A festa de lançamento de Ribeirão do Tempo, novela da Record que estreia nesta terça-feira, foi uma típica festa de lançamento de novela. Mulheres superproduzidas, tapete vermelho, famosos posando para fotos, prosecco a rodo.
Em relação às festas da TV Globo, duas diferenças chamavam a atenção. A primeira: do lado de fora, não havia público à espera do elenco - só a equipe do Pânico na TV. A segunda: do lado de dentro, o clima dos discursos estava mais para guerra do que para festa. Hiran Silveira, diretor do núcleo de dramaturgia da Record, não fez por menos. "O império contra-ataca! Vamos lá, gente, porrada neles! Com um investimento tão grande, acabou essa coisa de brigar pelo segundo lugar. Nossos números são grandiosos e se Deus quiser, e Ele quer, tenho certeza, essa novela vai ser um sucesso. Não tem como ser diferente. Viemos para ganhar", gritava.
Marcílio Moraes, autor da trama, completou: "É a nossa novela mais ambiciosa. É divertida, é engraçada, é crítica. Pretende de alguma forma falar do nosso Brasil de hoje e de todos os tempos. E isso é muito bom porque, se fosse em outro lugar, não teríamos toda a liberdade que temos aqui na Record." Completando o clima de ufanismo, Britto Jr., como mestre de cerimônia, se encarregava de puxar as palmas da plateia e repetia frases de efeito, sempre esticando as vogais: "É isso aí, gente. Essa novela vai ser um suceeeeesso! Paaalmas para ele", pedia como se estivesse à frente de um auditório. Os convidados responderam, inicialmente, com palmas discretas. Mas acabaram se rendendo à animação de Britto.
A ode à emissora prosseguiu depois dos discursos. A Record convidou os vencedores da última edição de Ídolos para os shows da noite. Coube a Saulo Roston e Diego Moraes, que tiraram primeiro e segundo lugar no programa, a missão de encher a pista de dança. O que se viu, porém, foi um vazio na frente do palco. Pudera. Diego inventou uma versão repaginada e mais moderninha do hit brega Garçon, de Reginaldo Rossi, e o resultado não agradou. Pelos cantos, os grupinhos preferiam conversar. Victor Fasano, Mônica Torres e Patrycia Travassos ficaram pelo lounge todo decorado de preto conversando, tirando fotos e acessando seus Iphones. Perto da meia-noite, marcaram de esticar em um restaurante e foram embora, juntos.
Entre os atores, o clima de guerra não pegou. "A história de Marcílio tem todos os ingredientes para um bom folhetim. Estamos todos muito animados. E, sinceramente, essa coisa de concorrência é besteira. Tem espaço para todo mundo", disse Juliana Baroni, que na trama interpreta a vilã Karina. Apesar do crescimento da audiência da Record, a distância ainda é muito grande em relação à Globo. O melhor índice já atingido por novelas da Record foi 32 pontos de média, em Prova de Amor e Caminhos do Coração, no último capítulo. Passione estreou ontem com audiência considerada modesta na casa: 37 pontos.
Fonte: Veja Online/Dani Telles.
Foto: Anderson Borde e Philippe Lima/AgNews.
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