No capítulo anterior...
- Reynaldo leva Gilberto ao trabalho e
combinam de se encontrar novamente à noite
- Joel chega logo em seguida e eles conversam
sobre Reynaldo. Gilberto se diz encantado
- Joel o instrui para que não se envolva
novamente com pessoas erradas
- Os filhos de Célia vão ao shopping e se deparam
com a mãe acompanhada de Joana
CAP. 157
JANISTÉLIA: Eu vou lá falar com ela! (e sai apressada em
direção à mãe)
JUSSARA
(inutilmente): Volte aqui, Jani! Volta aqui! Ai que saco!
JOSELITO: Deixa
a Jani, ela é meio voadinha mesmo... Vamos lá falar com a mamãe.
JUSSARA: Eu
não! Ficou maluco? Eu não quero ser obrigada a conversar com aquelazinha.
JOSELITO: Mas
você não era tão amiguinha da gatinha do pé grande?
JUSSARA: Era,
do verbo não é mais! Você não há de ver que aquela coisa se aproximou de mim
com segundas intenções?
JOSELITO: Verdade?
Queria te passar o rodo? Pegar mesmo?
JUSSARA: Isso
mesmo. Ficou dando uma de amiguinha, indo lá em casa estudar, e no fundo era
tudo desculpa. Depois que as minhas
colegas começaram a abrir meus olhos é que eu comecei a reparar o jeito
esquisito que ela olhava pra mim...
JOSELITO: Tu
não é fraca não, hein maninha? Arrasando corações até dos “pé grande”...
JUSSARA: Palhaço!
Você acha isso engraçado? Eu não acho a menor graça! Quero mais é distância
dessa “maria joão”. Tô pensando até em pedir a mamãe pra me mudar de colégio.
Enquanto isso, na mesa...
CÉLIA: Seus
irmãos tão onde? Eles não quiseram vir aqui?
JANISTÉLIA: Tão ali, ó (e mostra)
Percebendo que Célia tenta encontrá-los
no meio das pessoas, Jussara se vira de costas.
JANISTÉLIA: A Jussara ficou resmungando, não deu pra
entender direito o que ela falou...
CÉLIA
(olhando desconfiada para Joana): Ah sim, ela deve estar preocupada com o
horário do filme...
JANISTÉLIA: Não, ainda falta muito tempo pro filme
começar. Por isso que a gente veio aqui: pra tomar um sorvete até dar a hora.
CÉLIA: Então,
a Joana e eu já estávamos de saída. Vá lá tomar seu sorvete com seus e irmãos e
aproveitem o filme. Beijos (beija a filha) Até mais. (e saem)
Assim que saem da praça de
alimentação, pelo corredor...
JOANA: A
Jussara ainda tá muito grilada comigo né? Ela nem quis ir lá na mesa.
CÉLIA: Bobagem,
isso é infantilidade dela. Com o tempo vai perceber a bobagem que fez e vai
voltar atrás...
JOANA: Não
tá com essa cara não... Ela não baixa a guarda de jeito nenhum. Tem me evitado
de tudo quanto é jeito...
CÉLIA: Esqueça
a Jussara... Vamos pra aquele cantinho gostoso curtir a nossa tarde? Lá temos
coisas bem mais interessantes pra fazer... O que você acha?
JOANA: Tem
razão... O que importa é a gente...
As duas seguem para o motel.
Bernardo visita Lorraine, que
está na cozinha confeccionando seus bombons.
LORRAINE: Com
tem passado, minha querida?
BERNARDO: Por
esses dias tudo na calmaria, sem maiores problemas.
LORRAINE: O
episódio das roupinhas fashions foi
superado sem traumas?
Bernardo: Aparentemente sim. Meu pai não
falou mais nada. Me olha assim, meio atravessado, quando me vê saindo, mas não
fala nada...
LORRAINE: Tá
vendo? Com jeitinho você vai conquistando ele... E as conversas com doutora
Cacilda, você tem ido?
BERNARDO: Tenho
sim. Não falto de jeito nenhum, aliás, aguardo ansioso por elas a semana
toda...
LORRAINE: Faz
bem. Porque se você quer mesmo ser uma transexual, vai ter de percorrer esse
longo caminho. Nem é tão longo assim, mas necessário.
BERNARDO: Ela
já me explicou o processo todo. Tô ciente de tudo.
LORRAINE: Você
não se importa se eu não parar pra te dar atenção, não é querida? Você sabe que
minha vida é corrida...
BERNARDO: Claro
que não. Aliás, eu tava pensando, de repente eu poderia te dar uma mão aqui. Às
vezes passo boa parte do dia sem fazer nada... O que você acha?
LORRAINE: Seria
ótimo! Mas já vou logo avisando: dinheiro pra te pagar um salário, titia
Lorraine não tem... Mas umas cortesias pra entrar na boate eu posso te
arrumar...
BERNARDO: Pra
mim tá ótimo! Já é melhor do que nada... (risos)
Célia e Joana saem do motel. No
carro, à caminho de casa, comentam...
CÉLIA: O
que achou do nosso passeio de hoje?
JOANA: Achei
maravilhoso. Acho que até melhor que o primeiro.
CÉLIA: Também
tive essa impressão. Te achei mais solta, mais à vontade... Espero que continue
assim, cada vez melhor...
Minutos depois... Célia
destranca a porta e se depara com sua filha.
JUSSARA: Mãe,
a senhora pode me explicar o que a senhora tava fazendo com aquela sujeita no
shopping?
Continua amanhã...
>>>>>>>>>>>>>>>>
Você sabia?
Ainda
dentro das explicações psicológicas, estudos iniciados por Harry Benjamin
mostraram ao longo de décadas de estudos que o tratamento psiquiátrico é
ineficaz para tratar ("curar") a homossexualidade, por exemplo, servindo
apenas como terapia de apoio.
Uma
crítica em relação a essas tentativas de explicação é o seu foco em explicar a
homossexualidade e pouco se preocuparem em explicar a orientação sexual em
geral, e a heterossexualidade em particular.
Para ler os capítulos anteriores, acesse:
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