AMÉRICO - Gente, vamos mudar de assunto. Eu não acho certo ficar falando na Luciana. Ainda mais na hora do jantar.
FÁTIMA - Eu concordo com o Dr. Américo. O importante é que vocês dois estão juntos e felizes.
AMÉRICO - Aliás, eu proponho um brinde a felicidade da Júlia e do Pedro.
TODOS LEVANTAM OS COPOS.
PEDRO (BRINDANDO) - E que nunca mais agente se separe.
ELES BRINDAM E CONTINUAM JANTANDO.
CENA: 2 - CASA DE HUGO. NOITE.
HUGO ESTA JANTANDO COM ADRIANA.
ADRIANA - Hugo obrigada por ter me convidado para jantar com você. Eu ia ficar em casa sozinha mesmo.
HUGO - Você esta sendo uma grande amiga pra mim Adriana.
ADRIANA - Hugo a verdade é que nós dois estamos no mesmo barco. Nós fomos iludidos e passados para trás pela Luciana.
HUGO - Por favor Adriana, não fale o nome dessa mulher comigo. Eu estou com tanto ódio daquela desgraçada que se eu pudesse matava ela.
ADRIANA - Hugo não fale isso nem de brincadeira. Eu também tenho ódio da Luciana. Mas a vida continua. È bola pra frente meu amigo. E outra, nós temos que dar graças a Deus pelo Dr. Américo não ter mandado agente embora da Alma Feminina.
HUGO - É, mas foi por pouco. Se não fosse pela a Júlia e o Pedro há essa hora nós estaríamos bem longe da fabrica.
ADRIANA - Isso é verdade...
CENA: 3 - MANSÃO DE AMÉRICO. SALA. NOITE.
AMÉRICO E FÁTIMA ESTÃO CONVERSANDO.
FÁTIMA- Engraçado... Eu tinha uma impressão completamente diferente de você Dr. Américo. Na minha cabeça você era um velho rabugento, folgado e muito exigente. Mas agora te conhecendo, estou vendo o quanto eu estava errada. Até peço desculpas por esta falando isso, mas é que eu sou bastante sincera.
AMÉRICO - Tudo bem. Todo mundo me imagina dessa maneira mesmo.
FÁTIMA - Mudando um pouco de assunto Dr. Américo, você não acha ruim morar numa casa tão grande como essa?
AMÉRICO - Eu confesso que no começo foi doloroso sim, mas depois eu me acostumei. Quando a minha esposa era viva a mansão nunca ficava vazia. Sempre tinha gente. Mas quando ela morreu, foi como se tivesse ido com ela toda felicidade que existia aqui.
FÁTIMA - Me desculpe a minha indelicadeza, mas faz muito tempo que a sua esposa morreu?
AMÉRICO - Tudo bem. Ela morreu no parto do Pedro. Infelizmente o médico não conseguiu salvar os dois. E foi ela mesma que escolheu que o Pedro vivesse.
FÁTIMA (COMOVIDA) - Meu Deus! Que história triste...
AMÉRICO - É... Mas agora me diga um pouco de você.
FÁTIMA - A minha vida também não foi muito feliz não.O pai da Júlia não aceitou a minha gravidez e me abandonou no terceiro mês de gestação. Eu sofri muito para poder cuidar da Júlia. Mas graças a Deus eu conseguiu vencer. Desde que eu me separei do pai da Júlia nunca mais me relacionei com ninguém.
AMÉRICO - Mas você não pensa em se relacionar com outra pessoa ou até mesmo se casar?
FÁTIMA FICA SEM GRAÇA, OS DOIS SE ENTRE OLHAM. UM CLIMA SURGE ENTRE OS DOIS. VERA VEM COM UMA BANDEJA NAS MÃOS.
VERA (COLOCANDO A BANDEJA NA MESA DE CENTRO) - Eu trouxe um café. Assim vocês ficam mais avontade.
AMÉRICO (PEGANDO UMA XÍCARA) - Obrigado Vera.
FÁTIMA (PEGANDO OUTRA XÍCARA) - Obrigada Vera.
VERA- Eu estou na cozinha qualquer coisa é só me chamar.
AMÉRICO - Tudo bem.
VERA VAI PRA COZINHA. AMÉRICO E FÁTIMA FICAM ALI TOMANDO CAFÉ.
CENA: 4 - SÃO PAULO. RUA. NOITE.
LUCIANA VEM CORRENDO. ELA AINDA ESTA MUITO ASSUSTADA COM OS MENDIGOS QUE TENTARAM LHE BATER. A VILÃ ESTA DESCALÇA, SUJA E COM A BOCA MACHUCADA.
LUCIANA (PARANDO NUMA ESQUINA)- Acho que aqui aqueles desgraçados não vão me pegar.
NESSA HORA LUCIANA PERCEBE QUE DEIXOU PARA TRÁS SUA SANDÁLIA E SUA SACOLA.
LUCIANA (NERVOSA/FALANDO SOZINHA) - Droga! Eu deixei as minhas coisas pra trás! (OLHANDO PARA O CÉU COMO SE CONVERSASSE COM DEUS) - O que esta acontecendo? Por que você esta fazendo isso comigo? Por que?
LUCIANA ABAIXA NO CHÃO E COMEÇA A CHORAR DESESPERADAMENTE.
A IMAGEM CONGELA. CONTINUA...
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