No capítulo anterior...
- Bernardo e Lorraine correm até o quarto e
encontram Bebel em estado febril
- Lorraine determina que Bebel tome um banho
e avisa que vai levá-la ao Posto de Saúde
- Lorraine vê remédios sobre o criado mudo e
constata que o problema pode ser o uso indiscriminado de anticoncepcionais
- Bernardo fica intrigado e Lorraine lhe
explica os riscos que as travestis correm ao usar tais medicamentos
- Reynaldo e Gilberto chegam ao motel.
Wellington sai da banheira e Gilberto fica sem reação
CAP. 177
REYNALDO: Calma,
rapaz. Assim você assusta o nosso convidado. Gilberto é um menino puro, não
está acostumado com brincadeiras à três, orgias e outras “festinhas do gênero”.
WELLINGTON: Olá Gilberto! Tudo bem?
GILBERTO: Tudo
bem e você?
WELLINGTON
(irônico): Desculpe me apresentar nesses trajes, mas é que não haveria tempo
hábil pra me vestir...
GILBERTO: Sem
problemas. Por mim tudo bem.
WELLINGTON: Mas e aí? Vamos continuar nosso papo lá na
banheira? Aquela água tá deliciosa.
GILBERTO: Ah
sim, vamos. Claro...
Os três seguem para a
hidromassagem.
No consultório, o médico dá um
parecer sobre o problema de Bebel.
MÉDICO: Lorraine,
tudo indica que o problema da moça não passou mesmo de um mal súbito, causado
mesmo pelo uso dos anticoncepcionais.
LORRAINE: Eu
já sabia. Já vi esse filme uma dezena de vezes. Essas loucas saem por aí
tomando tudo quanto é porcaria que encontram pela frente e nem se preocupam com
o que pode acontecer com elas.
MÉDICO: É
verdade. Essa é uma prática muito perigosa. (Para Bebel) Muito cuidado com
isso, mocinha. Já vi casos de pessoas que tiveram problemas muito sérios. Você
só deve tomar algum medicamento com acompanhamento médico.
BEBEL: O
senhor sabe como é né? As amigas indicam e a gente acaba indo na conversa
delas... Mas eu vou tomar cuidado das próximas vezes.
MÉDICO: Tome
mesmo. Vou te passar alguns exames aqui (rabisca o pedido), pra confirmar o
diagnóstico. Depois, se for o caso, te indico outros medicamentos mais seguros
pra você usar. Mas, por enquanto, suspenda o uso desse remédio que você tomou,
ok?
BEBEL: Sim
senhor.
LORRAINE: Eu
vou ficar de olho, doutor. Pode deixar. Imagine que tempo desses essa criatura
tava fazendo aplicação de silicone industrial com uma “bombadeira”. Eu quase
torci o pescoço dela.
BEBEL: Ainda
bem que foi só uma vez...
LORRAINE: Eu
dei uma lição nela e mostrei aquelas fotos de como algumas bichas ficam
maravilhosas depois de aplicarem silicone industrial. Acho que ela ficou com
medo e tomou jeito.
BEBEL: Deus
me livre! Não quero nem ver aquelas fotos mais, muito menos usar aquela
porcaria!
MÉDICO: Aquilo
é um perigo! E perigo de morte mesmo. Além do risco de ficar toda deformada. Eu
mesmo já atendi vários casos graves aqui no hospital.
LORRAINE: Mas
essa lição eu acho que ela já aprendeu...
MÉDICO: Bom,
mas voltando aqui à sua consulta, essa dor de cabeça é consequência da pressão
alta. Veja como suas pernas estão inchadas... Isso também é consequência da
pressão. Você suspendendo o remédio, logo esses efeitos passarão. Por enquanto
você pode tomar esse analgésico aqui (rabisca a receita) para que tudo volte ao
normal mais rápido. Qualquer coisa é só me procurar, ok?
BEBEL: Sim
senhor.
LORRAINE: Obrigado
doutor. Mas espero não ter de trazer essa criatura aqui tão cedo. Não por esse
motivo. Acho que agora ela aprendeu a lição.
MÉDICO: Isso
é sério. Com o corpo e com a saúde não se brinca, mocinha.
Elas se despedem e saem do
consultório.
Depois do sexo, Reynaldo,
Gilberto e Wellington se vestem no motel para ir embora.
WELLINGTON: E aí, garotão? O que achou da aventura de
hoje?
GILBERTO: Foi
interessante. Uma novidade pra mim. Nunca tinha feito isso...
WELLINGTON: Nunca mesmo?
GILBERTO: Não.
Primeira vez.
REYNALDO: Eu
não te falei? Gilberto é um caso único. Uma daquelas figuras raras que não se
encontra nos dias de hoje.
WELLINGTON: Foi divertido. Também gostei muito.
REYNALDO: Bom,
a gente podia terminar a noite dando uma esticada na boate. O que vocês acham?
WELLINGTON: Eu acho ótimo.
GILBERTO: Nossa,
será que ainda temos energia pra isso?
REYNALDO: Temos,
temos sim. Vamos embora. A noite é uma criança.
Amanhece o dia em Brasília.
Célia deixa Jussara e Joselito
na porta do colégio. Instantes depois Joselito volta para buscar alguma coisa
que esqueceu e vê quando Joana entra no carro de sua mãe.
JOSELITO
(para si mesmo): Que parada sinistra! Essa não é aquela menina que é inimiga da
Jussara? O que ela fazendo no carro da minha mãe?
Ele fica intrigado.
Continua amanhã...
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Você sabia?
Em 2006
a Associação Americana de Psicologia, Associação Americana de Psiquiatria e a Associação Nacional de Assistentes Sociais
afirmou, em um amicus curiae apresentado à Suprema Corte do Estado da
Califórnia: "Gays e lésbicas formam relacionamentos estáveis e
comprometidos que são equivalentes aos relacionamentos heterossexuais em
aspectos essenciais. A instituição do casamento oferece benefícios sociais,
psicológicos e de saúde que são negados aos casais do mesmo sexo. Ao negar a
casais do mesmo sexo o direito de casar, o Estado reforça e perpetua o estigma
historicamente ligado ao homossexualismo. A homossexualidade continua a ser
estigmatizada e esse estigma tem consequências negativas. A proibição do
casamento para casais do mesmo sexo na Califórnia reflete e reforça o
estigma".
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