30 de janeiro de 2014

Walcyr Carrasco conseguiu colocar o público para torcer pelo casal gay de “Amor à Vida”:

A torcida do público para Félix terminar com Niko em “Amor à Vida” mostra que muita coisa mudou na televisão brasileira, principalmente em relação ao comportamento do telespectador. Os relacionamentos homossexuais sempre ocuparam um lugar discreto nos folhetins e os gays eram retratados através de caricaturas com tintas bem carregadas. O público mais conservador não aceitava muito essa história de casamentos e namoros entre pessoas do mesmo sexo. Silvio de Abreu, por exemplo, teve que matar uma personagem em “Torre de Babel” porque quem estava em casa não queria nem imaginar que ela poderia paquerar a Gloria Menezes.

O mundo andou, as coisas mudaram. “Amor à Vida” avançou em vários aspectos, apesar de em alguns momentos Félix, Niko e Eron exagerarem nos trejeitos e no tom da fala. Durante toda a novela de Walcyr Carrasco acompanhamos em casa a história de um casal gay que desejava ter um filho e constituir uma família até que entrou em jogo a vilã Amarylis e destruiu a vida deles. Homens e mulheres torceram por este casal. Agora, quem não deseja que Félix se entregue à paixão que sente por “Carneirinho”? Os personagens de Mateus Solano e Thiago Fragoso caíram na graça do público e se transformaram no casal principal de “Amor à Vida”.

Walcyr Carrasco foi muito inteligente ao não focar na velha polêmica do beijo gay para envolver todo mundo numa discussão mais ampla ao direito de ser feliz ao lado de quem se ama. Agora, o beijo é o de menos e, se acontecer, será tratado com mais naturalidade.

Texto: José Armando Vannucci.
Fonte: Parabólica JP.
Foto: Divulgação/Globo.

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