> Notícias da TV, por MARCOS SILVÉRIO <
Casamento real terá transmissão inspirada em reality
O casamento entre o príncipe William e Kate Middleton, que acontece nesta sexta (29), será transmitido para todo o mundo no estilo de um reality show. Segundo o jornal Extra, essa é a ideia da família real.
Para isso, contrataram Diccon Ramsay, diretor de um dos programas de maior sucesso na Inglaterra, o "X Factor", que tem como jurado principal Simon Cowell, ex-"American Idol".
De acordo com a imprensa britânica, Ramsay, de 27 anos, vai dar o sinal para que Kate entre na catedral de Westminster e vá até o altar.
Para levar as imagens para cerca de dois bilhões de telespectadores, serão utlizados vários truques técnicos, para seguir a mesma qualidade de um reality show. Este será o primeiro evento filmado como um "Big Brother".
Haverá câmeras especiais sem fio e controladas remotamente, que serão posicionadas de forma discreta ao redor da catedral e até mesmo dentro de arranjos de flores. Minicâmeras HD enviarão imagens para a direção escolher o melhor ângulo e gravar cada detalhe da cerimônia. Algumas delas ficarão monitorando as emoções de convidados famosos, como o jogador David Beckham, o ator Rowan Atkison (o Mr. Bean) e o cantor Elton John.
Ao tabloide "The Sun", uma fonte ligada a Simon Cowell contou que sua equipe foi procurada devido à qualidade do "X Factor": "Eles queriam que o responsável pelo maior reality show do mundo ajudasse a fazer da cerimônia o maior evento televisivo da história".
No Brasil, Globo, Record, Band e RedeTV! vão transmitir a cerimônia ao vivo, a partir das 6h15. O SBT também cobrirá o evento, com o "Jornal do SBT Manhã" e um especial exibido logo na sequência, com o nome de "William e Kate - Cenas de um Casamento".
Na TV paga, os canais E! Entertainment, GNT, Record News e Globo News serão responsáveis pela transmissão de notícias e flashes do evento.
Já na internet, o UOL transmitirá ao vivo o casamento. O sinal será aberto a partir das 4h (horário de Brasília) para mostrar a chegada dos convidados à Abadia de Westminster, local onde será realizada a cerimônia. Às 6h, os jornalistas Diogo Pinheiro e Carolina Vasone recebem no estúdio do UOL, em São Paulo, especialistas em moda, beleza e cerimonial para comentar o casamento, marcado para as 7h.
Fonte: Na Telinha
Norma ganha liberdade em "Insensato Coração"
Após passar seis anos na prisão, Norma (Gloria Pires) finalmente conseguirá sua liberdade de volta em "Insensato Coração".
Diva (Susanna Kruger) a chama em sua sala e anuncia a liberdade condicional. Emocionada, Norma diz que, enfim, voltará a ser gente de verdade.
Chegando do lado de fora do presídio, ela se depara com Cida (Beth Zalcman), que estava à sua espera e a convida para ficar em sua casa. Inclusive, será Cida quem conseguirá forjar um emprego para Norma, no Rio.
Assim, com autorização de Diva, a ex-presidiária viaja atrás de Léo (Gabriel Braga Nunes), para se vingar do que ele fez.
Com a ajuda de um retrato falado, conseguido com a polícia, Norma começará a busca pelo vilão em Florianópolis. Ela irá ao hotel onde conheceu o rapaz, na beira de uma estrada. Lá, receberá a notícia de que o mau caráter costumava contratar serviços de prostitutas mas que não saberia informar quem realmente era e onde morava.
Norma então segue para um prostíbulo na ilha e conquistará uma preciosa informação. Ela descobrirá que, em vez de Armando, quem realmente procura se chama Léo. Alguns dias depois, Norma finalmente se depara com o vilão. Ao gritar Armando, ele não esboça reação alguma. Mas ao chamar de Léo, o rapaz se vira e a atende.
Norma começará a discussão desabafando e dizendo que passou anos presa por culpa de um crime cometido por ele. Léo, com certo deboche, diz se lembrar do caso e chama Norma de histérica e que ela não tem provas contra ele. A ex-enfermeira ameaça e diz não ser mais a moça de antigamente. Ela afirma que irá se vingar dele e que ele pagará por tudo que passou na cadeia.
