CAP. 2
O mordomo de Bert Mendes, Amadeu entra em seu toalete e joga água sobre
a banheira, enquanto Bert reclama do fato ocorrido naquele dia:
Bert- Foi àquela mexeriqueira da Jerusa que pediu a “Maria
Bruaca” me empurrar sobre o bolo, todo mundo riu da minha cara, você acredita Amadeu
que até uma foto eles tiraram pra registrar um momento marcante?
Amadeu- Só se for marcante para eles que riu da sua pessoa por
que eu aposto todo meu salário que isso dói horrível pra você, não foi?
Bert- Foi sim, mas isso não terminou ainda, a Jerusa e
aquela Rainha me pagam, escreve o que eu estou dizendo, elas me pagam!
Rio de Janeiro
Ambulâncias, policiais e muito tumulto invadem aquele espaço na rua, os
pára-médicos colocam Ana na maca e a leva dali pro hospital. Odorico e Jerusa
se tomam café numa casinha no jardim de frente para a lagoa:
Odorico- Não entendo, o que a Rainha Grabeel tem contra a Bert
Mendes?
Jerusa- Nada de
importante Odorico, então hoje é o meu aniversario, aonde vai me levar?
Odorico- Estou preparando para nós dois uma linda noite, uma
linda noite de amor! Primeiro vou te levar á Casa de Ópera, depois... O depois
é uma surpresa que eu tenho certeza que você vai adorar. Mas antes eu tenho uma
coisa pra fazer. Até mais tarde.
Odorico beija Jerusa
e sai á cavalo, Jerusa desconfiada pega o telefone:
Jerusa- Alô, por um acaso Bert Mendes se encontra? Aqui quem
está falando é Jerusa Fernandes!
Amadeu- (casa de Bert) Um instante. Bert é a senhora Jerusa
Fernandes, digo que você vai atender?
Bert- Não, diga que eu saí e que vou demorar voltar.
Jerusa dá um grito
alto, ela começa a roer as unhas:
Jerusa- Eu aposto que ele está com aquela sirigaita, eu
aposto... Ah, mas hoje eu faço picadinho daquele... “leitão”.
No hospital, um médico examina Ana que ainda não reage, Rafael entra na
sala e conversa com o amigo Daniel.
Rafael- Ela não está nada boa, pena que não sei quem ela é,
estava sem documentos.
Daniel- Sem documentos não, encontramos sim uma bolsa é da
moça.
Rafael- Me deixa ver (abre a bolsa e olha sua carteira) Hum...
A bela moça se chama Ana Francisca Madeira da Silva, que nominho mais brega.
Daniel- Mas é bem jeitosinha, se caísse no seu caminhão aposto
que não daria outra chance para ela.
Rafael- Deixa de bobeira cara. Eu sou do tipo de homem que
nunca vou me apaixonar, quero muito aproveitar o que a vida tem de bom pra dar
pra nós. Vamos nesse?
Daniel- Claro, vamos.
Odorico desce de seu
cavalo em uma choupana na mata, Anita sai pra fora feliz e abraça o pai:
Anita- Que bom que
veio me ver depois de uma semana.
Odorico- Tive sérios problemas minha filha, por isso!
Anita- Entre papai, acabei de passar um café fresquinho pra
gente, e fiz um bolo de fubá que é de lamber os dedos!
Odorico- Não Anita, eu não vou nem entrar não! Eu só vim te
pedir que ao sair pra cortar madeira, ou procurar flores no mato tome cuidado,
muitas pessoas que moram lá na cidade estão vindo para cá e podem lhe ver.
Anita- Pai, por que essas pessoas não podem me ver? Por que
eu tenho que ficar presa nesse fim de mundo?
Odorico- Você é pobre, é uma camponesa e não sabe nada da
sociedade lá de Vila Rica, eu sou um prefeito minha filha. Não vou me expor
agora que minha carreira está tão bem sucedida. Semana que vem eu vejo você
novamente, faça a lista das coisas que você precisa que eu trago.
Odorico monta em seu cavalo e segue caminho, Anita adentra casa sozinha
e põe a chorar.
Ana acorda na maca, ela abre os olhos e o fixa para Rafael que está a
examinando:
Rafael- Até que
enfim, acordou! Está bem melhor do que ontem, está
corada e muito de bom tom!
Ana- Onde eu estou? O que aconteceu?
Ana- Onde eu estou? O que aconteceu?
Rafael- Você está no hospital São Lucas do Rio de Janeiro,
você se acidentou foi atropelada por um carro quebrou o pescoço e agora está
aqui.
Ana- Meu pescoço quebrado? Isso é grave?
Rafael- Não, não é. Você já saiu da situação de perigo!
Ana continua olhar
para Rafael, o motorista para o carro e Bert desce, ela segue por uma pequena
trilha e chega a uma cachoeira onde está Odorico:
Bert- Demorei?
Odorico- Não, eu tive que fazer algumas coisas. Eu pensei que
eu fosse demorar, então deixa isso aí e vem nadar comigo, me beija dentro
d’água, deixa seu coração falar mais alto.
Bert e Odorico com
as roupas pulam dentro d’água, lá eles se beijam apaixonados e passa a tarde
juntos.
Efeito
amarelado, livro se fecha.
(continua...)
WEB-NOVELA
DE: Gilberto Nascimento
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