13 de março de 2012

GLS TEEN - CAP. 104



No capítulo anterior...
- Gilberto chega em casa eufórico. Ele questiona seu sentimento por Romero, sua falta de desejo por mulheres, etc.
- Por fim conclui que não está preocupado com isso, que vai deixar acontecer
- Bernardo procura Lorraine. Após ouvir suas histórias, esta promete lhe indicar um psicólogo
- Na fila do supermercado o olhar de Joana se cruza com o de duas mulheres: Célia e Jussara, mãe e filha

CAP. 104

Por alguns instantes as três se olham fixamente. Joana fica deslumbrada com a beleza de Jussara, enquanto Célia tem sua atenção despertada por Joana.

ATENDENTE (para Célia): Moça, o sistema voltou a funcionar. Aqui o seu troco.

Por mais alguns instantes Joana sente o ímpeto de fixar os olhos em Jussara. Mãe e filha pegam suas compras e saem. A atendente volta sua atenção para Joana.

Tarde da noite, em São Paulo, Bebel chega da rua e encontra Susette sentada no sofá.

SUSETTE: Até que enfiam apareceu a Margarida... E aí? Faturou algum?
BEBEL: Um pouco mais que ontem. (tira algumas notas da bolsa e entrega à cafetina)
SUSETTE: Só isso? Essa merreca não dá pra pagar nem a metade da primeira semana que você ficou aqui...
BEBEL: Eu sei, madame Susette, mas estou me esforçando. Aos poucos está entrando algum dinheiro...
SUSETTE: E você acha que eu tenho vida inteira pra ficar esperando entrar dinheiro? Queridinha, aqui a gente tem conta pra pagar! É aluguel, é água, é energia, é a comida que as senhoras comem... Não dá pra ficar de braço cruzado e de barriga pra cima esperando não!
BEBEL: Vou me esforçar mais. Vou tomar um banho e vou voltar pra avenida pra ver se faturo mais algum.
SUSETTE: Faça isso, queridinha, faça isso. Mas, independente de qualquer coisa, a faxina da casa nos próximos dias é por sua conta. Se não paga com dinheiro, vai ter de pagar com trabalho!
BEBEL: Sim senhora. (e sobre a escada)

No quarto...

BEBEL: Nossa! Essa madame Susette é carne de pescoço mesmo, hein?
CARLETE: Não te falei pra você não se deslumbrar que a vida aqui não era moleza? Você achou que aqui era o paraíso... Bem que eu te alertei...
BEBEL: É verdade. A vantagem que aqui a gente é o que é, não precisa ficar se escondendo, como medo das pessoas. Se leva bordoada pelo menos é de estranhos, não é de pessoas da própria família.
CARLETE: Hoje eu me dei bem. Fiz o suficiente para pagar duas diárias. Se continuar assim, em breve não estarei devendo mais nenhuma...
BEBEL: Sorte sua. Eu ainda continuo faturando pouco e a megera tá de cima de mim. Vou tomar um banho e sair de novo pra ver se arrumo mais algum cliente.
CARLETE: Eu quero cair na cama e dormir o sono das justas, porque estou um verdadeiro bagaço...

Três dias depois...

Gilberto vai ao Parque da Cidade para encontrar Romero. Ele anda de um lado pro outro, olha as horas no celular, anda mais um pouco e nada.

Nisso aproxima um rapaz de seus 30 anos, branco, baixinho, malhado. Seu nome é JOEL. Ele se aproxima de Gilberto para perguntar as horas.

JOEL: Você parece ansioso. Algum problema?
GILBERTO: Eu marquei com um amigo aqui, mas ele já está bem atrasado e até agora nada.
JOEL: Seu namorado?
GILBERTO: Por que a pergunta? Por acaso tenho cara de gay?
JOEL: Não é isso, é só uma pergunta mesmo. Não se ofenda.
GILBERTO: Tranquilo, só achei estranha a sua pergunta...
JOEL: Então, também marquei com um cara aqui, um “amigo” também, e ele não apareceu. A gente ia ali tomar uma cerveja. Você não tá a fim de ir lá comigo? A gente vai conversando e depois se nossos amigos aparecerem a gente sai. Se não, a gente pelo menos não perde a noite. O que você acha?
GILBERTO: É, pode ser. Vamos lá então.

Os dois saem caminhando.

Bebel termina a faxina da casa e está esbaforida de tão cansada, descabelada, etc. Nisso Susette se aproxima, observando a limpeza dos móveis e do chão.

SUSETTE: Sua faxina ficou até boa. Mas não se iluda! O que eu quero aqui é dindin, money, dinheiro! Só te botei pra faxinar aqui pra não ter que te dar hospedagem de graça. Mas que fique bem claro: na próxima semana quero pagamento em dinheiro. Ou a senhorita me paga, ou rua! Entendeu?

Bebel fica apreensiva.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Embora a associação ativo = macho e passivo = fêmea se preserve na mentalidade popular, não é mais usada na psicologia. Os estudiosos modernos entendem que, em âmbito de complexidade, muitas vezes um parceiro homossexual pode desempenhar sexualmente ambos os "papéis", sendo ativo e passivo, e que numa relação sexual que se estende a nível amoroso e afetivo, muitas vezes o passivo também pode dominar e liderar o outro como qualquer outra relação humana. Em estudos da década de 1980 constatou-se que haveria mais ativos que passivos.

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