Fonte: Na Telinha
Paola Oliveira se diz mais confiante como Marina
Se a função de protagonista de novela exigisse os três meses de experiência que outras profissões pedem, Paola Oliveira seria efetivada com louvor. Esse é o tempo que a atriz está no ar em "Insensato coração", mostrando capacidade para desempenhar o cargo que lhe foi atribuído.
— Estou mais confiante porque Marina já passou pelo mais difícil, que era estabelecer o amor por Pedro (Eriberto Leão), fazer o público acreditar no casal e torcer por ele — afirma ela: — Consigo esperar algo daqui para frente. No início, eu não imaginava nada. Agora, meu olhar vai um pouco mais longe e isso me deixa mais confortável.
Ao longo do caminho, Paola, que substituiu Ana Paula Arósio, encontrou dificuldades. E acha normal as pessoas terem ficado confusas em relação ao casal.
— Normalmente, o par romântico se estabelece, depois se separa. Com Pedro e Marina isso não aconteceu. Os autores ousaram. Sair do padrão causou estranheza — analisa a atriz, que buscou elementos para dar veracidade à paixão não realizada da designer: — Fui criando a verdade da Marina, esse amor, as lembranças. Tinha que achar respostas nas poucas cenas.
Mas Paola nunca concordou com as críticas de que o casal não dava liga:
— Não é que não havia química, a gente não tinha feito cenas juntos o suficiente. E o público está torcendo mais pelos vilões. É uma luta para os mocinhos ganharem a preferência das pessoas. Por isso, fico feliz quando dizem que amam Marina, que querem que ela fique com Pedro. É uma vitória a cada dia.
Fonte: jornal Extra
Úrsula descobre a origem de Jesuíno e Açucena
Com mais um aliado, Úrsula (Débora Bloch) consegue informações privilegiadas que podem prejudicar a vida de Jesuíno (Cauã Reymond) e Açucena (Bianca Bin). A duquesa engana Zóio-furado (Tuca Andrada) prometendo levá-lo para ser da nobreza em troca de um favor: que ele mostre quem é a verdadeira princesa Aurora.
O cangaceiro acredita na promessa e resolve levá-la à casa de Euzébio (Enrique Diaz) e Virtuosa (Ana Cecilia Costa) para que Úrsula veja pessoalmente a jovem. Já na residência dos sertanejos, eles percebem que a casa está vazia e a invadem.
Zóio-Furado mostra uma foto de Açucena e Úrsula se lembra dela no baile de Rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia). “A Rainha Efigênia (Berta Loran) estava certa. A sertaneja que dançou por último com Felipe (Jayme Matarazzo) é mesmo Princesa Aurora. Então... essa é a herdeira do trono de Seráfia”, confirma.
A duquesa vai embora satisfeita com a descoberta e, a caminho do Palácio do Governo, ela questiona Zóio-furado sobre o interesse de Herculano (Domingos Montagner) em esconder que Açucena seja a princesa. O cangaceiro então revela mais um segredo de seu capitão: “Açucena é noiva de um empregado de Coronel Januário (Reginaldo Faria), Jesuíno Araújo. O rapaz é doido pela moça. Jesuíno não sabe, mas Herculano é seu pai. Por isso o capitão mentiu para o rei. Para proteger a felicidade de seu filho”.
Úrsula fica surpresa com a revelação. O que será que a duquesa irá fazer agora que sabe a verdadeira origem do casal?
Fonte: globo.com
Júlio e turma de "Cocoricó" voltam em 26 novos episódios
Júlio e sua turma estão de volta à tela da televisão em episódios novos a partir de segunda-feira (2). Nesse dia, estreia uma nova temporada de "Cocoricó na Cidade" no canal pago TV Rá Tim Bum.
Nos novos episódios, os personagens continuam armando confusões no apartamento de João. E não faltam brincadeiras no beco perto do prédio.
Cenas da turma no campo também não vão faltar. Afinal, Júlio adora visitar seus amigos da fazenda.
