No capítulo anterior...
- Avenor escuta os gritos desesperados de
Gilberto e parte em socorro do filho
- Joaquim e Xantara combinam mais uma noite
de programas no posto de gasolina
- Bernardo conversa com as amigas da escola e
deixa escapar que é interessado por Ramon
CAP. 15
COLEGA 1: Nossa,
Bernardo, mas logo o Ramon, o jogador de futebol? Ele é tão sem graça... Tem um
jeitão bronco/
COLEGA 2: Mas
tem um corpo bonito, pernas grossas, peludas, cabelo arrepiado... Pensa que já
não reparei na aula de educação física? É todo gostosão... Bernadinho não é
bobo não... Sabe escolher homem...
BERNARDO: Que
bobagem, gente, não foi isso que eu quis dizer. Quis dizer apenas que é um cara
legal, bacana. É um dos poucos que não me discrimina na sala. Quis dizer que me
simpatizo com ele, só isso.
COLEGA 1 (duvidando):
Huuummm, sei... Mas não era esse o sentido da conversa. Estávamos falando de
corpo, de atração física, de interesse sexual mesmo.
COLEGA 2: Fique
tranquilo, Bernardo, seu segredo estará bem guardado com a gente. Afinal, somos
todas “amigas”.
BERNARDO: Gente,
pelo amor de Deus! Não comentem nada com ninguém! Se o Ramon fica sabendo de
uma coisa dessas, não sei nem o que pode acontecer...
As meninas riem. Bernardo fica apreensivo.
Na beira do Rio, assim que se
recompõe do susto, Gilberto veste as roupas.
AVENOR: Se
eu não tivesse por perto pra te socorrer, essa hora você já tinha passado dessa
pra melhor.
GILBERTO: Foi
Deus quem mandou o senhor aqui. Aqueles malditos queriam me matar de qualquer
jeito.
AVENOR: Vamos
lá no escritório. Vou te levar até lá pra você receber o seu dinheiro. O
contador já deve ter chegado.
Gilberto fica intrigado, afinal
de contas o pai o expulsara de casa sem dó nem piedade e agora lhe salvara a
vida. Teria Avenor mudado de ideia? Teria considerado a sua decisão e levaria o
filho pra casa novamente? Um monte de pensamentos rondam a cabeça de Gilberto,
mas nenhum deles lhe serve de conclusão.
Os dois saem caminhando na
direção da administração da fazenda.
Joana conversa com as irmãs. As
menores organizam o armário. Joana apenas observa.
RENATA: Então
tá rolando um lance com Sérgio?
JOANA: Não
tá rolando nada! Mania que vocês têm de se meterem na minha vida.
BEATRIZ: Tá
sim. A mamãe falou que vocês se beijaram e ela viu.
JOANA: E
desde quando beijo é garantia de alguma coisa? Só umas adolescentes fedelhas
como vocês pra pensarem essas bobagens.
BEATRIZ: Você
é danadinha, hein? Se fazendo de difícil, ficando pra trás pra não voltar pra
casa junto com a gente, só pra esconder o namoradinho...
JOANA: Não
é nada disso, sua tonta! Eu tava na festa lá praça e o Sérgio apareceu, pagou
umas cervejas pra mim e a gente ficou lá conversando. Depois ele entrou nessa
de vir me trazer em casa, falou umas coisas e me beijou numa hora que eu nem
tava esperando.
RENATA: Hum,
então teve até declaração de amor?
JOANA: Teve.
Mas, querem saber de uma coisa? Eu nem gostei. Na verdade não senti nada.
BEATRIZ: Como
assim? Um beijo é sempre um beijo...
JOANA: Não
sei, parece que ficou faltando alguma coisa. Não teve gosto de nada.
Renata e Beatriz se olham, sem
entender nada.
No posto de gasolina, Xantara e
Joaquim fazem conforme o combinado: Xantara chega na frente e se certifica de
que o vizinho da família não está no local. Em seguida os dois começam a
circular por entre os caminhões. A paquera começa a rolar. Muitos olhares,
assovios, alguns risos. Papinho aqui, papinho ali. Xantara entra com um
caminhoneiro em uma boleia e Joaquim segue circulando.
Algum tempo depois, Joaquim vem
correndo na direção de Xantara. Ele não se contém em si de tanta felicidade.
JOAQUIM: Viado,
você não imagina o que me aconteceu!
Continua amanhã...
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Você sabia?
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