No capítulo anterior...
- Gilberto fica surpreso com a cobrança de
Reynaldo e não sabe o que responder
- Reynaldo lembra que ele não tem vínculos
com Brasília, nem mesmo o emprego tem mais
- Célia apanha Joana para irem a um bar e lhe
conta sobre suas brigas com o marido
- Bernardo pede a Lorraine esclarecimentos
sobre a lei que o autoriza a usar o nome social na escola
- Dois homens atacam Bebel e tentam levar sua
bolsa com todo o dinheiro que ganhou na noite
CAP. 183
Com sorte, Bebel consegue
impedir que os homens levem sua bolsa.
Percebendo a movimentação, as
travestis correm em seu socorro.
TRAVESTI 1: Machucou amiga?
BEBEL: Filhos
de uma égua! Tô toda arranhada. Ai meu joelho... Ralou tudo... Meu cotovelo...
Ai! Tá ardendo...
TRAVESTI 2: Você tá bem?
BEBEL: Eu
acho que eu tô inteira...
TRAVESTI 1: Por que eles fizeram isso? Eles viram que
você tava com grana?
BEBEL: Acho
que eu vacilei. Falei pra eles que não queria fazer mais programa porque tava
cansada...
TRAVESTI 2: Puxa Bebel! Você é macaca velha! Não pode
ficar dando um mole desses amiga!
BEBEL: Foi
meus cinco segundos de bobeira... Nem prestei atenção no que tava falando.
TRAVESTI 1: Tinha grana na sua bolsa?
BEBEL: Toda
a grana que eu faturei hoje. Uns cinco ou seis programas.
TRAVESTI 2: Você deu foi sorte de ter conseguido salvar a
sua grana. Os arranhões melhoram com o tempo. Mas não pode vacilar desse jeito
não.
TRAVESTI 1: Vamos ali debaixo da marquise. Acho que eu
tenho um Merthiolate na minha bolsa.
Melhor você passar nesses arranhões pra não ficar marca.
Depois de umas cervejas, Joana
vai ao toalete. Célia fica sozinha e nesse momento outra mulher se aproxima e
começa a assediá-la.
MULHER: E
aí, gata? Curtindo a noite?
CÉLIA: Saímos
pra divertir um pouco.
MULHER: Saímos?
Mas você não tá sozinha aqui?
CÉLIA: Não.
Eu tô aqui com a minha companheira.
MULHER: Devagar
essa sua companheira. Deixar a gata dela sozinha assim é um vacilo e tanto...
CÉLIA: Ela
não me deixou sozinha. Ela foi ao toalete, só isso. Aliás, se você não se
importar, eu preferia que você me deixasse sozinha. Ela pode chegar aqui e pode
não gostar de te ver aqui.
MULHER: Tá
bom gata. Eu vou. Mas pra falar a verdade não tô botando fé nesse papo não... A
gente se vê (e sai)
Pouco depois Joana volta pra
mesa.
JOANA: Quem
era aquele cara que tava aqui ciscando
no meu terreiro?
CÉLIA: Uma
desorientada aí. Pensou que eu estivesse sozinha e veio me assediar.
JOANA: Você
falou pra ela que tava acompanhada né?
CÉLIA: Falei,
claro. Mas ela não se convenceu muito não.
JOANA: É
cada cara cretino que... Fala sério!
CÉLIA: Esquenta
não. Vamos ficar tranquilas. Já pedi outra cerveja pra gente.
Joana não fica confortável com
a situação. Toma a cerveja sempre olhando na direção da outra mulher.
Bebel chega ao apartamento.
Lorraine está na sala assistindo TV.
LORRAINE: O
que houve contigo criatura? Tá toda arranhada parecendo que brigou com gato.
BEBEL: Mona,
nem te conto! Dois ocós tentaram me assaltar.
LORRAINE: Mas
esses arranhões não parecem coisa de assalto...
BEBEL: Eles
passaram de carro. O ocó que tava de carona puxou a alça da minha bolsa e saiu
me arrastando. Eu comecei a correr, mas, com esse salto desse tamanho, né mona,
não deu outra: caí no chão feito uma jaca podre!
LORRAINE: É,
querida... E as pessoas ainda chamam isso de “vida fácil”. Quem nunca
experimentou é que diz uma bobagem dessas. Na verdade é uma vida duríssima!
BEBEL: Eu
que o diga.
LORRAINE: Ainda
bem que eu saí dessa faz tempo... E acho que você deveria fazer a mesma coisa.
BEBEL: Eu
quero sair, querida. É por isso que eu quero ir pra Itália botar os meus
peitões de silicone, meu bundão... Depois quero arrumar um marido rico, pra
nunca mais saber desse negócio de avenida, de fazer programa, de ter de aturar
aqueles dragões...
LORRAINE: Se
você sobreviver até lá, né amiga? Olha, não é querendo te agourar não, mas a
rua tá cada dia mais perigosa... Eu só saio de casa porque sou obrigada... Com
essa violência que tá por aí, não convém dar sopa não... (pausa) Toma um banho e faz um curativo nesses
arranhões, passa um Merthiolate pra
cicatrizar logo.
As namoradas saem do bar. Joana
fica no portão da rua enquanto Célia vai ao estacionamento, nos fundos, apanhar
o carro. Mais uma vez a mulher aparece.
MULHER: Indo
embora tão cedo gata? Não quer esticar a noite um pouco mais?
CÉLIA: Não
mesmo. Eu tenho família. Já passou da minha hora.
MULHER: Puxa!
Parece que você não caiu na minha mesmo né? Primeiro falou que tava
acompanhada, agora me dá outra tirada.
CÉLIA: Eu
realmente estou acompanhada. E não estou tirando você. Estou simplesmente tentando
dizer que eu tenho uma pessoa. Só isso.
MULHER: Tem
certeza que não quer me passar pelo menos o seu telefone?
Nesse exato instante Joana
aparece e dá um soco na cara da mulher.
Célia fica perplexa.
Continua amanhã...
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Você sabia?
Serviço militar - Países como a
Alemanha não possuem legislação impeditiva, mas requerem avaliação médica para
aferir se a orientação sexual do recruta poderá interferir no seu desempenho
militar. A Bélgica, o Canadá, a Dinamarca, a Espanha, a França, a Holanda
(desde os anos 70), e a Noruega, de uma forma ou de outra, não permitem a
discriminação e aceitam homossexuais. Na Grécia atual, o militar homossexual é
automaticamente desligado das Forças Armadas se sua sexualidade tornar-se
pública, enquanto que na Hungria a recomendação é não aceitar a
homossexualidade e na Itália é considerada inadequada ao serviço militar. Em
Luxemburgo, por sua vez, os homossexuais não são permitidos nas Forças Armadas.
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