A nova temporada traz 26 episódios inéditos, com clipes musicais bem divertidos. A série passa de segunda a sexta-feira, às 20h15. Nos fins de semana, tem maratona de episódios: sábado, a partir de 20h15, e domingo, a partir de meio-dia.
Fonte: Folha
Renata Ceribelli visita fábrica de chocolates, mas...
A repórter Renata Ceribelli foi até Gramado, no Rio Grande do Sul, fazer uma reportagem para o "Fantástico" em uma fábrica de chocolates. A matéria mostra os preparativos para a Páscoa e os ingredientes que são usados na produção dos ovos de chocolate. A jornalista, que está participando do quadro "Medida Certa" ao lado de Zeca Camargo, não pôde aproveitar as delícias do local e conta que voltou para casa carregada de sacolas de chocolates, mas só para dar de presente para a família. “Para resistir eu mudei o foco! Foquei só na reportagem. Aproveitei para sentir bastante o cheirinho delicioso de chocolate da fábrica. Só ele me saciava”, explica Renata.
A jornalista disse que tem contado com o apoio do público para conseguir manter a dieta. "A vantagem de estar participando do ‘Medida Certa’ é que as pessoas não te oferecem pedacinhos de doce. Elas te ajudam a resistir à tentação. Isso é muito bacana!", observa Renata.
Fonte: UOL TV
Filha de Isabela Garcia é internada para reabilitação
A filha da atriz Isabela Garcia, que atualmente vive a Daisy na novela "Insensato Coração", está internada em uma clínica de reabilitação em Teresópolis.
Segundo o jornal Extra, Gabriela, de 19 anos, está lá desde a semana passada por iniciativa da mãe, preocupada com seu estado de saúde.
De acordo com informações do jornal, Gabriella Garcia chamou atenção no camarote de uma cervejaria durante o desfile das campeãs do carnaval, no começo de março. Na época, ela estava namorando o rapper Marcelo D2, porém o casal não está mais junto.
Gabriella é estilista e trabalha como repórter de um site.
RedeTV! cogita dividir futebol com a Globo
A RedeTV!, que venceu licitação do Clube dos 13 pelos direitos do Brasileirão no triênio 2012-2014, mas não deve levar, está em conversas com a Globo.
A emissora sondou a possibilidade de assumir a vaga da Band na divisão dos jogos de futebol com a rede carioca, que está fechando contratos individuais com os clubes para transmissão do campeonato.
Segundo a coluna Outro Canal, a Globo fala em dividir os direitos com os dois canais. Ela não quer abandonar a Band, sua atual parceira no futebol.
Fonte: Na Telinha
Críticas deixam Marcelo Adnet abalado
O quadro "Casa dos Autistas", acusado de ridicularizar pessoas que sofrem de autismo, ainda está repercutindo dentro da MTV. Marcelo Adnet, que fez o papel de Silvio Santos apresentando a atração do "Comédia MTV", está muito abalado e nem foi trabalhar ontem. Recaiu sobre ele, o mais conhecido membro do programa, toda a responsabilidade sobre o ocorrido. Ontem, Zico Góes, diretor de programação da MTV, reuniu-se com representantes de entidades em defesa dos autistas. Ficou combinado que a emissora irá investir em ações sociais e vinhetas promocionais sobre o tema. A MTV usará também seu portal para debater sobre o autismo com os jovens.
Fonte: Coluna Zapping
Marlene Mattos falará de Xuxa em livro
Marlene Mattos contará detalhes da vida e carreira no livro “Pedaços de ontens”, que será lançado até o fim do ano. “Vou falar de coisas que gosto e não gosto de lembrar, das minhas experiências no trabalho. Quem fez parte disto estará no livro”, revela a empresária, deixando claro que não vai omitir a parceria de quase 20 anos com Xuxa.
E por falar na diretora, Marlene comemorou 60 anos, ontem, fazendo o que mais gosta: jogando buraco com os amigos.
