< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >
No capítulo anterior...
Domitília dá à luz o filho homem que tanto deseja
Alguns meses se passam
Seu pai não concorda que ela use o filho para conquistar seus objetivos
Chalaça aconselha Pedro a dar atenção à Leopoldina
A Embaixatriz orienta Leopoldina a exigir a retirada de Domitília
Domitília cobra de Pedro o registro do filho
CAP. 203
PEDRO: Titília... Eu aqui comemorando uma coisa muito maior, muito mais importante e me vem com esse assunto?
DOMITÍLIA: Acontece, Pedro, que o que para você é absolutamente insignificante, para mim é absolutamente importante. Veja situação dos nossos filhos, não podem sequer serem batizados porque não foram registrados. Preciso que resolva essa situação.
PEDRO: Tem noção do problema que pode me causar o registro dessas crianças? Seria melhor que continuasse tudo como está. Não lhes dou o sustento? Não lhes dou o carinho necessário? Porventura falta alguma coisa a Isabel Maria e ao pequeno Pedrinho?
DOMITÍLIA: Não falta, Pedro, mas falta o sobrenome do pai. Falta o batismo na igreja. Se não se importa em dar o real valor aos seus filhos, eu me importo. Gostaria muito que Maria isabel fosse educada na Corte, junto dos meio irmãos. Isso seria muito bom pra ela.
PEDRO: Até certo ponto entendo sua preocupação, mas não creio que haja motivos para tanto...
DOMITÍLIA: Pedrinho é seu filho legítimo, de sangue e tem os mesmos direitos que os filhos da Imperatriz. Aliás, se não se lembra, nosso Pedrinho é mais velho que o Pedrinho de Leopoldina, algumas semanas, mas é. Se um dia houver uma sucessão no trono, meu filho é o legítimo herdeiro. É por esse direito que luto.
PEDRO: Está bem. Prometo estudar esse assunto com calma e lhe dar uma resposta o mais breve possível.
A conversa azeda o clima e Pedro acaba não anunciando sua boa nova.
Corta para os jardins da Quinta da Boa Vista. Num momento de empolgação Pedro e Domitília se entregam à paixão e se beijam. Da sacada Leopoldina assiste a tudo indignada, porém passiva. Ela se recolhe ao aposento e chora amargurada.
Dias Depois...
Pedro presenteia Domitília com uma bela mansão nos arredores da Quinta da Boa Vista.
Uma grande festa marca a inauguração da bela propriedade. Ali se faz presente toda a nobreza, com seus muitos títulos. Pedro faz uso da palavra.
PEDRO: Meus amigos, é um grande prazer recebê-los nesta aprazível residência. Sei que muitos estão curiosos e até agora não entenderam nada. Mas hei de lhes explicar no momento oportuno. Agradeço por terem aceitado meu convite. Esta residência pertence, de fato, a dona Domitília de Castro Canto e Melo, que a partir de hoje se tornará mais conhecida como a Marquesa de Santos.
Um “oooohhhhh” de espanto ecoa pela sala.
DOMITÍLIA (em estado de êxtase): Marquesa? Eu?
PEDRO (ao pé do ouvido): Sim. Um presente para mãe do meu herdeiro.
Corta para outro momento da festa.
Domitília circula pelo salão recebendo os cumprimentos de todos. De repente se depara com Beija.
DOMITÍLIA (contrariada): O que a senhora faz aqui? Quem a convidou para invadir a minha casa?
Continua...
Momentos mais tarde Pedro retorna ao jardim. Uma mulher vagando pela quase escuridão atrai sua atenção.
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No capítulo anterior...
Domitília cobra de Pedro o registro do filho
Depois de resistir ele concorda em pensar no assunto
Domitília e Pedro se beijam no jardim e Leopoldina vê
Pedro presenteia Domitília com uma suntuosa mansão nos arredores do palácio
Uma grande festa comemora sua condecoração como Marquesa de Santos
Domitília tenta expulsar Beija de sua festa
CAP. 204
DOMITÍLIA: Que eu saiba a senhora não é bem vinda por aqui.
BEIJA: Engano seu, senhora Marquesa, sou convidada de D. Pedro. E que me conste, ele é o dono de tudo isso aqui...
DOMITÍLIA: Vejo que a senhora Viscondessa de Araxá é muito bem informada e um tanto quanto abusada para o meu gosto.
BEIJA: Sim, bem informada. Nas noites em que Pedro passa comigo, conversamos bastante, sobre diversos assuntos.
DOMITÍLIA (irada): Como ousa vir à minha casa para me afrontar?
BEIJA: Estava quieta no meu canto. A senhora Marquesa que tomou a iniciativa da conversa. E mais: por mim não estaria aqui. Só vim porque Pedro insistiu muito.
Nisso Pedro se aproxima.
PEDRO: Senhoras, que bom vê-las juntas.
BEIJA (cínica): Pois é, a senhora Marquesa acabava de me dizer que está muito feliz com minha presença. Eu disse a ela que também estou muito satisfeita em ser tão bem recebida, rever velhos amigos e compartilhar esse momento tão importante da sua vida.
PEDRO: Fico feliz com essa aproximação de vocês.
As damas se entreolham longamente. Beija disfarçando certa ironia e cinismo. Domitília furiosa.
Momentos mais tarde Pedro retorna ao jardim. Uma mulher vagando pela quase escuridão atrai sua atenção.
PEDRO: Senhorita, o que faz aqui tão solitária?
BENEDITA: Vim tomar um ar fresco. Estava cansada de ficar lá dentro. Todas as atenções são para Titília, todos os olhares são pra ela... Ela, ela, sempre ela.
PEDRO: Que bobagem, a senhora Baronesa de Sorocaba é tão interessante quanto a sua irmã. O problema é que era casada quando as conheci... Mas poderia ter me apaixonado por qualquer uma das duas.
BENEDITA: Fico lisonjeada em saber disso. É verdade que a iniciativa de nomear-me Baronesa foi de Vossa alteza, que dizer, sua?
PEDRO: Sim. Queria dar um grande presente a Titília, extensivo a toda sua família.
BENEDITA: Eu bem sabia disso. Se fosse por conta dela, certamente não me daria mais que um pé no traseiro.
PEDRO: Quando nos encontraremos a sós?
BENEDITA: Semana que vem meu marido irá para Santos. Estarei sozinha na fazenda. Porque não me faz uma visita?
D. João VI morre envenenado em Portugal. Pedro herda o trono do pai e deverá governar como D. Pedro IV. Porém, aconselhado pelo Marquês de Paranaguá, abre mão do trono em favor de sua filha, Maria da Glória.
Dias depois...
Domitília adentra seu quarto na mansão de São Cristóvão. Atrás da cortina um homem a espreita com uma faca em punho.
Continua segunda-feira às 21:00 horas...
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