29 de maio de 2012

GLS TEEN - CAP. 170



No capítulo anterior...
- Juarez alega que se confundiu porque Bernardo está vestido de mulher
- O coronel exige que os filhos defendam a filha e o filho homossexual, demonstrando certa aceitação
- Bebel conta a Lorraine a sorte grande que tirou com o idoso na noite anterior
- Na tarde do dia seguinte, a família sai para se divertir e Bernardo fica assistindo TV no hotel
- Assistindo a um filme, o nome da mocinha chama a sua atenção: Betina

CAP. 170

BERNARDO: Betina... É isso! É o nome perfeito! Betina é muito mais bonito que Bernadete! É assim que um dia eu quero ser chamada: Betina! Doutora Betina, psicóloga. (ele imagina a secretária no seu consultório) “Doutora Betina, seu cliente já chegou”. “Doutora Betina, é o seu marido na linha A, posso passar a ligação?” “Doutora Betina, o seu cafezinho”. Ai que chique! Betina é um luxo! Amei esse nome!

Ele continua assistindo ao filme empolgadíssimo e cada vez que o mocinho chama a mocinha, se derrete todo.

BERNARDO: Será que o Ramon iria gostar desse nome? Será que ele me chamaria assim? Aliás, por falar em Ramon, por onde será que anda aquele danadinho? Será que ainda joga futebol? Será que ainda tem aquelas pernas lindas que tinha? (pausa) Ai, deixa de ser sonhadora Betina! Você nunca mais vai encontrar o Ramon... Ele tá muito longe, já deve até ter arrumado uma namorada, uma baranga dessas qualquer, ou então uma maria-chuteira, se ainda tiver jogando futebol... Mas que eu gostaria muito de revê-lo, isso eu gostaria...

Nisso entra o intervalo comercial.

BERNARDO (pensativo): Aliás, eu podia procurar o Ramon nas redes sociais... Quem sabe eu não consigo retomar o contato com ele? Essa é a primeira coisa que vou fazer quando chegar a Brasília. Estou louca pra rever o meu amor...

Em Brasília, Bebel sai do quarto e se depara com Lorraine na sala.

LORRAINE: Bebel, senta aqui. Tô precisando levar um papo sério com você.
BEBEL: O que foi? Aconteceu alguma coisa?
LORRAINE: Eu não sei se você tem noção do risco que tá correndo, mas é uma coisa muito séria.

Bebel Senta.

LORRAINE: Qual a sua ligação com a Pandora Bombadeira?
BEBEL: Pandora Bombadeira? Quem é essa? Eu não sei... Nunca/
LORRAINE (cortando): Não mente pra mim!
BEBEL: Eu... Eu já... Eu.../
LORRAINE (cortando): Você foi na casa dele fazer aplicação de silicone, não foi isso?
BEBEL: Não exatamente... Quer dizer... Eu pensei que.../
LORRAINE: Não mente pra mim! Eu já tô sabendo de tudo. Ela ligou aqui te procurando...
BEBEL: Ela ligou? Mas eu falei pra ela não ligar...
LORRAINE: Escuta aqui, mona, você tem noção do risco que você tá correndo aplicando essas porcarias?
BEBEL: Não. Mas eu queria ficar mais peituda, mais popozuda, queria ficar turbinada pra faturar mais. Só isso.
LORRAINE: Você sabia que a Pandora Bombadeira aplica é silicone industrial? Sabia que isso pode te matar ou te deixar toda deformada?
BEBEL: Eu não! Deus me livre! Mas todo mundo falou que era a mesma coisa do que é aplicado nas clínicas particulares...
LORRAINE: Você tá sendo enganada por essa gangue de bandidos, criatura! Você não lê jornais, não acessa internet? Nunca ouviu falar de travestis que morrem injetando silicone industrial?
BEBEL: Já ouvi assim, só por ouvir falar...

Lorraine fica admirada com a desinformação da amiga.

LORRAINE: Pois é. É melhor você se informar, abrir o seu olho antes que você morra sem saber por quê. Ou o que é pior: que você fique toda troncha e deformada.
BEBEL: Nossa! Mas é tão perigoso assim?
LORRAINE: Esse silicone que a Pandora aplica não é de uso médico, pra ser aplicado em gente. Ele não tem o invólucro que impede o líquido de escorrer pelo corpo. Silicone industrial é feito pra ser usado em carros.
BEBEL: Carros?
LORRAINE: É isso mesmo. Além do mais, ela aplica isso com uma agulha de aplicar remédio em cavalo. Tem trava que morre na hora. Você não tem noção do perigo que tá correndo... Eu vou te falar uma coisa: se você continuar a usar esses venenos, eu não quero saber de você morando aqui na minha casa. A hora que der uma merda com você, eu não quero ser responsabilizada! Você mora debaixo do meu teto. Se alguma coisa de errado te acontecer, é pra cima de mim que polícia virá. Você entende a minha preocupação?
BEBEL: Puxa! Lorraine, me desculpe. Eu não sabia que a parada era tão complicada assim... Todo mundo fala que o silicone da Pandora é mais barato e que dá o mesmo resultado... Por isso eu fui lá...
LORRAINE: Vem cá, eu vou te mostrar umas fotinhas aqui no computador...

Lorraine leva Bebel até em frente ao computador, abre uma pasta e lhe mostra uma dezena de travestis, com seus corpos todos deformados, vítimas das “bombadeiras”, as aplicadoras clandestinas de silicone.

BEBEL (incrédula): Minha Nossa! Que coisa horrível! Que fotos feias!
LORRAINE: É assim que você corre risco de ficar se continuar frequentando a casa da Pandora Bombadeira.
BEBEL: Deus me livre! Não ponho meus pés lá nunca mais.
LORRAINE: Então tá bom. Fico mais aliviada assim.

Terminado o feriado de carnaval, a quarta-feria de cinzas amanhece preguiçosa. Juarez, a esposa e os filhos retornam a Brasília, assim como Célia e sua família.

Tenso, Gilberto aguarda o síndico em sua sala.

SÍNDICO: Querendo falar comigo tão cedo Gilberto? O que houve?
GILBERTO: Então, seu Lalo, eu quero pedir a minha demissão.
SÍNDICO: Demissão? Como assim?

Continua amanhã...


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Você sabia?

Desde 1960, muitas pessoas LGBT no Ocidente, particularmente aquelas em áreas metropolitanas, desenvolveram a chamada "cultura gay". Essa cultura é exemplificada pelo movimento do orgulho gay, com desfiles anuais e exibições de bandeiras arco-íris. No entanto, nem todas as pessoas LGBT optam por participar da "cultura gay", sendo que muitos homens e mulheres gays se recusam a fazê-lo. Para alguns, esse tipo de movimento perpetua estereótipos gays. Para outros, a cultura gay representa a heterofobia e é desprezada por alargar o fosso entre pessoas gays e não-gays.

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