29 de março de 2012

GLS TEEN - CAP. 118



No capítulo anterior...
- Helena lamenta a perda do marido e filho, mas resolve seguir em frente
- Gilberto enfim consegue falar com Romero, mas ele se irrita
- Romero inventa a história de uma tia doente e Gilberto acredita
- Joana comenta que Jussara está arredia com ela e sua irmã desconfia
- Bernardo liga para Pâmela e confessa que está com medo de se apresentar no Exército

CAP. 118

PÂMELA (passeando pela praia): Bê, querido, esse será apenas mais um dos muitos desafios que você enfrentou, só isso. Vai lá, com fé, e pegue o boi pelo chifre. Logo você se acostumará com o meio militar...
BERNARDO: Sinceramente, preferia pular esse desafio. Aqueles homens são muito brutos, muito ignorantes. Eu fui criado cercado de militares, sei bem como é esse pessoal...
PÂMELA: Eu queria muito te ajudar, meu caro, mas acho que esse é um desafio que só você pode vencer... Mas, por outro lado, pare de sofrer por antecipação. Deixe as coisas acontecerem.
BERNARDO: Está bem, vou tentar me lembrar dos seus conselhos quando estiver lá. Beijos. (e desliga)

No seu quarto, Gilberto conta a Joel todo o episódio do sumiço de Romero.

JOEL: E você acreditou nessa historinha que ele contou?
GILBERTO: Acreditei, oras. Porque ele haveria de mentir pra mim?
JOEL: Gilbertina, deixa de ser ingênua bichinha! O cara te fez de trouxa e você ainda tá ainda acreditando na patacoada dele?
GILBERTO: Porque você tem tanta certeza disso? Você sabe de alguma coisa que eu não sei?
JOEL: Não, Gilda! Eu não sei de nada. Mas tá na cara que esse Romero tá te fazendo de otário! Essa desculpa de levar tia em médico é mais velha do que andar pra frente. Só uma pessoa ingênua como você pra acreditar numa mentira dessas...
GILBERTO: Eu não sei, mas eu não consigo ver as coisas com essa maldade que você vê... Não entendo por que motivo o Romero iria mentir pra mim. Se ele não quisesse me levar, era só não me convidar. Ou então, se acontecesse alguma coisa de última hora, era só ter me ligado e dizer que aconteceu um imprevisto. Eu iria entender.
JOEL: Eu já te falei, abre o teu olho, gente de cidade grande é muito diferente. (pausa) Mas eu tô entendendo... Você tá apaixonado por esse cara, por isso que não enxerga a realidade.
GILBERTO: Apaixonado, eu?
JOEL: É. Você tá caidinho por esse cara. Se não a sua fichinha já tinha caído há muito tempo...
GILBERTO: Tá doido? Eu não sou de me envolver assim, tão facilmente, não...
JOEL: E como vocês ficaram depois desse episódio todo?
GILBERTO: Ele disse que não poderia falar porque estava muito cansado. Amanhã vou ligar pra saber como ele está.
JOEL: De jeito nenhum, Gildete! Você não vai ligar pra ele! Faz jogo duro. Se quiser, ele que ligue!
GILBERTO: Mas e se ele não ligar?
JOEL: Se ele não ligar, dane-se! É mais uma prova de que ele tá mentindo e não quer nada com você, sua tonta!
GILBERTO: Mas será que eu devo sair fora assim, sem dizer nada? Acho que devia pelo menos dar uma satisfação...
JOEL: Gilda, eu aposto meus cinco dentinhos da frente como você tá completamente apaixonada por esse salafrário. E te digo mais: você vai sofrer, e muito, nas mãos desse cara se não abrir o teu olho logo.
GILBERTO: Você acha?
JOEL: Eu tenho certeza.

No posto de gasolina, Joaquim (montado de Bebel) e Xantara caminham entre os caminhões enquanto conversam.

XANTARA: Então aquele seu plano de ficar por aqui algum tempo complicou... Se você não vai ficar na casa dos seus pais, vai ficar aonde?
BEBEL: Então, aí é que o bicho pega, mona... Eu não tenho onde ficar aqui. E também nem tô fazendo questão de ficar. Depois da merda que deu lá em casa, depois do problema que eu arrumei pra minha mãe, a minha vontade é de sumir no mundo e nunca mais voltar aqui.
XANTARA: Viado, mas tu deu a maior sopa pro azar! Que ideia foi essa de atender o bofe bem no alpendre da sua casa?
BEBEL: A merda quando tem de acontecer, não tem jeito... Era tarde da noite, a casa tava toda apagada. Como é que eu ia imaginar que o brucutu do meu pai tava no boteco enchendo o chifre e ainda não tinha chegado da rua? Achei que ia ser tudo tranquilo... De repente o brucutu aparece lá, do nada e pegou a gente com a boca na botija. Quer dizer, eu, né?
XANTARA: Ai mona! Só você mesmo pra me aprontar uma presepada dessas... Seu pai pegou a trouxa e se mandou mesmo?
BEBEL: Pois é, essa foi a pior parte da história. Eu tô me sentindo culpadésima por isso... Coitada da minha mãezinha... Ela não merecia isso. Se meteu nessa enrascada toda só pra me defender...
XANTARA: Mas você acha que ele foi embora mesmo? Ou será que só fez um charme e depois volta?
BEBEL: Olha, conhecendo o brucutu com eu conheço, eu aposto minha blusinha de lantejoula como ele não volta de jeito nenhum...
XANTARA: Coitada da sua mãe... Apesar de ser uó, como você diz, pelo menos ele sustentava a casa, né? Agora a responsabilidade vai ficar toda nas costas dela... Seus irmãos trabalham?
BEBEL: Só o mais velho, o Romeu. Ele é mecânico numa oficina mecânica. A Rosa e o Lindomar não trabalham, só estudam.
XANTARA: E a senhora, que é a mais nova, trabalha fazendo avenida?
BEBEL: É, isso mesmo. Digamos que eu sou uma profissional... Do sexo.
XANTARA: E sua mãe é costureira, né? Coitada. Se o seu pai não voltar, ela tá lascada!
BEBEL: E isso não é tudo... Eu fiz outra merda lá que vai deixar a minha mãe irada!

Corta rápido para o quartinho de costura de Helena.

ROMEU (entrando): Mãe, a senhora viu o meu notebook que tava em cima da mesa da sala?

Continua amanhã...


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Você sabia?

Em 1948 e 1953 Alfred Kinsey relatou que cerca de 46% dos indivíduos do sexo masculino tinha "reagido" sexualmente a pessoas de ambos os sexos ao longo de sua vida adulta e que 37% deles tinham tido pelo menos uma experiência homossexual. A metodologia de Kinsey foi criticada. Um estudo mais recente tentou eliminar o viés de amostragem, mas mesmo assim chegou a conclusões semelhantes.

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