16 de março de 2012

GLS TEEN - CAP. 107



No capítulo anterior...
- Romero tenta culpar Gilberto pelo desencontro dos dois. Joel percebe a manobra
- Ingênuo, Gilberto acaba se convencendo e ainda vai para o apartamento de Romero
- Joana se surpreende ao chegar ao colégio e descobrir que Jussara será sua colega de classe
- Susette dá um ultimato à Bebel: ou acerta todos os atrasados ou vai pra rua no dia seguinte
- Um grupo de mães protesta contra a presença do “travesti” Bernardo na classe de seus filhos

CAP. 107

COORDENADORA: Senhoras, por favor. Creio que estão um pouco exaltadas. A coisa não é bem assim como as senhoras estão dizendo...
MÃE 2: Meu filho não quer vir mais à escola. Disse que não vai estudar junto com travesti!
MÃE 1: Não tem cabimento uma coisa dessas: a gente paga uma fortuna à essa escola pra ter nossos filhos misturados a esse tipo de gente!
MÃE 3: Não queremos maus exemplos pra nossas crianças! Queremos um ambiente íntegro, de respeito, afinal, somos famílias de bem. Isso é o mínimo que podemos exigir dessa escola!
COORDENADORA (cortando): Silêncio! Por favor, me deixem falar!

As mães se calam.

COORDENADORA: Tudo isso não passa de um grande mal entendido. Não existe travesti nenhum estudando com os vossos filhos. Bernardo é um rapaz, digamos, alegre, quero dizer, homossexual, mas não é travesti. Não sei de onde tiraram essa ideia.
MÃE 1: Mas minha filha disse que ele tem os cabelos longos e ruivos e que se passa muito bem por uma mulher.
MÃE 3: Minha filha tem medo de entrar no banheiro feminino e dar de cara com essa coisa lá! Deus me livre!
MÃE 2: Meu filho está com medo de ser atacado por esse devasso!
COORDENADORA: Se as senhoras não me deixarem falar, não terei como esclarecer os fatos... Bernardo é homossexual, mas isso de frequentar banheiro feminino, ou mesmo assediar os rapazes, está completamente fora de cogitação. Estamos atentos a tudo aqui, nossa escola é toda monitorada por câmeras.
MÃE 3: Quem garante?
COORDENADORA: Nós garantimos. Além do mais, Bernardo é um excelente aluno. Tivemos o cuidado de checar isso com a escola onde ele estudava no Recife. Claro que sua sexualidade é um problema, mas é um problema dele e da sua família, não nos diz respeito. A nossa Constituição Federal, que é a lei máxima do país, proíbe qualquer tipo de discriminação contra a pessoa humana. As senhoras deveriam saber disso. Não podemos fazer nada para impedir a presença desse rapaz aqui. Desde que não desrespeite nenhuma norma da escola, ele tem tanto direito quanto os filhos de vocês. É a lei, não sou eu quem está inventando nada, senhoras. Por favor, compreendam...
MÃE 1: A senhora coordenadora é quem sabe. Já que a escola está acobertando gente dessa classe aqui dentro, não nos resta alternativa senão retirar nossos filhos daqui.
MÃE 2: Eu também tiro o meu. Vou procurar um lugar decente pra ele estudar, longe desse tipo de má influência.
MÃE 3: Eu também tiro os meus filhos.

Nisso todas as mães fazem coro, concordando. A coordenadora se vê em apuros.

Joel conversa com Gilberto na portaria do edifício.

JOEL: Estava passando aqui perto e como você disse que trabalhava aqui, passei pra te dar um alô.
GILBERTO: Pois é, trabalho e moro aqui também.
JOEL: E aí, como foi com o outro lá ontem?
GILBERTO: Fomos pro apartamento dele, tomamos um lanche, curtimos um lance, depois ele me trouxe aqui.
JOEL: Você engoliu aquela história que ele contou?
GILBERTO: Engoliu, como assim?
JOEL: Na boa, mas abre o teu olho. O cara tá te enganando. Você viu? Ele saiu da mata. Não foi lá que vocês se conheceram?
GILBERTO: Foi.
JOEL: Então, ele tava lá na caça de novo, atrás de outros parceiros... Veio com aquela história de horário desencontrado, que você se enganou e te enrolou legal. Eu peguei no ar que ele tava te enrolando...
GILBERTO: Não, eu devo ter me confundido mesmo... Às vezes sou meio lerdo.
JOEL: Tolinho você... Abre o olho rapaz! O que mais tem nessa cidade é gente mentirosa. O outro que eu tava esperando, me deu um belo cano. Mais tarde me ligou, cheio de desculpas esfarrapadas. Claro que não acreditei, né? Porque eu não nasci ontem... O que essas bibas têm de idade, eu tenho de carreira.
GILBERTO: Nossa! Então o cara te enganou mesmo?
JOEL: Ele não me enganou, desde o primeiro momento. Só queria saber até onde ele ia. Mas, olha, vou te dizer uma coisa: não dá mole porque esses caras aqui ficam te levando na conversa. Você é novinho, bonitinho, todo mundo quer pegar. Mas no fundo, o que eles gostam mesmo é da farra, de ficar com um aqui, outro ali, outro acolá.
GILBERTO: Ah não sei, mas o Romero me pareceu tão diferente disso... Parece um cara sério, responsável... Não sei se é desse jeito aí que você tá falando não...
JOEL: Então tá. Depois não diga que eu não te avisei. Bom, agora vou indo nessa que já tá na minha hora. Depois a gente fala mais. Até! (e sai)

A noite cai.

Bebel chega da rua e encontra sua mala na sala.

SUSETTE: E aí, trouxe a grana pra me pagar?
BEBEL: Não. Infelizmente não. Hoje foi um dia fraco, fiz apenas um programa.
SUSETTE: Então sua mala tá aqui (e mostra). Siga o seu rumo. Falta de avisar não foi.

Bebel pega sua mala e sai desapontada. Ela senta na calçada e começa a chorar.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Dados de pesquisa indicam que pelo menos metade dos homossexuais desempenha usualmente os dois papéis durante um encontro e, ao todo, cerca de três dentre cada quatro homossexuais têm experiência tanto do papel passivo quanto do ativo. Entre outras práticas homossexuais está a anilíngua e a cunilíngua, também praticadas por heterossexuais, além de todas as outras costumeiramente conhecidas; e o fistfucking que, embora seja mais raro, e muitas vezes seja associado a pessoas que aderem ao sadomasoquismo, quase não é encontrado entre os heterossexuais.

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