CAP. 07
Ana na praia ainda chora, com a mão na areia e espremendo ela começa a
citar rígida e fria: música do capítulo anterior:
Ana- Ele nunca
vai saber que esse filho que eu espero é dele, nunca! Eu vou voltar pra Ouro
Preto e começar uma nova vida, virar as páginas do meu destino e começar a ser
alguém de verdade na vida.
Chico- Não, não
eu te avisei que esse cara ia te dar o fora menina, hoje em dia homem só quer o
que a mulher tem e mete o pé nela e acabou! Agora você quer fugir dele, voltar
pra Ouro Preto?
Ana- (chorando)
Eu preciso ir, por favor, entenda Chico. Tudo acabou eu tenho que tentar
começar uma nova vida, e vou sim começar uma nova vida.
Chico- E esse
filho que você está esperando?
Ana- Ele
nunca vai saber que é pai? Nunca! Por favor, me entenda.
Eles se abraçam, Ana chorando e muito triste!
Ouro Preto
Grabeel- Eu não
sabia o que fazer Odorico, por onde eu passava as pessoas riam de mim me
colocava a baixo de cachorra, ser uma mulher traída em uma cidade como está não
é fácil. Para nós mulheres nada é fácil, homem é homem mulher ainda é escrava,
escrava da sociedade rígida e bem feitora que quer da gente e exige ser
superior ao homem. E é por isso que eu te peço pra nunca mais trair a Jerusa
por que ela não merece meu amigo, não merece.
Odorico- Mas eu
errei ela não quer me ver nem pintado de ouro.
Grabeel- Até um
ladrão merece uma segunda chance na vida, eu tenho certeza que ela vai perdoar
você, vai lá e conversa com ela:
Odorico chega em casa e encontra Jerusa ambos se entreolham. Amadeu joga
água na banheira onde está Bert Mendes:
Bert- Aquela
mulherzinha de sexta categoria vai me pagar, ela está pensando que me assusta
com aquele tipinho tosco dela? Aqueles tapas que ela me acertou ficaram
marcadas aqui até eu descontar.
Amadeu- E se a
senhora precisar de ajuda, conte comigo, estou aqui pra tudo.
Bert- Ora meu
mordomo, eu precisarei e o mais urgente possível. Me responde meu caro Amadeu,
mas não tenha certeza do que vou te falar: você teria a coragem de assassinar
alguém? Por dinheiro?
Amadeu- (sério e
triste) Ora, Bert eu sou tão triste e tão pobre, a única casa que me abrigou
foi aqui e eu estou muito agradecido, e por dinheiro eu tenho coragem de fazer
tudo, tudo... Não tenho nada na vida mesmo, você quer a minha ajuda?
Bert olha para Amadeu, Navarro em seu quarto lê um livro chamado “Don
Juan” e pensa na esposa, eles correndo pelo campo verde e se amando!
Jerusa e Odorico:
Jerusa- Eu
escutei a sua conversa com a Grabeel, e eu gostei do que você disse. Se eu iria
te dar uma nova chance, eu vou dar sim Odorico, vou dar por que eu te amo e
quero viver com você, eu te amo e te quero muito.
Odorico- Eu...
Jerusa-
(cortando-o) Mas eu quero que você seja um marido de verdade, um homem que você
nunca foi, eu quero que você seja um pai pro nosso filho.
Odorico- Quê?
Como assim pai?
Jerusa- Eu estou
grávida Odorico, grávida do nosso primeiro filho.
Odorico beija Jerusa e comemora com ele, Grabeel em casa vê através do
binóculo a reconciliação.
Rio de Janeiro
Ana e Chico se abraçam:
Chico- Ah, eu
vou sentir tanto a sua falta, 12 anos morando comigo, agora eu vou ter que te
deixar.
Ana- Olha
Chico, assim que eu tiver algum dinheiro lá em Ouro Preto, eu mando pra você ir
pra lá e morar comigo e também brincar com meu filho.
Chico- Você não
quer nem tentar uma nova conversa com ele? Quem sabe...
Ana-
(nervosa) Não Chico, não... Aquelas palavras me machucaram muito, está doendo e
muito.
