No capítulo anterior...
- A massagista tenta excitar Gilberto, mas
ele falha mais uma vez
- Constrangido Gilberto deixa a casa de
massagem sob críticas dos amigos
- Joaquim está feliz com seus programas, mas
Cicciolina liga avisando que vai chegar
- Ramon paga o dinheiro que deve a Bernardo e
quer saber o que se passa com ele
CAP. 67
BERNARDO: Nossa,
eu tô dando tanta bandeira assim?
RAMON: Eu
diria que sim. A gente tá acostumado com você na sala de aula, sempre alegre,
sorridente, conversando com todo mundo. Agora tem muitos dias que você tá
caladão, não brinca, não ri... Já deu pra perceber que alguma coisa não tá
legal...
BERNARDO: Os
problemas são aqueles de sempre: o povo lá em casa pegando no meu pé, me
controlando... Eu ando revoltado com isso. Tô com vontade de mandar todo mundo
pra aquele lugar.
RAMON: Entendo.
Acontece comigo de vez em quando também. Mas, olha, se quiser conversar, trocar
uma ideia... Como eu te disse, eu não entendo nada desses lances seus, mas de
encheção de saco de pai e mãe eu entendo bem...
BERNARDO: Eu
agradeço muito. Se precisar eu te procuro. Melhor irmos agora, antes que meus
irmãos sintam a minha falta.
RAMON: Ó,
e mais uma vez: muito obrigado. No dia que eu for um jogador famoso, não vou me
esquecer que você me ajudou.
Bernardo sorri, recompensado.
Em Blumenau, Sérgio aborda
Joana na saída do colégio.
SÉRGIO: Será
que a gente pode levar um papo?
JOANA: Já
é. O que foi?
SÉRGIO: Eu
queria saber se tá tudo bem com você. Fiquei sabendo que você se entendeu com o
seu pai, voltou pra casa...
JOANA: Nossa,
como esse povo é fofoqueiro! Quem te falou isso?
SÉRGIO: A
sua irmã Renata, oras. A cunhadinha é minha aliada, esqueceu?
JOANA: Tinha
que ser aquela língua de trapo! É verdade, eu voltei pra casa e a gente tá se
entendendo. Pelo menos por enquanto, enquanto ele não começa a pegar no meu pé.
SÉRGIO: Bom,
eu quero dizer que eu fico feliz que tudo tenha terminado bem. Apesar da gente
não namorar mais, eu ainda me preocupo com você.
JOANA: Agora
você fica feliz né? Mas na hora que precisei, você foi o primeiro a bater com a
porta na minha cara. Agora não adianta querer vir dar uma de bonzinho não que
não vai colar.
SÉRGIO: Entenda,
Joana, eu não podia te aceitar lá em casa. Seu pai tinha acabado de ir lá no
oficina e pagar o maior sapo pra mim, sem eu dever nada. Imagine se eu tivesse
te aceitado lá em casa, o coroa tinha me detonado...
JOANA: Meu
pai é chato mas ele não morde não... Você não precisava ficar se cagando todo
de medo dele. Sabia que eu passei aquela noite na rua, dormindo no banco da
praça porque não tinha pra onde ir?
SÉRGIO: Eu
sinto muito. Não queria que as coisas tivessem acontecido assim...
JOANA: Eu
agradeço, mas se é só isso, eu já vou indo. Até amanhã. (e sai)
Em Ipatinga, na noite seguinte,
novamente Gilberto é alvo das piadinhas dos colegas.
COLEGA 4: Que
parada é essa, Gilberto, que você negou fogo ontem? De novo?
GILBERTO: Quem
falou isso? De onde você tirou essa ideia?
COLEGA 4: É,
meu amigo, as notícias correm... O boato já se espalhou aqui na sala, tá todo
mundo sabendo...
GILBERTO: Nossa,
esse povo é fofoqueiro demais. Será que eles não têm nada mais interessante pra
fazer do que falar da vida dos outros?
COLEGA 5: Pô,
você não tem idade pra viver brochando assim não cara... Sei lá, mas tem alguma
coisa errada nessa história...
COLEGA 6: Ê
Gilberto, a coisa tá começando a ficar feia pro seu lado... Primeiro o cara
pega a menina mais filé da sala e falha na hora H, depois pega outro filezão e
falha de novo...
COLEGA 5: E
pra piorar mais as coisas, vive pra baixo e pra cima com o Dadá, o cara mais
frutinha do colégio... (risos) Sei não, Gilberto, mas será que você não tá
jogando no outro time?
GILBERTO: Me
respeita, rapaz! Respeito é bom e todo mundo gosta...
Gilberto se afasta do grupo.
Dadinho se aproxima.
DADINHO: O
quê que tá pegando? A galera tá te zoando de novo?
GILBERTO: Pois
é, esses caras são um bando de desocupados, não têm nada mais interessante pra
fazer do que ficar pegando no pé dos outros.
DADINHO: Foi
o lance da casa de massagem ontem, não foi?
GILBERTO: Até
você já sabe disso?
DADINHO: Eu
e a sala inteira, né queridinho? As notícias aqui voam, sabia?
GILBERTO: Então,
eu não sei o que aconteceu... Acho que eu tava sob pressão, entende? Parece que
desde o começo eu sabia que alguma coisa ia dar errado...
DADINHO: Gilberto,
tá na hora de você abrir o seu olho... Você sai com mulher e a coisa não
funciona, sai de novo e a decepção se repete. Você não acha que tem alguma
coisa errada nessa história?
GILBERTO: Não.
O quê que tem de errado?
DADINHO: Quando
você sai comigo, tudo funciona direitinho. Quando você saiu com aquele seu
coleguinha do trabalho, como foi?
GILBERTO: Funcionou
tudo direitinho.
DADINHO: Então...
Quando sai com homem, a coisa funciona, quando sai com mulher, a coisa desanda.
Isso não te diz nada não?
Continua amanhã...
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Você sabia?
A Associação Americana
de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a Associação
Nacional dos Trabalhadores Sociais, em 2006, declararam que:
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