Fonte: Jornal Extra
Gisele Bündchen lança coleção de roupas em SP
Gisele Bündchen lançou na manhã desta quinta-feira (28) sua coleção de roupas para a loja C&A. A top vestiu peças da coleção e as exibiu na vitrine do Shopping Iguatemi, em São Paulo. O primeiro look usado pela modelo foi um short-saia e brazer pretos. Ao aparecer na vitrine, ela fez o gesto de "paz e amor". O segundo look usado pela modelo foi um macacão com um largo decote nas costas.
Os fãs de Gisele enfrentaram a chuva para ficar mais perto da top. Simpática, ela mandou beijos, acenou e fez sinal de joinha para os admiradores.
Ao todo, a coleção assinada por Gisele tem cem peças e chega às lojas nesta quinta-feira. Antes de apresentar a coleção, a modelo usou o Twitter para se comunicar com os seguidores. "Estamos a caminho da C&A. Ai, que friozinho na barriga!"
Fonte: Revista Quem
Ex-BBB Adriana fecha com a "Playboy"
De acordo com informações do jornal O Dia desta quinta-feira (28), a ex-BBB Adriana fechou contrato com a "Playboy" e será capa do mês de agosto.
O ensaio terá uma mega produção: "Fechamos para ser uma das melhores do ano com uma mega produção", comentou a empresária da ex-BBB ao jornal.
Adriana é considerada uma das musas do "BBB 11" e polemizou ao trair o namorado com o modelo Rodrigão.
Fonte: Na Telinha
Marcílio Moraes diz que Record terá de correr atrás dele
"Ribeirão do Tempo", que estreou em 18 de maio do ano passado, chega ao fim na próxima segunda-feira (2), com 250 capítulos. O autor da trama, Marcílio Moraes, de 66 anos, esperava que a novela, com previsão de término em janeiro de 2011, fosse esticada um pouquinho. Mas não que chegasse até maio. "Com a minha experiência em novelas, sei que os prazos nunca são sagrados. Sempre tem a possibilidade de aumentar e a gente aprende a se precaver. Primeiro, ela ia acabar em janeiro. Aí passou para depois do carnaval. No fim das contas, ficou quase um ano no ar", contabiliza. O escritor já entregou todos os capítulos para a emissora, mas isso não significa que o trabalho tenha acabado. "Não estou de férias porque acompanho a novela no ar", explica. Marcílio, agora, só pensa em descansar: "Para fazer outra novela, a Record vai ter que correr atrás de mim. Vou me esconder", brinca.
Apesar de ter sido esticada duas vezes, a trama de Marcílio Moraes teve média anual de 13 pontos. "'Ribeirão do Tempo' não foi uma campeã de audiência, mas foi boa. Acima de dez pontos na Record é bem razoável. O SBT colocou 'Ana Raio e Zé Trovão' para concorrer com a gente e a novela deles, apesar de ser uma reprise, teve uma audiência de 7 ou 8 pontos. Isso divide um pouco o telespectador. E ainda tinha os humorísticos, como o 'CQC', que é bom e tem o seu público. Fora que, de vez em quando, a Globo coloca a novela das nove até as 22h45", justifica.
Para o autor, Juliana Baroni, a Karina, e Bianca Rinaldi, a Arminda, foram as gratas surpresas. "No geral, todo mundo foi bem. Mas a Juliana e a Bianca surpreenderam porque as duas personagens eram dúbias. Arminda era meio vilanesca, mas tinha uma paixão pelo Joca [Caio Junqueira], que fazia com que o espectador não ficasse com raiva dela", analisa.
Na entrevista exclusiva a seguir, feita no escritório usado por Marcílio para escrever suas tramas, na zona sul do Rio, o autor fala sobre a época em que trabalhava na Globo, as adversidades de "Ribeirão do Tempo" e o filme "A Lei e o Crime", que deve ser rodado no segundo semestre.
"Ribeirão do Tempo" foi a maior novela que você já escreveu?
Foi a maior novela que já escrevi em termos de capítulos no ar. São 250 no ar e 215 escritos. É que tem capítulos menores e as tramas vão passando de um dia para o outro. A Record tem dessas coisas...
Você teve problemas para aumentar duas vezes a novela?
Não tive problema porque eu tinha muito assunto. Tinha por onde ampliar a trama sem cair na mesmice.
Então qual foi a maior dificuldade que você enfrentou em "Ribeirão do Tempo"?