Chico- Seja
feliz, acho melhor assim, então quando você estiver lá na sua cidade lembra de
mim!
Ana- Ô Chico
(chorando) você sempre vai ser meu amigo... Meu amigo do coração.
Eles se abraçam... Ana entra no trem direto para Ouro Preto, Chico se
emociona.
Ouro Preto (Planos
Gerais)
Imagens da cidade mineira passam sol, chuva, luar... Tudo muda. Ana
entra novamente na cidade com as malas, ela fica triste.
Ana- Voltei,
pra vencer!
Ana cega á uma casa e entra ela é recebida por Dona Antonieta.
Antonieta- Ah sim,
você que é a Ana Francisca, a menina do meu marido Chico que me ligou dizendo
que você viria.
Ana- O Chico,
eu nunca vou esquecer-me dele, meu amigo do coração.
Antonieta- Bem,
entre e fique a vontade. Seu quarto é o 2, pode ir e ficar á vontade.
Ana- Será que
você conhece alguma babá, pra eu contratar? É que eu vou ter um filho e queria
alguma mulher pra me ajudar a cuidar dele.
Antonieta- Ah sim,
pode deixar que eu vou arrumar sim.
Ana adentra quarto e coloca as malas sobre a cama, ela abre a cortina de
sua janela e avista a cidade. Ana lembra de Rafael e a noite de amor que eles
tiveram:
Ana- Ah, eu
tenho que esquecer dele, ele tem que ser página virada do meu livro.
Ela chora. No Rio de Janeiro, Rafael e Daniel estão curtindo uma festa
numa “tenda” que tem ali.
Rafael- Está
muito divertido isso daqui cara.
Daniel- Você já
esqueceu a Aninha? Você já se esqueceu do que fez com ela cara?
Rafael- Não, não
esqueci e não me importo, a matuta já foi embora e eu vou ficar aqui light to
pouco importando praquela camponesa ridícula. (risos)
Eles sorriem. MESES DEPOIS...
Noite com chuvas, Antonieta ajuda Ana a ganhar seu filho que está
difícil. Na casa de Odorico sua esposa sofre com dor, também está sentindo as
dores do parto.
Odorico-
(rezando) Ô Deus, ajude a minha esposa e ao meu filho que as únicas pessoas que
eu ame nessa vida não morram, por favor, não leve minha esposa nem meu filho
embora.
Odorico escuta um choro de bebê, ele entra no quarto e se emociona ao
ver o filho nos braços de Jerusa toda suada. Na casa de Antonieta, Ana faz
esforço e grita, até que o bebê chora, Ana sorri e olha para a escrivaninha
onde tem uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida.
Ana- Quem é a
senhora?
Maria- Sou a
babá, soube que estava a procura e vim pedir o emprego!
Ana- Ah sim,
então ele não é lindo?
Maria- Sim,
muito lindo! Eu quero ficar e cuidar desse lindo bebezinho, ele tem nome?
Ana- Claro,
se chama Benjamim.
Maria- Lindo
nome significa o filho predileto.
Ana- Gostei
de você, está contratada.
Elas sorriem. Ana e Maria passeiam pelas ruas de Ouro Preto com o
carrinho, elas conversam:
Maria- Ana,
você tem uma triste história de amor, quer dizer que o pai dessa criança não
sabe que tem um filho?
Ana- Sim, não
sabe e nunca saberá. Ele me deixou e me humilhou da pior maneira possível.
Maria- E se
você reencontrasse com ele hoje, agora. Você o perdoaria?
Ana- Nunca,
(nervosa) não me faça mais esse tipo de pergunta! Eu não quero ver a cara
daquele homem nunca mais, ouviu Maria? Nunca mais. Eu me arrependo cada minuto
da minha vida quando penso no quanto fui boba em acreditar nele.
Ana sai na frente, Maria sorri.
Maria- Ela
pensa que me engana... Nunca esqueceu o pai desse menino.
Ela trabalha como faxineira na casa de Grabeel:
Efeito amarelado, livro se fecha..
(continua...)
WEB-NOVELA
DE: Gilberto Nascimento
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