Betina...

Continua segunda-feira...


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Você sabia?

Declarações das principais associações de especialistas nesta área refletem o consenso profissional de que crianças criadas por pais gays ou lésbicas não diferem, em aspectos importantes, de crianças criadas por pais heterossexuais. Não existe qualquer pesquisa credível empírica que sugira o contrário. Se os pais gays, lésbicas ou bissexuais fossem inerentemente menos capazes de criar uma criança do que pais heterossexuais, seus filhos iriam evidenciar problemas, independentemente do tipo de amostra, e este padrão, claramente, não tem sido observado. Tendo em conta as falhas consistentes esta literatura de pesquisa para refutar a hipótese nula, o ônus da prova empírica é sobre aqueles que argumentam que os filhos de pais de minoria sexual se saem pior do que os filhos de pais heterossexuais.

Mapa das leis de adoção no mundo:

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