No capítulo anterior...
- Joaquim implora ao pai para que fique, mas
Ronaldo vira as costas e vai embora
- Helena custa a pegar no sono. Depois de
muito pensar, Joaquim resolve ir embora também
- Joel tenta mostrar a Gilberto que Romero
pode não ser a pessoa que ele pensa
- Gilberto se recusa a mudar seus princípios
e acha que Joel que é muito maldoso
- Helena levanta cedo e acha o bilhete de despedida
de Joaquim. Ela se desespera
CAP. 117
HELENA
(para si mesma): Ai meu Deus! Será que eu fiz a coisa certa? (pensa um pouco)
Bom, agora seja lá como for, eu vou ter de arcar com as consequências... O que
tá feito, tá feito.
Ela enxuga as lágrimas, senta
na máquina e começa a costurar.
Gilberto liga várias vezes para
o celular de Romero e nada de atender.
GILBERTO
(para si mesmo): Mas o que será que aconteceu com esse cara? Esse negócio tá
começando a ficar sério...
Enquanto isso, Romero dorme
profundamente em seu apartamento.
No começo da tarde Gilberto
insiste, até que Romero atende.
GILBERTO: Aonde
você se meteu cara? Eu tô aqui morrendo de preocupação...
ROMERO: Preocupação
comigo? Por quê? O que houve?
GILBERTO: Como
assim “o que houve”? A gente tinha combinado de ir a uma festa, te esperei mais
de uma hora e você nem deu as caras. Fui até o seu prédio, esperei mais de hora
e nada/
ROMERO
(cortando): Como assim, veio pra frente do meu prédio? Deu pra me vigiar agora?
Que palhaçada é essa?
GILBERTO: Não
era te vigiando, estava preocupado... Você sumiu do mapa, não deu notícias...
Consideração, já ouviu falar nisso?
ROMERO
(mudando o tom): Ai, cara, me desculpe... Desculpe não ter te avisado, nem tive
cabeça pra isso... Aconteceu um problema sério aqui em casa: minha tia passou
mal e eu tive que correr com ela pro hospital. Passei a noite toda lá...
GILBERTO: Uai,
mas você não morava sozinho?
ROMERO: Sim,
eu moro, mas minha tia mora aqui perto. Ela teve uma cólica lá... Um negócio
que eu não sei o nome... Foi o maior perrengue...
GILBERTO: Mas
agora tá tudo bem?
ROMERO: Tá.
Agora tá tudo tranquilo. Ela já tá em casa de novo. Eu é que tô um bagaço de
cansado... Passei a noite toda sem dormir preocupado com ela, dando remédios...
Se você puder ligar depois, aí a gente conversa.
GILBERTO: Ok
então. Não quero atrapalhar o seu descanso. Depois eu te ligo. Beijo.
Romero desliga o telefone, joga
em cima do criado mudo.
ROMERO
(para si mesmo): Era só o que me faltava: esse mané ficar me vigiando como se
fosse a minha mulherzinha! Palhaço! (cobre a cabeça com o travesseiro e volta a
dormir)
Joana conversa com a irmã no
quarto.
JOANA: Estranho...
Hoje a Jussara tava tão diferente comigo na aula... Não conversou, não brincou,
não riu... No recreio nem me deu moral. Na saída parece que saiu apressada...
RENATA: Você
anda muito amiguinha dessa Jussara. Do jeito que você fala parece que só tem
ela na sua sala...
JOANA: Não.
Lá tem um monte de outras meninas, mas todas chatinhas, narizinho empinado,
filhinhas de papai, entende? A Jussara é a única legal, gente fina, além de ser
bonita e muito gentil.
RENATA: Bom,
pelo tanto que você fala, ela deve ser bonita mesmo... Mas... Porque você acha
que ela tá diferente?
JOANA: Não
sei... Sabe quando parece que a pessoa tá te evitando? Foi isso que notei na
aula hoje...
RENATA: Vai
ver é impressão sua. Ou então é alguma fofoca mesmo. Tem algum gato na parada?
JOANA: Gato
nenhum. Que eu saiba a Jussara não namora ninguém.
RENATA: Nem
você? De repente você pode estar arrastando asas pro gatinho dela...
JOANA: Eu
não! Deus me livre! Só tem fedelho naquela sala! Uns carinhas muito chatinhos
pro meu gosto. Mas eu fiquei grilada com esse negócio da Jussara. A gente tá
curtindo uma amizade legal, até almoçar com a mãe dela eu já fui. De repente a
menina fica diferente com você... Sinceramente? Não deu pra entender... Mas
pode deixar. Amanhã eu tiro essa história à limpo... (e sai do quarto)
RENATA
(para si mesma): Ela só fala nessa Jussara. Estranho... Aí tem!
Bernardo passeia pelo shopping
enquanto fala com Pâmela pelo celular. Depois de lhe contar todas as novidades,
ele desabafa.
BERNARDO: Ai,
amiga, amanhã vai ser o exame médico. Essa entrada no Exército vai ser um
inferno na minha vida! Eu tô morrendo de medo!
Continua amanhã...
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Você sabia?
Apesar
da importância de se medir a incidência da homossexualidade na população, esta
tarefa é das mais complexas e até hoje não se encontrou um meio preciso de
fazê-la, por apresentar diversas variáveis. A pesquisa deve medir algumas
características que podem ou não ser a definição de orientação sexual. A classe
das pessoas com desejos pelo mesmo sexo pode ser maior do que a classe de
pessoas que colocam esses desejos em prática, que por sua vez pode ser maior do
que a classe de pessoas que se auto-identificam como gay/lésbica/bissexual.
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