3 de outubro de 2013

Trama Mineira - Capítulo 04

CAP. 04
O trem chega até a estação de Ouro Preto, Navarro desce e procura por alguém e não encontra... A noite chega, Navarro desce do carro e sobe as escadas para a mansão, ele toca a campainha. Amadeu atende:
Amadeu- Sim, quem é o senhor? O que deseja?
Navarro- Deixa-me entrar.
Amadeu- (barra Navarro) Não, nem conheço você, como vou deixar um estranho entrar na casa de uma bela dama feito Bert Mendes Madeira.
Bert- Por acaso ouvi meu nome?
Amadeu- Tem um senhor aqui querendo falar com a senhora, ele diz que é dono essa casa.
Bert- Mas quem é esse velho babão que está falando essa babozeira? (chilique) epa, epa, epa... O Navarro mandou uma carta, passou um dia!
Navarro- Sou eu mesmo Bert Mendes, Navarro Madeira, seu filho mamãe.
Ouro Preto
Bert- Você já está aqui? Meu filho que saudades de você, como têm passado?
Navarro- Muito bem, (repara a casa) vejo que está com muito dinheiro, reformou a casa, até um jardim colocou aqui do lado de fora, aposto que está gastando com joias e belezas.
Bert- Na verdade meu filhinho do coração, não gasto com joias, como eu também tenho uma loja de joias.
Navarro- Está comprando isso tudo com o dinheiro da minha filha, e eu tenho certeza que ela vai voltar.
Eles se entreolham. Anita em sua casinha prepara um lindo bolo cantando a música que escuta. Até que ela escuta um barulho e sai pra fora com um pano tapando a cabeça, ela vê um homem que a vê, eles se olham.
Virgínia e Murilo na sacristia:
Murilo- Então essa cidade virou as costas pra você?
Virgínia- Sim, e é por isso que eu fico sem fôlego quando eu vejo essas pessoas rindo, felizes como se nada tivesse acontecido. E é por isso que eu sou o que sou, e tenho certeza e relevância que sou mais feliz da maneira que sou ou estou.
Murilo- Vejo que tem coerência, mas você tem que mudar Virgínia, não digo assim ser o que você não quer ser, meu Deus me corrija se eu estiver errado, mas digo pra você tomar uma providência.
Virgínia- Providência, mas como assim? Se explique Padre Murilo.
Murilo- Se vestir bem, ser uma mulher de atitude, mostrar pra essas pessoas que a acusação que elas fizeram de você no passado ficou para trás, escreve novas páginas em branco e deixa o destino te levar mais alto.
Virgínia emocionada abraça o Padre que fica feliz.
Amadeu serve chá para Bert e Navarro:
Navarro- Eu tenho fé mãe que um dia a mina filha irá reaparecer e eu irei conhecer ela de verdade. Ainda bem que ela fugiu daquele convento como a senhora teve esse malefício de doar a minha filha e da Albertina para um convento?
Bert- Meu filho, eu fiz uma promessa, na época em que a Albertina estava ganhando bebê, ela me pediu pra passar em um papel como se eu fosse mãe de verdade dela, e conseguimos ir ao juiz que concedeu esse lindo gesto, esse documento, então ela doou tudo para mim! Mas a Albertina estava confusa, na noite do parto, ela me disse, me pediu e implorou que eu desse a Ana Francisca para um convento, para que sua conversão fosse até ela virar uma freira, infelizmente ela morreu e eu tive que fazer o que ela me pediu! (finge chorar) não foi um malefício filho, foi apenas um gesto bom para uma pessoa que estava pra partir.
Bert sem mais conversas sobre para o quarto e o tranca, ela deita na cama e começa a sorrir maquiavélica.
Bert- O abobado acreditou que tudo era verdade... (risos/instala o terror) eu vou acabar com esse cirquinho dele, o Navarro e essa Ana Francisca vão se ver comigo, estão começando a cruzar o meu caminho, e esse não terá volta!
Anita oferece um pedaço de bolo para Guilherme:
Anita- Eu não entendi. Você estava fugindo de grileiros? Nessa parte dessa região? Está muito estranha essa história viu!
Guilherme- Acredita em mim Anita né? Pois é, eles incendiaram a minha choupana e queriam me matar, corri para cá e cair desse penhasco, ainda bem que você me colocou dentro da sua casa.
Anita- Mas não vai arrastando asa não viu! Tenho um pai furioso que vem aqui em casa de vez em quando... Você pode ficar aqui, mas vai ter que ficar escondida por algum tempo.
Guilherme- Bom que aqui eu posso me esconder e em algum caso lhe proteger dos grileiros.
Ambos sorriem, Jerusa aparece no gabinete de Odorico que está dormindo:
Jerusa- (grita alto) Que bonito! Dormindo na hora do expediente.
Eles se entreolham.
Odorico acorda assustado com a presença de Jerusa:
Jerusa- Prefeito da cidade dormindo numa hora dessas? Muito bonito, depois sai dizendo que carrega essa cidade nas costas, mentiroso.
Odorico- Por acaso você veio me atormentar? O que quer dessa vez Jerusa? Veio me acusar?
Jerusa- (séria) Não, não vim acusar nem brigar meu amor, apenas queria saber se você tem notícias da Rainha Grabeel que sumiu desde o dia da festa de Vila Rica em que nomearam aquela sirigaita como princesa, por acaso sabe alguma coisa dela?
Odorico- A coitada está de cama em sua residência, ela está muito mal, se eu fosse você ia visitá-la.
Jerusa beija o marido e sai, Odorico escreve um bilhete, vê-se de seu binóculo o carteiro entregando á Amadeu que passa adiante para Bert Mendes.
Navarro chega à loja JasJoias e não vê nada de importante, ele conversa com um funcionário:
Navarro- Por acaso vocês vendem muitas joias diariamente?
Funcionário- Não, não vendemos muito senhor, aqui fica ás moscas, tem dia que nenhum cliente entra nesse alojamento, nem para olhar as joias raras que tem nas estantes.
Navarro- Hum, então deve ser por isso que a Bert está tão assustada se minha filha voltar, ela perde a herança e depois vai pro olho da rua!
Ele sorri.
Efeito amarelado, livro se fecha
(continua...)

WEB-NOVELA DE: Gilberto Nascimento

3 comentários:

Gabriel Rezende disse...

Adoro Trama Mineira. Ainda bem que retornou ao TVED.

Marcos Silvério disse...

Eu sou suspeito para gostar de tramas mineiras, afinal de contas, sou dessa terra maravilhosa... Mas, paixões à parte, também gosto muito. Gilberto é muito criativo.

Gilberto Nascimento disse...

Obrigado Gabriel e obrigado Marcos!
Foi muito gratificante escrever Trama Mineira, foi uma das histórias que mais me apaixonei!!!
Continuem acompanhando.