A novela foi uma obra trabalhosa. É que a cidade toda era um personagem coletivo. Armar uma história com todo mundo junto, foi complicado. Era trabalhoso. Para o Querêncio [Taumaturgo Ferreira] descobrir que era filho da Madame Durrel [Jacqueline Laurence], movimentei toda a cidade. Jacqueline estava muito bem no papel, mas ela tinha que morrer para a história andar. Acho muito fajuto esse artifício de que morreu e depois não morreu. De repente, o morto reaparece. Não gosto muito. Em "Irmãos Coragem", enterraram um caixão cheio de pedras.
Mas você foi colaborador no remake de "Irmãos Coragem", em 1995, ao lado do Dias Gomes.
Mas a Janete Clair tinha escrito isso em 1970!
"Ribeirão do Tempo" vai terminar em uma segunda-feira. Não seria melhor acabar na sexta-feira, como faz a Globo?
A Record tem essa estratégia porque considera que a terça-feira é o dia mais vulnerável da Globo. Mais do que a segunda porque a concorrência pode botar um filmaço e a Record perderia audiência. "Vidas Opostas" também terminou em uma segunda-feira.
Não seria bom se o último capítulo fosse, pelo menos, reprisado?
Seria bom uma reprise, mesmo que fosse em outro dia que não a terça, já que é quando a Record quer estrear outra novela. Talvez uma boa opção fosse o domingo, que tem uma grade mais flexível. Muita gente perde o capítulo final. Se bem que hoje tem a internet, que facilita. Todos os capítulos estão na internet.
Você abordou temas polêmicos em "Ribeirão do Tempo", como política corrupta e pedofilia, no caso do senador interpretado por Heitor Martinez. Sofreu algum tipo de censura?
Tive total liberdade. Não teve nenhuma restrição. Um ou outro detalhe às vezes acontece de ser cortado, como um capítulo que tenha muito palavrão. Aí, tiro alguns. Mas nunca o bispo [Edir Macedo] me ligou. O Hiran Silveira [diretor de teledramaturgia da Record] é que fazia contato. Mas este é um acordo que acontece em qualquer emissora. Reduzi um pouquinho as cenas picantes também. Mas nem botei muitas porque não gosto mesmo. Nesse aspecto, "Ribeirão do Tempo" era uma novela leve e bem-humorada.
Você já trabalhou na Globo, onde fez "Roda de Fogo", "Mandala" e "Sonho Meu". Acha que "Ribeirão do Tempo" se encaixa no perfil de sua antiga emissora?
Acho que a Globo não aprovaria por causa da política. Essa história de política, com pessoas fazendo ilações com o Lula, porque havia políticos bebendo cachaça... Só para esclarecer: o personagem bêbado não era o Lula. Não era ninguém. Mas isso seria uma preocupação na Globo. Pelo menos essa é a lembrança que eu tenho de lá. Pode ser que alguma coisa tenha mudado, mas acredito que não.
Você disse textualmente que não se inspirou no Lula para fazer os políticos de "Ribeirão". Mas teria se inspirado na política brasileira de um modo geral?
Na política brasileira sim. A começar por essa história de que o senador tem um suplente que não é votado pelo povo. Se ele renunciar ou morrer, como aconteceu com o pai do Nicolau [Heitor Martinez], o suplente assume. E, no caso de "Ribeirão", Nicolau é um perverso, alucinado total. Ele não é um vilão comum porque tem perversões, como a pedofilia, e gosta de poder. Para piorar, o partido ainda o indica para a presidência. Ele faz um jogo com a morte o tempo inteiro.
E Nicolau morre no final?
Todos os vilões serão punidos.
Isso significa que ele vai morrer, então?
Me entreguei, né? Ele morre, sim. No último capítulo. Todos os crimes dele vão vir à tona. Mas eu não vou te contar como vai ser essa morte.
As gravações de "Ribeirão do Tempo" só terminam no sábado, dia 30. Isso foi uma estratégia para que o final não vazasse para a imprensa?
É assim mesmo. Aconteceu. Não foi proposital.
Nasinho [Thelmo Fernandes] foi morto pela então mocinha Karina, feita pela Juliana Baroni. Ela já era uma possível vilã na história?
