No capítulo anterior...
- Célia inventa uma desculpa e não deixa
Jussara perceber que na verdade falava com Joana
- Jussara não se dá por satisfeita e reclama
com Joselito que a mãe está misteriosa e arredia
- Lorraine, Bebel e Bernardo comentam sobre o
feriado de carnaval que se aproxima
- Bebel reclama que não ter clientes na
cidade e Bernardo não quer ir para Caldas Novas
- Gilberto também está desanimado com o carnaval
e Joel pergunta se ele está apaixonado por Reynaldo
CAP. 164
GILBERTO: Nem
adianta negar né? Você já me conhece bem... É verdade, no começo eu achava que
nem ia sentir muito a falta dele, mas depois, com o passar dos dias, fui vendo
que a saudade só fazia aumentar.
JOEL: E
agora, no feriado de carnaval, não rolaria de passar uns dias lá?
GILBERTO: Agora
tá muito em cima da hora, isso tinha de ter sido programado com mais
antecedência... Nesse período de carnaval as coisas ficam muito caras...
JOEL: Mas
se não é você quem vai pagar, porque a preocupação?
GILBERTO: Tem
isso também, mas é que não quero explorar o cara, entende? E agora também eu já
combinei de trabalhar pro outro cara aqui. Nem se rolasse não teria mais como
ir... Vou dar uma ligada pra ele no final de semana, só pra conversar um pouco,
matar a saudade...
Cai a noite.
Bebel anda de um lado pra outro
da avenida, à espera de clientes.
Pouco depois para um carrão ao
seu lado. Ela vai até o vidro, conversa com o cliente e entra no carro.
Já no motel, os dois começam as
preliminares e chegam à hora dos “finalmentes”.
CLIENTE: Nossa!
Eu esqueci a camisinha... Deixei o pacote na gaveta da mesa do escritório. Sabe
como é, sou casado e não posso ficar andando com isso pra cima e pra baixo...
BEBEL: Sem
problemas, eu tenho um monte delas ali na minha bolsa.
CLIENTE
(cortando): Não. Espera. Vamos ficar aqui mais um pouco, depois você pega lá...
Tá tão gostoso aqui, a gente se abraçando, se beijando...
Mais um pouco, e o cliente insiste
em fazer a penetração.
BEBEL: Êpa!
Sem camisinha não! Eu só faço serviço com segurança. Isso aqui não é
brincadeira não. Pera aí que vou pegar ali.
CLIENTE: Não,
fica aqui. Vamos continuar, depois você pega...
Bebel se recusa. Ela levanta,
vai até a bolsa e pega várias camisinhas.
CLIENTE: Sabe
o que é, essas camisinhas são aquelas distribuídas em posto de saúde não são?
BEBEL: Sim,
são. Qual o problema?
CLIENTE: É
que eu não confio nessas coisas distribuídas pelo governo. Isso não deve ter
qualidade, nem deve ser seguro...
BEBEL: Engano
seu. As camisinhas do governo são de ótima qualidade. Não tem diferença nenhuma
das outras.
CLIENTE: É,
mas eu não me sinto muito seguro com elas. Fico mais à vontade com as que eu sou
acostumado a comprar na farmácia...
BEBEL: Não
seja por isso, ali na minha bolsa tem camisinha de marca também. Tem pra membro
grande, membro pequeno, membro GG, tem camisinha com sabores, tem com
espermicida, com o que o você quiser... Eu sou uma profissional prevenida...
CLIENTE
(puxando seu braço): Não, vem cá. Deixa essas camisinhas pra lá, não vamos
cortar o clima, entende?
Bebel cede, e eles continuam as
preliminares com beijos e abraços.
A família de Bernardo chega a
um hotel em Caldas Novas. O casal vai para uma suíte, Simone pra outra. Gerson,
Airton e Bernardo dividem outra.
BERNARDO: Nossa,
achei essa cidade muito pequena. Isso aqui parece ser muito parado...
GERSON: Também,
você queria o quê, Bernardo? A gente chega na cidade mais de meia noite e você
queria que a cidade tivesse ligadona, só te esperando?
AIRTON: Calma
mano, amanhã a gente levanta cedo e vai conhecer os agitos. Eu não achei tão
parado assim não. Vi muita galera na rua agitando, muita gatinha... (se
cortando) Ah! Esqueci que você não é muito chegado nesse tipo de fruta...
BERNARDO: Engraçadinho!
E ó, se quer saber a verdade, eu não sou mesmo. Sou chegado a outro tipo de
fruta.
GERSON: Nas
berinjelas, né Bernardo?
BERNARDO: Chamem
como quiser, mas vocês sabem muito bem. (tom) Agora, vamos mudar o rumo dessa
conversa? Cada um na sua, sem muita gracinha? Pode ser?
AIRTON: Eitia!
Não precisa apelar. A gente tá só brincando...
BERNARDO: É,
mas algumas dessas brincadeirinhas de vocês me ofendem, tá legal?
GERSON: Tá
bom, não vamos mais falar em berinjelas...
Gerson e Airton riem
maliciosamente enquanto Bernardo fica sério.
Bebel continua o atendimento no
motel. Mais uma vez o cliente insiste em fazer sexo sem proteção. Bebel perde a
paciência.
BEBEL: Ô
colega, eu não tô entendendo aonde você quer chegar. Se o seu objetivo é fazer
sexo sem camisinha, pode esquecer que não vai rolar! Se você insistir, eu visto
a roupa e vou embora agora!
Continua amanhã...
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Você sabia?
No
Brasil, em 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu, por
unanimidade, a união estável entre casais homossexuais. Desta forma, os mesmos
direitos concedidos a casais heterossexuais também são válidos para as uniões
homoafetivas, como pensões, heranças, aposentadorias e inclusão em planos de
saúde.
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