No capítulo anterior...
- Gilberto acerta com Dadinho para morarem
juntos, dividindo as despesas
- Joana se insinua para Ricardo, que fica
intrigado. Renata reprova a atitude da irmã
- Bernardo liga para Pâmela e conta da
discussão com o pai e os irmãos
- Cicciolina expulsa Joaquim do apartamento e
joga suas coisas no hall do apartamento
CAP. 81
JOAQUIM: Cicciolina,
você não pode fazer isso comigo, me botar na rua no meio da madrugada...
CICCIOLINA: Posso sim, querida, tanto que já fiz. Esse
apartamento é meu, eu que trabalhei horrores na Itália pra comprar isso aqui,
sabia? Esse teto não caiu do céu não, eu ralei muito pra conquistar... Imagina
se agora eu vou sair catando tudo quanto é bichinha desvalida pra enfiar
debaixo do meu teto! Oras! Eu não sou obrigada!
JOAQUIM: Eu
sei que o apartamento é seu. Mas eu só tô pedindo um tempo, até eu arrumar um
lugar. Eu não tenho pra onde ir.
CICCIOLINA: Eu já te dei tempo demais! Tem mais de vinte
dias que você tá nessa lenga-lenga de procurar lugar e nunca acha! Se vira,
querida! Dorme de baixo da ponte, debaixo do viaduto, em qualquer lugar! Aqui é
que você não fica mais! Eu que sou bonita e rica já dormi, porque a senhora que
é uma bichinha pão-com-ovo não pode dormir?
Xantara tenta intervir.
XANTARA: Gente,
melhor parar com isso, daqui a pouco os vizinhos vão acordar. (pedindo)
Ciccciolina, deixa a biba dormir aqui, só mais essa noite. Amanhã cedo ela vai
embora...
CICCIOLINA: Não. Nem mais um minuto! Já dei tempo demais
pra essa daí.
XANTARA: Amiga,
tá no meio da madrugada, deixa ela ficar...
CICCIOLINA: Ô Xantara, tu tá com peninha da pão-com-ovo?
Se continuar insistindo, agora mesmo é você quem vai fazer companhia pra ela!
Vamos, entre logo. Deixe a bichinha arrumar os trapinhos dela. Quanto antes ela
for, mais tempo terá pra dar um cochilo antes do dia amanhecer.
XANTARA
(abraçando Joaquim): Boa sorte, amiga. A gente se vê por aí.
Xantara entra. Cicciolina bate
a porta. Joaquim chora enquanto ajunta suas coisas e coloca na mochila.
Sem ter para onde ir, Joaquim
resolver pernoitar nas escadarias do prédio. Ele escolhe um canto, faz a
mochila de travesseiro, e ali pega no sono.
Horas mais tarde, no ginásio...
ADRIANO: Acertou
tudo com a Dadinha lá?
GILBERTO: Sim,
a gente via dividir as despesas. Ele me arrumou um espaço no guarda-roupa dele
pra eu guardar minhas coisas. Por enquanto vou dormir no sofá, até eu comprar
uma cama pra mim.
ADRIANO: Uai,
porque você não dormiu na cama da bonita, a biba não tem cama de casal?
GILBERTO: Tem,
mas é que eu não quero misturar as coisas, né? Agora vamos ser só amigos, sem
muito lesco-lesco, como dizia minha avó.
ADRIANO (sem
acreditar): Sei... Mas, mudando de pau pra cacete, Natal tá chegando, e aí, vai
passar com quem?
GILBERTO: Não
tenho a menor ideia... Todos os natais eu passava com a minha família, na minha
casa, agora nem sei pra onde ir...
ADRIANO: Eu
vou pra casa da minha família, mas acho Natal muito chato. O ano novo é mais
interessante, tem mais bafão, mais agito...
GILBERTO: Lá
em Joanésia tinha uma queima de fogos na praça, era muito legal. Todo ano eu ia
com meus irmãos.
ADRIANO: Aqui
também tem festa na praça, mas bom mesmo são as festinhas em casa, só a galera,
captou bofe?
GILBERTO: Posso
imaginar o tipo de festinha que deve ser...
ADRIANO: É,
dessas mesmo que você tá pensando. Se quiser eu te levo.
GILBERTO: Uma
galera, só de caras assim, que nem você?
ADRIANO: Quem
nem nós, né cara pálida! Que você também gosta da coisa. Não vem bancar a
virgenzinha pra cima de mim não! Levar você lá vai ser o mesmo que jogar carne
num cardume de piranhas... (risos)
GILBERTO: Tá
doido? Tô fora! Vou num esquema desses de jeito nenhum!
ADRIANO: Tá
boa? Eu não perco um! Você é que não sabe o que tá perdendo...
GILBERTO: Vou
pensar no seu caso... Ontem!
Bernardo resolve aproveitar a
tarde para ir à praia. Ele arruma sua mochila e parte.
Ele fica horas observando o
mar, o movimento das pessoas, pensando na sua vida, observando as gaivotas que
voam por ali. Nisso alguém desperta a sua atenção.
BERNARDO: Ramon?
Você por aqui?
RAMON: Resolvi
pegar uma prainha também. Bora tomar uma cervejinha?
BERNARDO: Eu
não bebo cerveja, mas se você me oferecer um suco, eu topo...
RAMON: Então
vamos nessa.
Os dois se distraem bebendo,
conversando e nem se dão conta de que noite já caiu.
Ricardo também toma sua
cerveja, sentado no meio fio, e Joana o observa do portão de casa. Ele está
cada vez mais intrigado.
RICARDO
(para si mesmo): Por que essa moleca me olha tanto? Que eu saiba ela nem é
chegada no material aqui...
Continua amanhã...
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Você sabia?
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