26 de maio de 2011

Detalhes de um Brasil não muito divulgado: O atual Governo Lula e o velho caso Palocci

Reacendem-se as luzes sobre a obscura vida financeira de Antonio Palocci, atual ministro da Casa Civil e ex-ministro da Fazenda no governo Lula entre 2003 e 2006. As últimas acusações ao ministro se devem à sua evolução patrimonial entre 2006 e 2010. O patrimônio de Palocci aumentou 20 vezes nesse período, passando de R$ 375 mil para R$ 7,5 milhões. O Ministro alega que este fato se deve a rendimentos de consultorias prestadas por sua empresa. Além disso o PSDB apresentou documentações que mostram que a empresa WTorres, que recebeu serviços de consultoria da empresa de Palocci, recebeu R$ 10 milhões da Receita Federal no ano passado referente a devolução de impostos, três dias após o início do primeiro turno das eleições. Na mesma época conta uma doação de R$ 2 milhões da WTorres para o comitê da então candidata à presidência da República Dilma Roussef. Por causa das recentes acusações Palocci deverá explicar-se à Procuradoria Geral da República nos próximos dias. Parlamentares ainda exigem que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue as denúncias e querem entender porque o pedido de devolução de Imposto de Renda “pago indevidamente” à WTorres foi atendido em tempo recorde, ao mesmo tempo em que a empresa fazia doações para a campanha de Dilma Rousseff. Para muitos o caso se apresenta com indícios graves de tráfico de influência.


Para quem não se lembra, Palocci foi demitido do Ministério da Fazenda em março de 2006 devido a acusações graves de envolvimento no caso do mensalão quando era Prefeito de Ribeirão Preto entre 2001 e 2002. Palocci cobrava mesadas de até R$ 50 mil de empresas favorecidas nas licitações da Prefeitura e alimentava o caixa dois dos cofres do PT. Sua situação tornou-se insustentável e culminou na sua demissão quando ordenou a quebra ilegal do sigilo bancário de seu caseiro, Francenildo dos Santos Costa, que era uma das testemunhas de acusação de Palocci na CPI dos Bingos. O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, recebeu ordens sem embasamento judicial do gabinete de Palocci para verificar irregularidades na conta bancária de Francenildo, onde encontraram alguns depósitos acima da normalidade da conta. Na época a assessoria de comunicação do gabinete de Antonio Palocci vazou o extrato bancário de Francenildo para a imprensa, insinuando que o caseiro estaria sendo pago pela oposição para mentir. Por este episódio o depoimento de Francenildo na CPI foi cancelado. Além disso, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão subordinado ao ministro, abriu um processo por lavagem de dinheiro contra o ex-caseiro de Antonio Palocci. Atualmente Francenildo dos Santos Costa move uma ação judicial contra a Caixa Econômica Federal por danos morais na Justiça Federal de Brasília. A denúncia feita contra Palocci em 2009, no entanto, foi rejeitada pelo STF e o caso foi arquivado por falta de provas.

A atual situação do Ministro da Casa Civil encontra-se novamente bastante complicada. A oposição está coletando assinaturas para abertura de uma nova CPI e para convocá-lo a depor sobre seu patrimônio e sua relação com as transações da WTorres. Outra frente parlamentar trabalha no requerimento para representação na Procuradoria Geral da República pedindo reabertura das investigações no caso da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos
. Corroborando com o requerimento dos parlamentares, pela primeira vez a Caixa Econômica Federal informou à Justiça, na ação que Francenildo move contra o banco, que o responsável pela violação dos dados do caseiro foi o gabinete do então ministro.
Vendo a movimentação avançada da oposição e temendo as novas investigações contra Antonio Palocci, o ex-presidente Lula vem se reunindo com líderes políticos da base aliada cobrando-lhes maior apoio e temendo que uma quebra na base possibilite a abertura das investigações. Lula cobrou também de Palocci que preste esclarecimentos ao Congresso e a
visou que, ou o ministro atende os parlamentares, ou mesmo aliados podem vir a endossar a criação de uma CPI no Senado. O próprio Palocci passou a ter conversas privadas com Senadores para lhes esclarecer as últimas acusações.

O fato é que mais uma vez tudo indica que o esforço da oposição será em vão e que apesar da pressão popular, mais cedo ou mais tarde as acusações contra Palocci serão arquivadas. A mim parece que teremos mais um déjà vu: pode ser que o Ministro seja novamente demitido e posteriormente readmitido no primeiro escalão do governo Lula. Ou alguém tem dúvidas de que Lula - o maior lobista e traficante de influências da história – continua no Governo e acaba de dar mais um passo para a reeleição em 2014?


@LudmilaMelgaco
http://ludmilamelgaco.blogspot.com/

Um comentário:

Edegard disse...

Amigo
Concordo plenamente com a sua matéria. Lula e Dilma estão fazendo de tudo para esconder a verdade e que sem dúvida vai evidênciar as maracutais do govêrno petista. É uma vergonha mundial para a justiça Brasileira.
Abraços