No capítulo anterior...
- Tatão agride Sérgio verbalmente. Sérgio
revela que terminou o namoro com Joana
- Ao se dar conta do fiasco, Tatão pede
desculpas a Sérgio e vai embora
- Gerson e Airton comentam sobre a transexual
Pâmela. Juarez os surpreende
- Ronaldo fica chocado ao descobrir que
Joaquim está se travestindo
CAP. 49
RONALDO: O
que a senhora tá me dizendo? Mas isso é o maior absurdo que eu já ouvi na minha
vida!
SEBASTIANA: Eu posso imaginar o quanto o senhor deve
estar chocado. Não é uma situação fácil de se aceitar pra qualquer pai ou
qualquer mãe. Mas, de acordo com o que apuramos, é essa a situação. Joaquim foi
visto vestido de mulher lá na Praça da República. Chegando aqui na escola o
boato se espalhou, o senhor sabe como são os jovens, coisas desse tipo são um
prato cheio pra provocações e gozações... O Joaquim se irritou e tentou
enfrentá-los. Como ele é um só, acabou levando a pior... E a gente, por mais
que tente, não tem como impedir que essas coisas aconteçam...
RONALDO: Mas
como, o meu filho fazendo uma coisa dessas? Como é que a gente nunca percebeu
nada disso? Ele sempre pareceu um rapaz normal...
SEBASTIANA: É assim mesmo, às vezes a correria, as
preocupações do dia a dia não nos deixa prestar atenção nos nossos filhos...
RONALDO: Isso
é culpa da mãe! É ela que fica em casa, é ela que devia ficar de olho no
moleque!
SEBASTIANA: O senhor tá enganado, seu Ronaldo, a mãe não
pode ser a única responsável por tudo. A mulher tem uma grande carga de serviço
no dia a dia e por mais que tente, não consegue ver tudo que acontece ao seu
redor. Ainda mais quando se tem muitos filhos e eles crescem, a gente acaba
perdendo o controle da situação... Eu também sou mãe e sei como são essas
coisas.
RONALDO: Eu
não sei nem que o pensar, nem o que falar... Eu vou quebrar aquele infeliz no
pau!
SEBASTIANA: Seu Ronaldo, escute o meu conselho: pancada
só faz piorar as coisas. Porque que ao invés de bater o senhor não tenta
conversar com seu filho, tentar entender o que ele pensa?
RONALDO: Não
dá pra entender uma safadeza dessas, isso não tem explicação! A senhora não
entende?
Sebastiana tenta convencê-lo,
mas fica sobremaneira preocupada.
Em Ipatinga, terminada a aula,
os colegas discutem sobre um trabalho de História que deve ser entregue na
próxima aula.
GILBERTO: Mas
que dia fica melhor pra gente matar esse trabalho?
DADINHO: A
minha sugestão é a gente fazer isso hoje mesmo. Podemos passar lá em casa e
enquanto um pesquisa na internet, o outro já vai fazendo a capa, o outro vai
anotando. Rapidão a gente termina.
CÍNTIA: Acho
que você tem razão. Quanto antes a gente terminar, melhor.
MARILDA: Também
concordo. Final de semana tá chegando e ninguém vai querer perder o fim de
semana fazendo trabalho...
GILBERTO: Então
vamo lá! Pelo visto é opinião da maioria, nem vai adiantar eu dar o contra...
Eles seguem para a casa de
Dadinho e fazem conforme o combinado.
Porém, o trabalho acaba
demorando mais que o previsto. Por volta de uma hora da manhã os rapazes levam
as meninas em casa. Dadinho tem uma ideia:
DADINHO: Você
poderia dormir lá em casa, já é muito tarde pra você ir lá pra aquelas bandas
de Centro. Beira de rodoviária é um lugar muito perigoso...
GILBERTO: Nada,
rapidão eu chego lá...
DADINHO: Deixa
de ser teimoso rapaz. Vamos dormir lá em casa? Você tem medo de quê?
GILBERTO: Eu
não tenho medo de nada, só não queria te dar trabalho. Mas... Já que você
insiste tanto, tá bom, eu vou.
Os dois voltam para a casa de
Dadinho.
De volta a Belém, Ronaldo chega
em casa transtornado. Ele conta sobre a reunião com a diretora, mas Helena
chora muito e se recusa a acreditar.
HELENA: Não
é possível uma coisa dessas! Meu Deus, de onde tiraram isso? O meu filho, que
eu criei com todo carinho, metido com uma safadeza dessas?
RONALDO: Pois
é, e a culpa é toda sua! Se tivesse prestado atenção nesse moleque direito,
isso não tinha acontecido!
HELENA: Mas
você queria que eu fizesse o quê, homem de Deus? Mas do que eu cuido desses
filhos? Eu passei a minha vida inteira aqui, sentada nessa máquina, costurando,
trabalhando pra te ajudar a criar esses meninos! Eu não posso ver tudo, eu não
posso saber de tudo... Esse menino já tem mais de dezoito anos, já é um homem.
Podia até trabalhar pra ajudar no sustento da casa. Eu não tenho culpa se ele
pendeu pra esse lado errado...
RONALDO: Tem
um tempo que eu tô te falando: fica de olho nesse moleque que ele anda
aprontando, fica de olho nele...
HELENA: Eu
tenho ficado de olho, e sempre te falo o que eu vejo. Mas quando a gente vai
imaginar que o filho da gente tá metido com uma coisa dessas, me diga, quando?
RONALDO: E
onde tá o safado, ele tá por aí? É agora que vamos acertar as nossas contas!
Continua amanhã...
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Você sabia?
Ásia - Extremo
Oriente - A homossexualidade na China, conhecida como os prazeres do pêssego
picado, a manga cortada, ou o costume do sul, é relatada desde aproximadamente
600 a.C. Estes termos eufemísticos foram utilizados para descrever
comportamentos e não identidades (recentemente, alguns jovens chineses tendem a
usar o termo "brokeback", 断
背 (duanbei), para se referir aos homossexuais, a partir do
sucesso do filme do diretor Ang Lee, “O Segredo de Brokeback Mountain”.
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