9 de junho de 2011

Detalhes de um Brasil não muito divulgado: Será o fim de Palocci o início de uma nova era política?


Continuando a sequência de posts sobre a polêmica em torno de Antonio Palocci, é com muita alegria que eu trago a (velha) notícia de que nesta terça-feira (07) ele saiu do cargo de Ministro da Casa Civil. Apesar de negar as acusações de tráfico de influência e ter tentado explicar em parte suas atividades financeiras em entrevista concedida ao Jornal Nacional em 03 de junho, o ex- Ministro deixou o cargo, segundo ele, “para ajudar a preservar o diálogo”. (Aham Cláudia, senta lá.).

Em pronunciamento, a Presidente Dilma Roussef se disse triste e até se emocionou em relação à saída de Palocci. Gleisi Hoffman, ex-senadora do PT e esposa do Ministro das comunicações, Paulo Bernardo, assumiu o cargo de Ministra da Casa Civil. A senadora petista ganhou do líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), o apelido de “trator”, já que defendia o uso da maioria governista para aprovar matérias contra a vontade da oposição, sempre minoritária. “Maioria é para ser exercida”, dizia Gleisi.

Com a queda de Palocci surge uma nova dúvida: Dilma Roussef estaria pensando em reformular a área de articulação política, já que Palocci acumulava a função de gestor de projetos do governo com a de articulador político, tarefa que tradicionalmente cabe ao ministro de Relações Institucionais. A nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse, quando tomou posse no cargo, que terá uma atuação mais técnica que política, orientada para a gestão dos programas do governo. Com isso, espera-se para amanhã (10) uma conversa e uma decisão da presidente sobre o cargo do Ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que é alvo de pressões de parlamentares de partidos da base aliada, que reivindicam a substituição dele. Fala-se em dois nomes para assumir o cargo: Cândido Vacarezza, deputado federal (PT-SP) ou Pepe Vargas deputado federal (PT/RS), ambos indicados pelo PT. Numa demonstração de que não pretende se curvar ao lobby do PT, Dilma mandou assessores palacianos sondarem os senadores da bancada sobre o nome da ministra da Pesca, Ideli Salvatti.Se confirmada a escolha de Ideli, que nunca foi deputada e tem pouquíssimo trânsito na Casa e no PMDB, Dilma repetirá o movimento que fez na indicação de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil: uma escolha solitária, como a dizer que não aceitará tutela dos partidos, notadamente do PT.

Ainda é cedo para especular sobre a suposta crise ou a suposta reformulação da política brasileira.
Tentemos acreditar.

@LudmilaMelgaco
http://ludmilamelgaco.blogspot.com/

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