25 de novembro de 2011

GLS TEEN - CAP. 11



No capítulo anterior...
Joaquim tenta se esquivar, mas o vizinho o reconhece mesmo travestido
Bernardo conversa com os irmãos e revela sua apreensão com a ida ao psicólogo
O caminhoneiro propõe a Joaquim um programa em troca do seu silêncio

CAP. 11

CAMINHONEIRO: Sabe como é, né Belscate Mader, eu conheço muita gente aqui... Metade desses caminhoneiros são conhecidos meus. Posso fazer uma propaganda dos seus serviços, te recomendar, se é que você me entende...
JOAQUIM: Deixa eu pensar um pouco. Estou confusa. Isso foi bafão demais pra minha cabeça. Vou ali conversar com a minha amiga e já volto para te dar uma resposta.
CAMINHONEIRO: E nem pense em me dar o cano, viu, gracinha? Não esquece que eu conheço seu pai muito bem. Já bebemos muita cachaça lá naquele boteco da esquina. Vê bem o que você vai aprontar... Tô te esperando ali ó, na boleia daquele caminhão azul (e aponta).

Joaquim sai apressado e tenso. Logo à frente se encontra com Xantara.

JOAQUIM: E agora, amiga, o que eu faço? O bofe quer um atendimento de graça pra ficar calado. Você acha que eu devia dar no pé e desaparecer do mapa?
XANTARA: Claro que não. Vai botar tudo a perder? Vai correr o risco de tomar uma curra do seu pai, querida? (e antes da resposta) Nada disso! Vai lá e atende o bofe, linda, lindíssima! Uma a mais ou a menos não vai fazer diferença... Ele não tem nada a perder, você tem, tolinha!

Alguns minutos depois, Joaquim se dirige ao caminhão indicado e ali cumpre o acordo que fizera. Ele faz um programa gratuito com o caminhoneiro em troca do seu silêncio.

CAMINHONEIRO (satisfeito): Olha, sabe que pra sua idade você é muito bom de serviço? Eu gostei. Quando tiver oportunidade vou te recomendar aí pros meus chegados. E olha que tem muito camarada aí que gosta de um lesco-lesco desse... Sabe como é: os caras estão longe de casa, sem mulher... Precisa dar um jeito de aliviar a tensão...
JOAQUIM: Gostou mesmo?
CAMINHONEIRO: Ó, mas tem um detalhe: sempre que eu tiver aqui, vou querer um atendimento vip, igual esse de hoje, e de graça, é claro. Se você cumprir a sua parte, eu cumpro a minha: seu pai não vai saber de nada pela minha boca, minha Belscate Mader... (riso irônico pegando no queixo de Joaquim)
JOAQUIM (meio irritado): Para de me chamar de Belscate! Meu nome de guerra é Bebel!
CAMINHONEIRO: Mas pra mim é Belscate Mader e pronto! Vai querer contrariar o seu macho?

Joaquim nada responde e desce da boleia do caminhão.

Em Joanésia, desapontado, Gilberto volta para o Parque e pernoita no estábulo. O dia começa a clarear. Com fome, junta as últimas moedas que lhe restam no bolso e toma um café na padaria do centro da pequena cidade. Pensativo, caminha sem rumo pelas ruas até que tem uma ideia. Caminha algumas quadras, bate à porta, Boneca abre.

BONECA: Bom dia, moço! Visita tão cedo assim? Eu já tava saindo pra lavoura...
GILBERTO: Pensei melhor... Aquela proposta de passar uns dias aqui ainda tá de pé?
BONECA: Sim, claro. Pode ficar aqui o tempo que precisar.
GILBERTO: Não vai ser muito tempo. Só o suficiente pra eu receber o meu mês de serviço lá na lavoura e achar um rumo pra minha vida.
BONECA: Vamos, entre. Você tá meio amarrotado, parece cansado. Toma um banho, tem café na garrafa, pão no armário. Fique à vontade aí que já tá em cima da hora do caminhão passar.
GILBERTO: Eu lhe agradeço muito. Você é mesmo um cara bacana.
BONECA: Tem uma chave reserva na estante. Lá na cozinha tem comida no armário. Se vira aí, tá certo? Até mais. (pega a mochila, a chave na porta e sai)

Gilberto deita no sofá, respira aliviado e fica pensando no que fará de sua vida.

Joaquim passa na casa de Xantara, retira as roupas femininas, limpa a maquiagem que insiste em não sair de seu rosto, veste as roupas masculinas, tudo à toque de caixa.

JOAQUIM: Vamos, mona, rápido! O dia tá pra clarear! Preciso chegar lá em casa antes do povo acordar.

Xantara deixa Joaquim na porta de casa. O dia está prestes a clarear, quase seis da manhã. O rapaz entra pé por pé, pensado que todos ainda dormem, mas é surpreendido pela mãe.

HELENA (falando baixo): De onde você tá chegando, moleque?

Continua amanhã...


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Você sabia?

IDENTIDADE DE GÊNERO TRAVESTI – são aquelas pessoas que aceitam seu órgão genital de nascimento, mas se vestem e se comportam como se fossem do sexo oposto.

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