CAP. 04
O trem chega até a estação de Ouro Preto, Navarro desce e procura por
alguém e não encontra... A noite chega, Navarro desce do carro e sobe as
escadas para a mansão, ele toca a campainha. Amadeu atende:
Amadeu- Sim, quem é o senhor? O que deseja?
Navarro- Deixa-me entrar.
Amadeu- (barra Navarro) Não, nem conheço você, como vou deixar
um estranho entrar na casa de uma bela dama feito Bert Mendes Madeira.
Bert- Por acaso ouvi meu nome?
Amadeu- Tem um senhor aqui querendo falar com a senhora, ele
diz que é dono essa casa.
Bert- Mas quem é esse velho babão que está falando essa
babozeira? (chilique) epa, epa, epa... O Navarro mandou uma carta, passou um
dia!
Navarro- Sou eu mesmo Bert Mendes, Navarro Madeira, seu filho
mamãe.
Ouro
Preto
Bert- Você já
está aqui? Meu filho que saudades de você, como têm passado?
Navarro- Muito bem, (repara a casa) vejo que está com muito
dinheiro, reformou a casa, até um jardim colocou aqui do lado de fora, aposto
que está gastando com joias e belezas.
Bert- Na verdade meu filhinho do coração, não gasto com joias,
como eu também tenho uma loja de joias.
Navarro- Está comprando isso tudo com o dinheiro da minha
filha, e eu tenho certeza que ela vai voltar.
Eles se entreolham.
Anita em sua casinha prepara um lindo bolo cantando a música que escuta. Até
que ela escuta um barulho e sai pra fora com um pano tapando a cabeça, ela vê
um homem que a vê, eles se olham.
Virgínia e Murilo na sacristia:
Murilo- Então essa cidade virou as costas pra você?
Virgínia- Sim, e é por isso que eu fico sem fôlego quando eu
vejo essas pessoas rindo, felizes como se nada tivesse acontecido. E é por isso
que eu sou o que sou, e tenho certeza e relevância que sou mais feliz da
maneira que sou ou estou.
Murilo- Vejo que tem coerência, mas você tem que mudar
Virgínia, não digo assim ser o que você não quer ser, meu Deus me corrija se eu
estiver errado, mas digo pra você tomar uma providência.
Virgínia- Providência, mas como assim? Se explique Padre Murilo.
Murilo- Se vestir bem, ser uma mulher de atitude, mostrar pra
essas pessoas que a acusação que elas fizeram de você no passado ficou para
trás, escreve novas páginas em branco e deixa o destino te levar mais alto.
Virgínia emocionada abraça o Padre que fica feliz.
Amadeu serve chá para Bert e Navarro:
Navarro- Eu tenho fé mãe que um dia a mina filha irá reaparecer
e eu irei conhecer ela de verdade. Ainda bem que ela fugiu daquele convento
como a senhora teve esse malefício de doar a minha filha e da Albertina para um
convento?
Bert- Meu filho, eu fiz uma promessa, na época em que a
Albertina estava ganhando bebê, ela me pediu pra passar em um papel como se eu
fosse mãe de verdade dela, e conseguimos ir ao juiz que concedeu esse lindo
gesto, esse documento, então ela doou tudo para mim! Mas a Albertina estava
confusa, na noite do parto, ela me disse, me pediu e implorou que eu desse a
Ana Francisca para um convento, para que sua conversão fosse até ela virar uma
freira, infelizmente ela morreu e eu tive que fazer o que ela me pediu! (finge
chorar) não foi um malefício filho, foi apenas um gesto bom para uma pessoa que
estava pra partir.
Bert sem mais conversas sobre para o quarto e o tranca, ela deita na
cama e começa a sorrir maquiavélica.
Bert- O abobado
acreditou que tudo era verdade... (risos/instala o terror) eu vou acabar com
esse cirquinho dele, o Navarro e essa Ana Francisca vão se ver comigo, estão
começando a cruzar o meu caminho, e esse não terá volta!
Anita oferece um pedaço de bolo para Guilherme:
Anita- Eu não entendi. Você estava fugindo de grileiros?
Nessa parte dessa região? Está muito estranha essa história viu!
Guilherme- Acredita em mim Anita né? Pois é, eles incendiaram a
minha choupana e queriam me matar, corri para cá e cair desse penhasco, ainda
bem que você me colocou dentro da sua casa.
Anita- Mas não vai arrastando asa não viu! Tenho um pai
furioso que vem aqui em casa de vez em quando... Você pode ficar aqui, mas vai
ter que ficar escondida por algum tempo.
Guilherme- Bom que aqui eu posso me esconder e em algum caso lhe
proteger dos grileiros.
Ambos sorriem, Jerusa aparece no gabinete de Odorico que está dormindo:
Jerusa- (grita
alto) Que bonito! Dormindo na hora do expediente.
Eles se entreolham.
Odorico acorda assustado com a presença de Jerusa:
Jerusa- Prefeito
da cidade dormindo numa hora dessas? Muito bonito, depois sai dizendo que
carrega essa cidade nas costas, mentiroso.
Odorico- Por acaso
você veio me atormentar? O que quer dessa vez Jerusa? Veio me acusar?
Jerusa- (séria) Não,
não vim acusar nem brigar meu amor, apenas queria saber se você tem notícias da
Rainha Grabeel que sumiu desde o dia da festa de Vila Rica em que nomearam
aquela sirigaita como princesa, por acaso sabe alguma coisa dela?
Odorico- A coitada
está de cama em sua residência, ela está muito mal, se eu fosse você ia
visitá-la.
Jerusa beija o marido e sai, Odorico escreve um bilhete, vê-se de seu
binóculo o carteiro entregando á Amadeu que passa adiante para Bert Mendes.
Navarro chega à loja JasJoias e não vê nada de importante, ele conversa
com um funcionário:
Navarro- Por acaso
vocês vendem muitas joias diariamente?
Funcionário- Não, não
vendemos muito senhor, aqui fica ás moscas, tem dia que nenhum cliente entra
nesse alojamento, nem para olhar as joias raras que tem nas estantes.
Navarro- Hum, então
deve ser por isso que a Bert está tão assustada se minha filha voltar, ela
perde a herança e depois vai pro olho da rua!
Ele sorri.
Efeito amarelado, livro se fecha
(continua...)
WEB-NOVELA
DE: Gilberto Nascimento
3 comentários:
Adoro Trama Mineira. Ainda bem que retornou ao TVED.
Eu sou suspeito para gostar de tramas mineiras, afinal de contas, sou dessa terra maravilhosa... Mas, paixões à parte, também gosto muito. Gilberto é muito criativo.
Obrigado Gabriel e obrigado Marcos!
Foi muito gratificante escrever Trama Mineira, foi uma das histórias que mais me apaixonei!!!
Continuem acompanhando.
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