No capítulo anterior...
- Helena discute com Ronaldo a respeito de
Joaquim. O pai não quer saber do filho em casa
- Dadinho se prepara para viajar e convida
Gilberto, mas ele prefere ficar em casa
- Joana vê a família de Ricardo saindo para
viajar e aproveita para assediá-lo
CAP. 86
RICARDO: Visitinha?
Mas, afinal, o que você tá querendo garota?
JOANA: Isso
que eu lhe disse: lhe fazer uma visitinha. Você não vai ficar sozinho em casa
hoje à noite, ou vai passar o Natal com alguém?
RICARDO: Vou
ficar por aqui mesmo. Como eu lhe disse, trabalho amanhã cedo.
JOANA: Então...
Se incomoda se eu atravessar a rua para lhe desejar um Feliz Natal?
RICARDO: Não...
Se for só isso, claro que não...
JOANA: Então
me aguarde. Passo por aí depois (e se retira toda serelepe)
Ricardo fica sem entender.
Quando chega ao portão de casa,
Joana se depara com a mãe, que observava a cena.
VANILDA: Que
história é essa de você ficar abeirando o rapaz?
JOANA: Que
isso, mãe, só tava conversando com ele.
VANILDA: Conversando
o quê?
JOANA: Conversando
o quê... Nada oras, só dando um bom dia, perguntando do Natal, essas coisas...
VANILDA: Joana,
Joana... O Ricardo é casado, tem mulher, filhos... Não fica nada bem uma moça
solteira ficar de papinho assim...
JOANA: Ai,
mãe, que coisa mais careta! Esse papo é da época da minha avó. Hellooowww! O
mundo evoluiu, dona Vanilda... (e deixa a mãe falando sozinha)
No Recife, Lourdes recebe a
sogra, que veio do interior passar o Natal com a família. Os netos a abraçam
com euforia.
SIMONE: Ai,
Vozinha, que bom que a senhora veio... Estava com tantas saudades. (abraços e
beijos)
GERSON: A
senhora sumiu, vó, tinha muito tempo que não dava as caras aqui...
D. TITA: Ai,
meu filho, a vó tá velha pra ficar batendo perna pra baixo e pra cima.
AIRTON: Que
nada, dona Tita, velho é o mundo. A senhora ainda é muito jovem, tem muito que
aprontar nessa vida ainda.
LOURDES: Que
isso, menino! E sua avó lá é mulher de aprontar? Isso é jeito de falar?
D. TITA: Deixa
o menino, Lourdes, eu sei como são esses jovens de hoje... Até o jeito de falar
deles mudou... Eu é que tô ficando pra trás... (pausa) Por falar nisso, tô sentindo
falta de alguém... Cadê o meu netinho Bernardo?
AIRTON: Aquele,
vó, tá mais cansando que a senhora. Vive enfurnado naquele quarto, não quer
saber de nada, parece uma tartaruga dentro do casco...
D. TITA: Mas
não pode, um menino tão jovem, tão bonito... Não, isso não pode. Eu vou lá
agora ver o que tá acontecendo...
D. Tita adentra o corredor e
vai até o quarto dos rapazes, onde encontra Bernardo sentado na cama lendo um
livro.
BERNARDO: Vó
Tita! Que surpresa agradável! (abraços, beijos)
D. TITA: Vim
aqui te tirar desse quarto. Seus irmãos falaram que você anda muito quieto,
solitário... Cadê o meu companheiro? Quem vai me acompanhar nos passeios?
BERNARDO: Esse
pessoal anda pegando no meu pé demais, vó. Eu continuo como sempre fui. O
problema é que agora eles resolveram me notar e pegar no meu pé.
D. TITA: Por
que, filho, o que tá acontecendo com você? Algum problema? Se tiver com algum
problema e quiser falar, pode contar com a sua vozinha aqui. (cochichando no
seu ouvido, em tom de brincadeira) Vou contar só pra você, que os outros não me
ouçam, mas você é o meu neto preferido...
BERNARDO: Obrigado,
vó, mas não tá acontecendo nada não. Tá tudo sob controle. Mas, me conta, e as
tias, as primas, como estão todos lá?
D. TITA: Estão
todos bem. De vez em quando reclamam que vocês não aparecem por lá...
A conversa se prolonga. Por
algum tempo Bernardo volta a ser a pessoa alegre e descontraída que sempre foi.
Em Belém, na rodoviária da
cidade, Joaquim vai ao guichê, compra uma passagem e se dirige para a
plataforma.
Ele mostra a passagem ao
motorista, pega a sua via e para de frente à porta do ônibus.
JOAQUIM
(para si mesmo): Seja o que Deus quiser. São Paulo, aqui vou eu!
Continua amanhã...
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Você sabia?
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