13 de janeiro de 2014

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 181 e 182

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >

No capítulo anterior...
Severina conta a Beija que o Imperador desapareceu
Três semanas se passam e os sumiços de Pedro se repetem
Beija desconfia que ele esteja envolvido com outra mulher
Pedro conversa com Chalaça e fala de suas inseguranças
Chalaça lhe pergunta onde pretende chegar envolvido com três mulheres

CAP. 181

PEDRO: Não pretendo chegar a lugar algum. Só quero viver bem e feliz.
CHALAÇA: E você acha que conseguirá administrar esta vida dupla, de marido e amante, sem que uma das três descubra qualquer coisa?
PEDRO: Não sei. Mas vou tentar. Não tenho culpa se só uma delas não me satisfaz. Não tenho culpa se tenho energia de sobra para todas que quiserem... (risos)
CHALAÇA: Acho melhor fazer uma opção. Não se pode ter tudo, meu caro, a qualquer momento terá de escolher... Vá pensando nisso.
PEDRO: Por enquanto fica tudo como está. Na hora certa pensarei o que fazer. (Chalaça balança a cabeça negativamente, como quem diz: “esse não tem jeito mesmo”).

Dias depois a apresentação de uma ópera italiana agita a Corte.

BEIJA: Severina, prepare todas as coisas que amanhã partiremos cedo para a cidade. Quero descansar um pouco para estar bem à noite.
SEVERINA: Que festa é essa que vai ter na cidade, Sinhá? Da última vez que Moisés eu estivemos no mercado não se falava de outra coisa...
BEIJA: É a inauguração do Teatro do Plácido, ali mesmo no largo do Rocio, perto do Real Teatro de São João... Não posso perder, afinal não é sempre que temos a oportunidade de ver um espetáculo dessa magnitude.
SEVERINA: Do jeito que a Sinhá fala, fico morta de curiosidade só pra ver...
BEIJA: Pode deixar, eu lhe conto direitinho, em detalhes...

No sobrado do Estácio...

TININHA: Seu vestido já tá passado, Sinhá. Tudo do jeitinho que a Sinhá mandô.
DOMITÍLIA: Ótimo, Tininha, ótimo. Quero estar linda para impressionar a todos.
TININHA: D. Pedro vai junto com a Sinhá?
DOMITÍLIA: Não, ele estará com a esposa. Mas nem me importo com isso. (e divaga) Já pensou? Eu, Domitília, assistindo uma ópera junto com toda a Corte, junto com a nata da sociedade? Nem nos melhores sonhos imaginei isso... Daquele buraco de Santos para os salões do Rio de Janeiro... E isso é apenas o começo...
TININHA: Nossa... A Sinhá fala dum jeito...
DOMITÍLIA: Agora vá cuidar de suas obrigações, me deixe preparar... Esta será uma das noites mais memoráveis da minha vida...

Horas depois...

Há uma grande movimentação no largo, todo iluminado com tochas especialmente para a ocasião. Carruagens, gente apressada, corre-corre.

Domitília pára em frente à fachada do prédio e contempla.


 
DOMITÍLIA: Meu Deus! Mal posso acreditar que estou aqui! Essa será minha entrada triunfal na Corte!

Alguns passos adiante, após a subida dos degraus...

PORTEIRO: Seu nome, madame...
DOMITÍLIA: Domitília de Castro Canto e Melo
PORTEIRO (consultando a lista de convidados): Lamento, madame, mas seu nome não consta na lista. Infelizmente a senhora não poderá entrar.

Domitília fica perplexa.

Continua...


< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >

No capítulo anterior...
Chalaça pergunta a Pedro onde pretende chegar envolvido com três mulheres
Pedro responde que quer apenas ser feliz
Diz que não tem culpa se uma única mulher não o satisfaz
Beija se prepara para a inauguração do Teatro do Plácido
Do outro lado da cidade Domitília se empolga com a festa
Ela sonha entrar para a Corte e freqüentar seus salões
Sem seu nome na lista, Domitília é barrada na entrada do teatro

CAP. 182

DOMITÍLIA: Não pode ser! Sou convidada da parte de Sua Alteza, o Imperador D. Pedro.

O rapaz consulta detidamente a lista.

PORTEIRO: Lamento, senhora, mas apenas cumprimos ordens e já que seu nome não consta na lista, não posso deixá-la entrar.
DOMITÍLIA (nervosa): Então pergunte ao Imperador, ele lhe confirmará que sou sua convidada. Deixe-me falar com Pedro, por favor.
PORTEIRO: Infelizmente não posso fazer isso, senhora... O espetáculo já começou e não posso incomodar Sua Alteza. Tenho ordens expressas.

Domitília começa a chorar, vira as costas e sai arrasada.

Inquieto, Pedro tenta localizar a amada na platéia. Depois de alguns minutos acena para Chalaça vir até sua posição.

Chalaça percorre todo o espaço observando, mas nada encontra. Desanimado, volta até Pedro, que o manda ir à portaria.

PEDRO (baixo, ao pé do ouvido): E então, algum sinal de Titília?
CHALAÇA: Domitília esteve aqui sim, mas foi barrada na portaria porque seu nome não estava na lista de convidados.
PEDRO: Ai, meu Deus! Esqueci-me desse detalhe... Que cabeça a minha!

É então que Pedro toma uma atitude extrema.
 
PEDRO (gritando para os atores em cena): Parem o espetáculo! Esta apresentação está cancelada! Parem imediatamente! Os atores estão dispensados!

Todos se voltam para ele abismados. Ninguém entende nada do que se passa.

PEDRO (irado): Vão todos embora para suas casas. Não Haverá mais espetáculo!

Os atores se retiram do palco e os convidados vão se dispersando, todos perplexos com a atitude do Imperador.

Pedro se desvencilha da esposa e sai andando apressado, se livrando de todos que se postam em seu caminho. Monta o primeiro cavalo que encontra arreado e sai em disparada, encoberto pela escuridão.

LEOPOLDINA: Chalaça, pode me explicar o que está acontecendo? O que deu em Pedro? Que loucura foi essa?
CHALAÇA: Alteza, também estou me fazendo as mesmas perguntas e infelizmente não tenho nenhuma das respostas.

Corta para o sobrado do Estácio.

Domitília sentada na escada, descabelada, soluçando de tanto chorar. Pedro bate à porta e, de tão impaciente, nem espera e vai entrando.

DOMITÍLIA: Foi pra isso que me trouxe para o Rio de Janeiro? Para me humilhar desse jeito?

Continua amanhã às 21:00 horas...


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