27 de fevereiro de 2012

GLS TEEN - CAP. 91



No capítulo anterior...
- Bernardo sai de casa transtornado e Juarez ordena que os irmãos o encontrem
- Bernardo caminha ao lado do mar, refletindo sobre a atitude que acabara de tomar
- Joana vai à casa de Ricardo, mas é surpreendida pela irmã
- Renata avisa que Sérgio está à sua espera. Joana não se conforma
- Bernardo encontra Ramon sentando à beira do mar

CAP. 91

RAMON: Eu que te pergunto: o que você tá fazendo aqui?
BERNARDO: O mesmo de sempre: fugindo dos problemas.
RAMON: Você também? Pensei que fosse somente eu...
BERNARDO: Engraçado, parece que a gente se especializou nisso: a gente sempre se encontra quando tem problemas em casa...
RAMON: Verdade... Hoje eu acabei discutindo com a minha mãe de novo. A mesma bobagem de sempre: é só falar em futebol, ela já vem com quatro pedras na mão. Não aceita minha escolha de jeito nenhum... Mas e você, qual foi o galho dessa vez?
BERNARDO: O meu também foi o de sempre, mas só que hoje a casa caiu...
RAMON: Caiu, como assim?
BERNARDO: Eu abri e jogo e falei tudo que tinha vontade. Falei que sou gay, que eu gosto é de homens, falei da Pâmela... Soltei os cachorros geral mesmo.
RAMON: E como foi a reação do pessoal?
BERNARDO: Foi um Deus-nos-acuda. Minha mãe e minha avó desmaiaram, meus irmãos me acusaram, meu pai me chamou a atenção... Foi um bafafá danado...
RAMON: Mesmo? Mas e como a situação se resolveu?
BERNARDO: Não resolveu. Eu perdi a paciência quando meus irmãos começaram a me acusar e saí de casa. Deixei todos lá plantados com o prato na mão.
RAMON: Foi antes da ceia?
BERNARDO: Foi na hora da revelação do amigo secreto. Eu pedi a palavra e rasguei o verbo.
RAMON: Cara, que louco! Você é muito doido! E agora, o que você acha que vai acontecer?
BERNARDO: Não sei. Agora tô até com medo de voltar pra casa. Não faço a menor ideia do que me espera lá...
RAMON: É, vai ser uma barra enfrentar essa situação...
BERNARDO: Mas por outro lado, eu tô sentindo um alívio enorme. É como se tivesse tirado um elefante das minhas costas. Eu não aguentava mais viver vigiado, pressionado, me escondendo... Agora sou livre pra fazer o que bem entender...
RAMON: É, olhando por esse lado, você tem razão...
BERNARDO: Agora não sei se volto pra casa, se peço pra dormir na casa da Pâmela... Estou com medo do que possa acontecer.
RAMON: Eu não queria estar na sua pele, meu amigo...

Em Ipatinga, logo depois de sair do bar, Gilberto vai até um orelhão e liga para o amigo de Joanésia.

GILBERTO: Você tem alguma notícia da minha mãe?
BONECA (na sala de sua casa): Que eu saiba tá tudo bem. Depois da internação ela melhorou e não teve mais problemas. Pelo menos ninguém comentou nada lá na lavoura, nem seu pai, nem seus irmãos.
GILBERTO: Bom, pelo menos uma notícia boa. Se você puder, dá uma passada lá e diga pra ela que eu liguei.
BONECA: Pode deixar, eu dou o seu recado.
GILBERTO: E aproveito também pra te desejar um Feliz Natal. Você tem sido um grande amigo. Obrigado mesmo.
BONECA: Por nada. Você também é um cara muito legal. Feliz Natal pra você também. (e desliga)

Sem opções, Gilberto volta pra casa. Passeia pelos canais da TV, mas não encontra nada que lhe interesse. Desanimado, arruma a cama e deita.

Depois de um longo papo com Ramon, Bernardo resolve seguir para o apartamento de Pâmela. Já de camisola, ela se assusta com a visita.

PÂMELA: Bernardo, você aqui a essa hora? O que houve?
BERNARDO: Desculpe vir sem avisar, nem celular eu trouxe...
PÂMELA: Sim, mas me diga: o que aconteceu de tão grave?
BERNARDO: Eu me desentendi com o pessoal lá em casa. Briga feia mesmo. Você poderia me deixar dormir aqui?

Pâmela fica sem ação.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Identidade de gênero - Os primeiros autores que escreviam sobre homossexualidade geralmente entendiam que ela era intrinsecamente ligada ao próprio sexo do sujeito. Por exemplo, pensava-se que uma pessoa com um típico corpo feminino atraída por pessoas do mesmo sexo, teriam atributos masculinos, e vice-versa. Esse entendimento foi compartilhado pela maioria dos teóricos importantes da homossexualidade a partir de fins do século XIX até inícios do século XX, como Karl Heinrich Ulrichs, Richard von Krafft-Ebing, Magnus Hirschfeld, Havelock Ellis, Carl Jung e Sigmund Freud. 

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