Ela já tinha características, mas nem era tão vilã. Karina começou na trama como namorada do Tito [Ângelo Paes Leme]. Aí, ele transa com a Filomena [Liliana Castro], que fica rica. E Tito se casa com Filó para salvar a pousada, deixando Karina para trás. Ela ficou abandonada, o senador se interessou por ela, os dois transaram enquanto ela ainda estava com Tito e aos poucos vai entrando na maluquice de Nicolau. Mas Karina sempre foi mentirosa. No começo, não tinha ideia de que ela seria capaz de matar e nem havia pensado em juntá-la com Nicolau. No meio do caminho, achei que seria um casal interessante. Juliana estava fazendo bem e achei que valia a virada da personagem. Ela já tinha esse potencial.
Você sentiu dificuldade em escalar o elenco? Galãs são sempre difíceis na hora da escalação...
Não gosto de galãs. Não ligo para essas categorias de galã ou vilão. Prefiro os personagens mais normais. O casal romântico de "Ribeirão" era o Joca boboca com a Arminda, que era malvada e desprezava ele. Joca era um personagem querido por ser atrapalhado. Podia ter escolhido até alguém mais feio do que o Caio Junqueira. O Caio é até bem bonitinho. [risos] Não houve dificuldade na escalação. Não faço um personagem para um determinado ator. Eu crio o personagem. Depois vejo quem pode fazer bem. Isso me dá mais liberdade para escrever e desafia o ator também. Esse negócio de dar o personagem para o ator é ruim. O cara pode não querer, não estar com vontade de fazer...
Como é a sua rotina quando está escrevendo?
Novela é um inferno! Ocupa o tempo todo fisicamente e mentalmente. Eu acordo, leio o jornal, saio de casa e venho para o escritório para ficar mais isolado. Passo aqui o dia todo. Só volto para casa à noite. Aí, vejo a novela no ar. Eu gosto para ver a concorrência, ficar de olho no Ibope. Muitas vezes trabalhava em casa mesmo quando a novela terminava. É muito desgastante. No final, escrevi 7 mil laudas.
Você se preocupa com o Ibope?
Hoje não tem mais aquele aparelhinho que mede a audiência. A Record paga e dá uma senha para o autor acompanhar o Ibope pela internet. Não fico preocupado com o Ibope, mas acompanho. Na Record, dando acima de dez pontos, já fica mais tranquilo.
Você foi colaborador de Aguinaldo Silva em "Roque Santeiro" [1985], e também de Dias Gomes no remake de "Irmãos Coragem" [1995]. Que qualidades você destaca nestes dois autores?
O Aguinaldo é competente, estruturava muito bem os capítulos. O Dias era mais um mestre mesmo. Vinha do teatro, como eu, e nós tínhamos uma identificação maior.
"Roque Santeiro" foi escolhida para substituir "Vale Tudo", de Gilberto Braga, no Canal Viva. Como você recebeu essa notícia?
"Roque Santeiro" já foi reprisado no "Vale a Pena Ver de Novo". "Vale Tudo" nunca tinha sido. Talvez "Roque Santeiro" não faça tanto sucesso por isso. Mas é claro que vou dar uma olhada. Eu assino o Viva. Mas não vou ver tudo de novo.
Você diz que Dias Gomes é um mestre e se identificava mais com ele. Mas ele te deixou com um problema nas mãos quando escreveu só 26 capítulos de "Mandala" [1987] e você assumiu o restante da novela...
Isso já estava previsto. Ele ia escrever 36 capítulos e depois eu assumia. Ele só escreveu dez a menos. "Mandala" foi um projeto muito ousado de fazer. Era complicada a questão do relacionamento amoroso entre a mãe e o filho. E depois é que se viu que o problema era enorme. Na época, o Boni {José Bonifácio de Oliveira] tinha assinado um compromisso com a censura de que o incesto não ia acontecer. Me mostraram a carta. Aquilo foi um inferno. A Vera Fischer, que fazia a Jocasta, se apaixonou de verdade pelo Felipe, que era o Édipo e chegou a largar o então marido. Foi um inferno completo. Foi muito duro de fazer. Consegui contornar a situação graças ao bicheiro Tony Carrado [Nuno Leal Maia], que se apaixonou pela Jocasta.
