2 de outubro de 2009

Renato Aragão vive aventuras de cinema em nova microssérie durante a Semana da Criança

O peso da idade pode refrear, mas não extinguir o ânimo de Renato Aragão. Septuagenário, o humorista vai ganhar mais espaço na grade entre os dias 12 e 16 de outubro - semana em que se comemora o Dia da Criança e durante a qual será exibida a microssérie "Acampamento de Férias", em episódios de meia hora de duração logo após a faixa da "Sessão da Tarde".

"É uma aventura dentro da aventura", define o veterano a respeito das gravações que se desenrolaram por mais de um mês em três estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, onde a equipe pegou temperaturas em torno dos 3º C. "Mas está valendo a pena. Estamos com imagens maravilhosas de cachoeiras, grutas, cavernas, riachos. Quando a cena sai boa, empolga você. Pior é quando está dentro do estúdio e não empolga. Aqui, tudo tem resultado", garante.

Como o nome sugere, a história se passará em uma espécie de colônia de férias em meio a natureza. O taciturno Augusto, vivido por Rodrigo Veronese, constrói o acampamento Pedra-da-Águia como uma espécie de acerto de contas com a mulher Júlia. Interpretada por Gabriela Duarte, a personagem desaparece logo no início da trama, depois que acontece um desabamento na caverna que estava explorando ao lado do marido.

"O Augusto é um homem muito amargurado e triste. Esse acampamento era um sonho dos dois, então se torna um recomeço para ele e a filha", explica Rodrigo. Com 40 anos de idade, o ator faz parte da geração que cresceu acompanhando as peripécias do extinto programa "Os Trapalhões" e rasga elogios ao falar do colega de cena. "Sempre assistia, era um dos meus programas favoritos. E o Renato continua uma pessoa generosa, tanto no trabalho quanto como pessoa. Ele é um querido", derrete-se.

Na trama, cabe ao veterano o papel do faz-tudo Didi - personagem que Renato criou há 50 anos. Ao perceber que um grupo de crianças sumiu do acampamento, o funcionário do Pedra-de-Águia tenta salvá-las e se embrenha pelo meio da mata. No processo, acaba em uma armadilha. Bem-humorado e bem disposto, Renato dispensou o uso do dublê Celso Rossato. "Quando não tenho segurança, eu uso. Mas, em geral, faço as cenas. E não é para economizar o dublê não, gosto mesmo de fazer", brinca.

Em uma das sequências o ator precisa degustar uma refeição bastante heterodoxa ao lado da Menina Selvagem - criatura lendária na região e interpretada pela garota Thaina Lana. Enquanto a equipe técnica preparava uma cumbuca com larvas vivas e outros insetos para as tomadas em "close", a produtora de arte Mariza Azevedo arrumava cuidadosamente em outra vasilha minhocas cenográficas. "Usei doce de leite e bananada para modelar. Fiz mais de cem", revela.

O formato de microssérie não é novidade para Renato e sua trupe. Em fevereiro de 2008, estreou "Poeira em Alto Mar" e, em janeiro de 2009, foi a vez de "Deu a Louca no Tempo" - sempre investindo em histórias com um pouco mais de consistência do que os esquetes rápidos do semanal "A Turma do Didi". "Esse produto é mais próximo da dramaturgia. A ideia é fazer algo parecido com o que ele já faz no cinema", explica o diretor Marcus Figueiredo, que já trabalhou com o humorista nas duas microsséries anteriores e que também já dirigiu três filmes do "trapalhão": "Didi - O Caçador de Tesouros", "O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili" e "O Guerreiro Didi e a Ninja Lili".

O resultado das experiências anteriores agradou à Globo, que, segundo Renato, abre as portas para novas investidas. "A emissora pede para fazermos sempre. Pode ser até que o programa fique na grade e tenha um "Acampamento" 2, 3... se o bumbum aguentar!", diz, aos risos, lembrando as muitas quedas por conta da gravação.


Fonte: UOl

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