No capítulo anterior...
- Gilberto garante a Dadinho que eles não
voltarão a ficar juntos
- Bernardo vai à porta da boate se encontrar
com Pâmela
- Bernardo fala de Ramon e Pâmela o aconselha
a revelar sua orientação para a família
- Pâmela deixa Bernardo a algumas quadras de
casa, mas Simone vê e se espanta
CAP. 59
SIMONE: Nossa!
Eu não sabia que o Bê andava com esse tipo de gente... Estou passada.
AMIGA: Ah,
mas vai ver que é só uma carona, sem segundas intenções.
SIMONE: Não
seja ingênua, amiga... Travesti dando carona pra homem sem segundas intenções?
Isso só existe numa cabecinha pura como a sua... Minha mãe precisa saber disso.
AMIGA: Você
vai contar?
SIMONE: Claro!
Isso é uma coisa grave. Sabe-se lá por onde esse menino tá andando... Meus pais
precisam saber disso. O Bê que me perdoe, mas eu vou contar sim!
A amiga parece não concordar,
mas Simone está segura de sua decisão.
Em Belém, Joaquim e Xantara
conversam no quarto enquanto ela se monta para sair.
JOAQUIM: O
que você acha de eu sair amanhã pra fazer umas comprinhas? Preciso comprar umas
pecinhas de roupa pra mim, meus modelitos estão meio caídos. Quero retornar em
grande estilo, linda e fina.
XANTARA: Isso,
viado! Cospe no prato que comeu! Eu te empresto toda a minha produção e agora
você vem falar que minhas roupas estão caídas? Caída está essa sua cara, toda
amassada pelo brucutu.
JOAQUIM: Que
isso, querida, não foi isso que eu quis dizer... Estou querendo dizer que eu
preciso ter as minhas roupas, a minha produção.
XANTARA: Ahhhh
bom! Por que senão eu já ia dar na sua cara. De novo! Mas... Você vai sair com essa cara amassada,
parecendo que foi atropelada por um dinossauro?
JOAQUIM: E
daí, o que tem demais? Vou pagar as compras com dinheiro, não vou? Dinheiro é
dinheiro, não tem cara bonita ou feia...
XANTARA: Bom,
se você tiver bom humor pra encarar os risos de deboche, vai nessa, amiga! Vai
com fé!
Amanhece o dia.
Joana toma café com a avó.
D. ALMENARA: Filhinha, a você poderia tirar a mesa do café
e lavar a louça. A vovõ precisa dar um pulo na feira pra comprar umas coisinhas
por almoço...
JOANA: Eu,
lavar louça?
D. ALMENARA: É, filha. O que tem isso demais?
JOANA: Mas
eu não sou acostumada a fazer isso na minha casa...
D. ALMENARA: Pois é, mas aqui você tem de ajudar a vovó.
Ela tá velha e não dá conta de tudo sozinha. Você tá novinha, forte, saudável,
não tem nada demais dar uma forcinha, não é mesmo?
JOANA: Lá
em casa a essa hora eu tava no terceiro sono, café só depois do meio dia.
D. ALMENARA: Então, mas a gente tem de se adaptar às
circunstâncias. Mudou de casa, mudou as regras. Agora você tá aqui, tem que
seguir as regras daqui. A vó vai lá e volta daqui a pouco. Enquanto isso você
tira a mesa e lava a louça, tá? (dá-lhe um beijinho e sai)
JOANA: Velha
chata! Se ela tá pensando que vai me fazer de empregada, ela tá muito enganada.
Contra a vontade ela começa a
tirar as coisas da mesa.
Mais tarde, na hora do
almoço...
VANILDA: Tatão,
você não acha que era o caso de trazer a Joana de volta pra casa? Eu tenho
sentido tanta a falta dela...
TATÃO: Não,
mulher, deixa ela passar uns apertos lá com a minha mãe que ela vai voltar pra
casa mansinha feito um gato.
VANILDA: Mas
eu não acho certo isso, a menina ficar lá encostada, dando trabalho pra sua
mãe.
TATÃO: Fique
tranquila. D. Almenara é macaca velha, criou uma tropa inteira... Sabe muito
bem como amansar gente rebelde...
VANILDA: Você
não cede mesmo, né?
TATÃO: Não.
Quero que ela passe uns apertos, que é pra aprender a dar valor em tudo que tem
dentro dessa casa, inclusive em nós.
Vanilda não concorda, e sai da
cozinha de cara feia.
No Recife, terminado o almoço,
Bernardo volto logo para o quarto. Mas, antes que ele feche a porta, sua mãe
entra.
LOURDES: Bernardo,
que história é essa de você chegar em casa no carro de um travesti?
Bernardo fica pálido.
Continua amanhã...
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Você sabia?
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