Ocupação da Rocinha e Vidigal devolve territórios à população, diz chefe de polícia do Rio
Martha Rocha afirma que conta com apoio de moradores para encontrar criminosos
A chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, disse em entrevista à Rede Record, na manhã deste domingo (13), que a operação que ocupou as comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu será permanente e devolve os territórios, antes controlados pelo tráfico, à população.
- Esse é um momento ímpar. Estamos devolvendo à comunidade, ao morador, uma área que vinha sendo dominada pelo tráfico de drogas.
Sobre uma possível volta do tráfico de drogas à região, a delegada afirma que isso não irá ocorrer. Segundo ela, a polícia estará presente permanentemente no local, com ações de busca. Ela afirma contar com apoio da população.
- A ocupação da comunidade se deu sem nenhum disparo de tiro. A retomada foi feita, a volta do tráfico não acontecerá. Esse é um presente que estamos oferecendo à população.
Início da Operação
Começou por volta das 4h20 a operação de ocupação da favela da Rocinha, considerada a maior da América Latina, na zona sul do Rio de Janeiro. Mais de 2.000 policiais e agentes de segurança participam da ação. O helicóptero da Polícia Miliar, conhecido como Caveirão dos Céus faz voos rasantes no topo da comunidade. Policiais começaram a fazer varredura nas comunidades.
Na favela do Vidigal, onde também acontece uma operação de ocupação hoje, um blindado do Batalhão de Choque da Polícia Militar teve que retornar ao pé do morro, por causa da grande quantidade de óleo que foi derramada pelos traficantes em um lugar conhecido como Largo do Santinho, na parte alta da favela. Apenas os blindados da Marinha conseguiram prosseguir.
A ocupação da Rocinha marca a tomada de um ponto estratégico na guerra contra o tráfico de drogas, pela localização (entre bairros nobres) e possível eliminação do quartel central de uma das principais facções criminosas do Estado. A favela chega a movimentar R$ 2 milhões por semana com o tráfico, de acordo com estimativas da Delegacia de Combate às Drogas, total estimado em R$ 8 milhões por mês, principalmente com a venda de cocaína.
Com a ocupação da Rocinha, considerada o principal centro distribuidor de drogas para bairros ricos do Rio, o tráfico deve deixar de ganhar cerca de R$ 100 milhões por ano.
Além dos agentes de segurança, 18 veículos blindados da Marinha e helicópteros das polícias Civil e Militar também estão sendo usados na operação. Até as 4h40 não havia informações sobre confrontos com traficantes ou outras prisões.
A Marinha do Brasil forneceu 194 homens (19 oficiais e 175 praças) e 18 blindados em apoio às forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro para ocupar a Rocinha. Esta é a quarta vez que a corporação participa de uma operação em comunidades cariocas para apoiar a Secretaria de Segurança. Na primeira incursão da Marinha em solo carioca, em novembro de 2010, a corporação enviou 127 combatentes.
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