14 de março de 2012

GLS TEEN - CAP. 105



No capítulo anterior...
- Joana fica encantada por Jussara, enquanto sua mãe, Célia, sente o mesmo por Joana
- Susette cobra resultados de Bebel, alegando que seu faturamento não paga nem metade das despesas
- Joel vai ao encontro de Romero, mas não o encontra. Ele conhece Joel
- Bebel promete se esforçar para obter resultados e é ameaçada de despejo por Susette

CAP. 105

SUSETTE: Espero que tenha entendido o recado, mocinha! Aqui ou é dindin na mão, ou rua! Estamos conversadas?
BEBEL: Sim senhora.

Bebel sobe as escadas correndo e entra no quarto.

CARLETE: Nossa, ela tá jogando duro mesmo, hein?
BEBEL: Você ouviu? Trabalhei o dia todo feito uma burra de carga e agora ela me diz isso! Ai que vontade de ir embora!
CARLETE: Calma, amiga! Não se desespere. As coisas vão melhorar. Acredite. Logo a gente pega o jeito e começa a faturar e pagar a essa unha de fome. Depois, se for o caso, a gente arruma outro lugar pra ficar. Ela não é a única aqui na cidade, existem dezenas de outras cafetinas por aí...
BEBEL (chorando): Ai que droga! Eu sonhei tanto com essa vinda pra cá, pensava que iria fazer sucesso, que iria ganhar dinheiro. Tinha que cair justo na mão dessa megera?
CARLETE: Não chora amiga. Tudo vai se resolver. Fique calma. (e abraça a amiga)

Lorraine leva Bernardo até a ONG. Ele fica encantando observando os cartazes pelo corredor, lendo folhetos, livros e revistas sobre as mesas. Nisso uma senhora entra na sala.

CACILDA: Olá! Você deve ser o Bernardo, amigo da Lorraine...
BERNARDO: Isso mesmo. E a senhora?
CACILDA: Eu sou dona Cacilda, a psicóloga aqui da ONG. (senta e faz sinal para Bernardo se sentar) Lorraine me falou de você, mas eu queria te conhecer melhor, fazer algumas perguntas... Posso?
BERNARDO: Sim, claro.

Bernardo faz um longo relato da sua vida. Cacilda presta atenção a tudo e de vez em quando anota alguma coisa na sua prancheta.

CACILDA: Em que momento você começou a gostar de coisas consideradas femininas?
BERNARDO: Ah, desde sempre. Desde pequeno eu já gostava de coisas de mulher. Eu vestia os vestidos da minha mãe, calçava os saltos dela, usava as bolsas, passava batom...
CACILDA: E ela deixava?
BERNARDO: Não, era tudo escondido. De vez em quando ela me pegava no flagra, chamava minha atenção, dizia que não era coisa de menino. Com meu pai era pior: ele me batia.
CACILDA: Aconteceu mais de uma vez?
BERNARDO: Sim, muitas vezes. Toda vez eu apanhava e tinha de prometer que nunca faria de novo. Mas acabava fazendo... (risos)
CACILDA: Você não gostava de brincar com os meninos?
BERNARDO: Não. Eles eram muito brutos, gostavam de lutar, dar pancada, dar chute, gritar. Eu não gostava disso. Só gostava de brincar com algum menino quando era de casinha. Ele era o pai e eu, a mãe.
CACILDA: Porque você gostava de ser justamente a mãe?
BERNARDO: Ah, porque eu gosto de crianças, gosto de pegar o bebê no colo, fazer dormir, dar mamadeira, levar pra passear... Ser o pai era muito chato...
CACILDA: E como você cresceu? Me fale das suas relações na escola, com os colegas...
BERNARDO: Eu cresci muito sozinho. Os meninos não me aceitavam no grupinho deles. Nem no pique-esconde, nem no futebol, porque eu era ruim demais. (risos) As meninas também me rejeitavam, porque eu era o único homem no meio delas. Algumas ficavam tímidas, sem graça com a minha presença. Mas mesmo assim eu sempre tive muito mais amigas do que amigos.
CACILDA: Sei. Me diga uma coisa: você já teve relação sexual com alguma menina?
BERNARDO: Eu não! Deus me livre!
CACILDA (admirada): Por que a reação tão negativa?
BERNARDO: Ah, eu não sinto nada por mulher. O que eu iria fazer com uma mulher na cama? Isso nem me passa pela cabeça...
CACILDA: Entendo. Olha Bernardo, eu gostei muito de te conhecer, de ouvir algumas histórias da sua vida. Se você resolver de fato fazer seu acompanhamento aqui conosco, nós teremos várias e várias conversas como essa.
BERNARDO: Sim, eu quero fazer. Já estou decidido.
CACILDA: Você me pareceu bem à vontade, sem problemas pra falar, pra se abrir. Isso é um bom sinal. Posso marcar uma nova sessão pra você no começo da semana que vem, nesse mesmo horário?
BERNARDO: Sim, pode.
CACILDA: Fico te aguardando então.

No Parque da Cidade, Gilberto toma cerveja com Joel em um barzinho. Um pouco depois, percebe a aproximação de Romero, que vem justamente da direção da mata onde eles se conheceram alguns dias antes.

Quando Romero os vê, está em cima. Ele fica nitidamente perturbado.

GILBERTO: O que você tá fazendo aqui?

Continua amanhã...


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Você sabia?

A alta sensibilidade naturalmente erótica no ânus de qualquer ser humano faz com que os sexólogos afirmem que não há dados que justifiquem que os homossexuais obtêm mais prazer sexual que os heterossexuais, embora certos heterossexuais rejeitem o sexo anal por razões de estética (associação a fezes).

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