Espelho dos Sonhos - cap. 19

Continuação............................



Após desabafar com Ambrósio, Valéria sente-se um pouco melhor, quando puxa a cadeira para sentar, ouve um grito que parecia uma trovoada.

Robson - Posso saber onde a senhorita estava (fala gritando) ?

Valéria - Apenas fui ao banheiro (responde quase que sussurando).

Robson - Pois apartir de agora, todas as vezes que se ausentar me informe, até mesmo se for ao banheiro.

Ela abre a boca para responder mas ele não lhe dá tempo, bate a porta da sala com toda a força. Valéria sente que as lágrimas voltam aos olhos.
Dentro da sala, Robson leva a mão fechada a boca para não soltar um palavrão.

Robson - Eu não queria humilhar essa moça mas seu demonstrar fraqueza e for muito bonzinho, funcionário monta, é melhor ela espalhar que sou durão, assim como o diretor presidente. Tenho certeza que ele vai me admirar ainda mais com esse meu novo perfil e quem sabe no futuro; pode até me indicar para ocupar o lugar dele quando se aposentar. Temo parecer frouxo, sem voz ativa com os demais, tenho que causar boa impressão para o chefe, sei que todos precisam trabalhar mas eu subi, cada um que faça a sua parte ( fala consigo).

Se aproxima da janela, contempla a rua procurando repetir que está agindo certo, lembra-se da esposa e logo em seguida vem a sua mente a imagem do cachorro Peró. Robson sorri das travessuras, lembra-se do dia seguinte em que o levou para casa quando chegou com ração, petiscos e brinquedos para ele.

Robson - Que cãozinho danado (sorri).

Derrepente, sente um arrepio, como se uma brisa fria estivesse entrando na sala.

Robson - Caramba, acabo de lembrar que pedi a Marina para cuidar dele e ela não estava em casa quando liguei, pra onde será que ela foi ? Com Peró puxando a barra da minha calça pra brincar, esqueci de perguntar, hoje a noite farei isso.


Salão de cabelereiro

No mesmo instante em que Robson sentiu a brisa fria, Marina que estava sob o ar quente do secador de cabelos, terminando a escova que Júlio estava fazendo, sentiu um forte arrepio e deu um leve solavanco na cadeira.

Júlio - Menina, causei tudo isso ?

Marina - Claro que não (responde um pouco contrariada).

Júlio - Ainda bem, senão eu diria que está a perigo.


Continua no próximo capítulo.......................