< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>
No capítulo anterior...
João propõe e Beija aceita ser acompanhada até em casa
Pedro se diverte numa taverna quando começa uma briga
No meio da confusão alguém lhe atira uma cadeira
Chalaça se joga na frente e salva o Príncipe
D. Pedro diz que lhe será eternamente grato
CAP. 47
PEDRO: Faça o que lhe disse, rapaz, apareça no Paço depois para que possa recompensá-lo por seu ato de bravura. Até mais ver.
CHALAÇA: Até mais ver, Alteza.
D. Pedro e alguns seguranças retornam para a Quinta da Boa Vista. Os outros acompanham Chalaça até sua residência.
Na sala de estar do sobrado, Beija e João tomam uma taça de vinho, acompanhado por alguns petiscos.
BEIJA: Falei muito de mim, mas e você? Conte-me de sua vida no Rio de Janeiro.
JOÃO: Você sabe, vim pra cá ainda garoto. Estudei, estudei e agora de algum tempo já estou formado e exercendo o ofício do direito...
BEIJA: O sonho de D. Josefa era ter um filho doutor... Lembro-me muito bem do quanto gostava de repetir isso...
JOÃO: Agora meu pai quer que eu vá trabalhar com ele em São Domingos, mas prefiro nem considerar essa idéia...
BEIJA: E por que não?
JOÃO:
Daqui a algum tempo me entenderás muito bem. Depois de um tempo morando
num lugar grande, movimentado, cheio de gente, você não se habitua num
lugar deserto...
BEIJA: Entendo. E São Domingos continua assim... Não mudou nada desde a sua saída...
No caminho do palácio...
PEDRO: Fiquei impressionado com coragem daquele rapaz...
GUARDA: Se ele não tivesse entrado na frente, Vossa Alteza tinha tomado uma pancada e tanto.
PEDRO: Mas, afinal, alguém sabe me dizer como começou aquela confusão?
GUARDA: O homem descobriu que o outro andou arrastando asa pra cima da mulher dele...
PEDRO:
Está explicado... Sempre tem de ter mulher no meio... Ô bicho danado
pra arrumar complicação... Pior é que a gente não vive sem elas, por
isso que sempre estamos metidos em confusão... (todos riem)
Entre Beija e o João surge um clima. Depois de várias taças de vinho, ambos se tornam mais alegres e falantes, relembram a infância, riem muito e num dado momento se olham profundamente, olho no olho. (pausa) Lentamente seus lábios se aproximam e se tocam num delicioso beijo.
Continua...
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No capítulo anterior...
Pedro agradece a Chalaça por tê-lo salvo da cadeirada
Beija e João conversam amistosamente
O Regente tenta entender o motivo da confusão na taverna
Embalados pelo vinho Beija e João se beijam com paixão
CAP. 48
João carrega Beija nos braços, sobe as escadas e a deita serenamente sobre a cama, sempre a cobrindo de beijos. O casal se entrega à paixão, com beijos cada vez mais ardentes. Aos poucos vão se livrando das roupas e mergulham nas delícias do sexo.
Algum tempo depois...
BEIJA: Nossa, como estava precisada disso! Você nem imagina...
JOÃO: A julgar pelo ímpeto com que aproveitou cada instante, posso imaginar...
BEIJA: Mais de dois meses que não sabia o que era tocar o corpo de um homem, recostar a cabeça num peito largo como esse...
JOÃO:
Não passei por tamanho período de abstinência, mas posso garantir que
uma noite agradável como esta não tenho há meses... Sem falar que estou
realizando um sonho da infância...
BEIJA: Sonho? Que sonho?
JOÃO:
Desde os tempos do catecismo de Padre Aranha que era perdidamente
apaixonado... (os dois riem) Mas você só tinha olhos para Antonio
Sampaio...
BEIJA (nostálgica): Bons tempos aqueles, quando não tínhamos problemas, preocupações... A vida era um mar de rosas...
JOÃO:
Bom, mas como essa noite ainda não acabou, quero aproveitar cada minuto
dela como se fosse o último... Venha cá, minha deusa (e a beija,
recomeçando tudo de novo)
Na manhã seguinte, João já se retirou e Beija toma um farto café da manhã, visivelmente alegre e bem disposta.
SEVERINA (como se não soubesse): A Sinhá parece faminta...
BEIJA: E como, Severina, e como! Sirva tudo que tenho direito...
SEVERINA: Até ovos mexidos?
BEIJA:
Sim. (pausa) Ah... Diga a Moisés que prepare a charrete, porque quero
dar uma volta na Rua da Alfândega. Quero ver as novidades dos sírios e
libaneses...
SEVERINA: Nhá sim.
Na mesma hora, nos jardins do palácio, Pedro também toma o seu café, igualmente animado e bem disposto.
PEDRO: José, prepare meu cavalo. Quero visitar um amigo na Rua da Alfândega.
Será que o casal finalmente vai se conhecer?
Continua segunda-feira...
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