Você saiu da Globo em 2002. O que aconteceu?
A gente não se entendia. Os projetos que eu queria fazer, a Globo não aceitava. E o que eles queriam que eu fizesse, eu não concordava. Resumido: Eu estava de saco cheio da Globo e eles de saco cheio de mim.
Depois da sua saída da Globo, você ficou três anos sem emprego. Como viveu essa época?
Foi complicado, mas eu tinha uma reserva. Na realidade, para mim era mais traumático porque a Globo é uma empresa. E eu era um escritor só. Pensei... E agora? Se não aparecer alguma coisa legal? Mas faço teatro... Me viro... Não tinha mais nada em termos de teledramaturgia. A Record não estava em expansão. O SBT só fazia novelas mexicanas e a Record fazia poucas coisas. Nesse tempo, eu reciclei minha cabeça e depois, felizmente, fechei com a Record.
Seu contrato com a Record vai até 2013. Já pensa em um novo projeto?
Para fazer outra novela, a Record vai ter que correr atrás de mim. Vou me esconder. É muito tempo. Não é tão cansativo, mas você tem que se dedicar o tempo inteiro para aquilo. Deixei de nadar, que é uma coisa que eu adoro fazer. Ia duas vezes por mês à natação. Aí é chato. Mas tem um seriado policial que a gente quer fazer. O "Chapa Quente", mas esse é um nome provisório, que com certeza vai mudar. Penso em fazer esse ano ainda, mas no segundo semestre. Seriado é sempre mais leve, com poucos capítulos. Inicialmente, seriam quatro capítulos. Agora vamos ter que conversar de novo. Mas sempre é pouco. Não são 200, como em uma novela.
Em 2010, você fez o seriado "A Lei e o Crime". Ele vai mesmo virar um filme?
O roteiro está pronto. É uma produção independente com apoio da Record. Atrasou por questões burocráticas de captação de recursos. Já era para ter saído, mas agora eu acho que vai. Deve ser filmado esse ano. Ainda não tenho elenco definido porque tenho que rever, fazer o segundo tratamento no roteiro. A nossa realidade mudou. A bandidagem já não está tão presente na mídia do Rio de Janeiro. E teve as ocupações nos morros cariocas recentemente. Pode ser que eu inclua a ocupação no roteiro.
"Vidas Opostas" [2006] tinha conflitos policiais. "Ribeirão do Tempo" teve oito assassinatos até agora e ainda tem o seriado "A Lei e o Crime" para virar filme. O estilo policial te atrai?
Eu tenho facilidade de fazer o gênero policial. Mas em "Ribeirão" não teve o tradiiconal quem matou?. Existem duas maneiras de se fazer bem esse estilo: ou há uma situação em que os personagens sabem o mistério e o espectador não sabe, ou vice-versa. Os personagens não sabem que o Flores [Antônio Grassi] é o vilão, mas nós sabemos. Isso cria um mistério que funciona bem. Acho que o quem matou? fica muito fajuto normalmente porque acaba podendo ser qualquer um. Você inventa na hora uma história para aquele que matou. Um romance policial tem que ser mais rigoroso. Não sou um grande leitor de livros policiais, mas gosto de escrever.
Com quais atores você gosta de trabalhar?
Gosto do Ângelo Paes Leme e do Heitor Martinez. Também admiro muito o trabalho da Adriana Garambone, mas nunca acontece de a gente trabalhar. Agora ela está no ar em "Rebelde".
Seus próximos projetos são para o segundo semestre. Isso significa que você vai ter apenas dois meses de férias. Já pensou no que vai fazer?
Não sei ainda. Estou acabando uma obra na minha casa, na Gávea [na zona sul do Rio de Janeiro], mas depois vou fazer uma viagem. A família fica meio de lado quando se está envolvido em um projeto grande como uma novela. Os filhos cresceram e foram embora, os amigos sumiram. Só ficou a mulher [a professora Violeta Quental], que está comigo há trinta e poucos anos.
Fonte: UOL TV
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